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Capítulo 4

Author: Tomate Verde
— Podem ir vocês, eu tenho um compromisso amanhã.

Rafael franziu a testa: — O que poderia ser mais importante do que tirar fotos de casamento? Vá tirar as fotos primeiro, e eu te acompanho para comprar o que precisar.

Seu tom era firme, não admitindo recusa.

Letícia fez um bico manhoso: — É verdade, irmã, será que você não quer ir por minha causa?

Não quis discutir muito, então apenas assenti, concordando em ir.

Logo de manhã, ouvi Rafael coaxando baixinho Letícia para que ela se levantasse no quarto dela.

O número vermelho vibrante no calendário me lembrava: faltavam apenas quatro dias.

Em quatro dias, eu poderia me livrar completamente daquela vida.

Quando minha paciência estava quase esgotada, eles finalmente saíram do quarto, arrastando os pés.

Rafael, atencioso, trouxe água quente e lavou o rosto de Letícia pessoalmente.

Como eu era cega antes, por ter sido tão ingênua a ponto de pensar que, se me casasse com ele, ele me trataria da mesma forma.

Eu estava distraída quando Rafael se aproximou, sem jeito, com um anel na mão.

— A Sra. Marta disse que agora é moda usar anéis de casamento. Comprei um para você.

Não peguei. Na vida anterior, esse anel nem sequer existiu.

Letícia, ao vê-lo, imediatamente fez um bico: — Que lindo! Eu também quero!

Eu cedi generosamente: — Pode ficar com ele, então.

O rosto de Rafael escureceu de imediato: — Pare de brincar, este é o nosso anel de casamento!

Letícia pegou o anel, colocou-o no dedo e balançou-o para Rafael.

— Rafa, fica bonito em mim?

Rafael olhou para Letícia, com os olhos cheios de carinho, e assentiu com um sorriso bobo.

Então, com a consciência pesada, virou-se para mim e sussurrou:

— Da próxima vez... da próxima vez eu compro um para você.

Assenti, indiferente.

Já havia ouvido tantas promessas dele, e nenhuma delas jamais se concretizou.

No estúdio de fotografia, Letícia foi a primeira a ser fotografada, e até tirou muitas fotos juntos.

Quando chegou a nossa vez, do Rafael e minha, o fotógrafo mal ergueu a câmera e a abaixou, sem jeito:

— Ai, desculpe, o filme acabou.

Eu sorri por dentro, mas mantive a expressão inalterada:

— Ah, então deixa pra lá.

Ao sair do estúdio, Rafael tirou uma passagem de trem do bolso e me entregou.

Era uma passagem de assento, para São Paulo, dali a quatro dias.

— Não é que eu pretenda te deixar para trás. — Ele disse. — Vou me instalar primeiro e te esperar em São Paulo.

De onde estávamos, a viagem para São Paulo levava três dias e três noites. Não sei como ele achava que eu aguentaria a viagem em pé, e além disso, só havia uma vaga para morar com o militar.

Para onde ele me levaria?

Mas perguntar aquilo agora não traria uma boa resposta.

Ao me ver pegar a passagem, Rafael visivelmente suspirou de alívio.

— Não se preocupe, mesmo que não moremos no alojamento militar, você ainda é minha única esposa.

— No futuro, vou te tratar bem. Eu só vejo a Letícia como uma irmã.

Minha expressão se suavizou um pouco. Quando foi que ele havia dito palavras tão brandas?

Um carro virou a esquina de repente e veio direto em nossa direção.

Rafael abraçou Letícia e se afastou, desviando do impacto.

Na confusão, não sei quem me empurrou.

Na minha visão, o carro parecia estar vindo direto para mim, mas meu corpo estava paralisado de medo e não conseguia se mover.

O carro fez uma curva brusca, me atingindo e arrastando.

A dor me fez sentir tontura, e o suor frio escorria pelo meu corpo.

O motorista pulou do carro, apavorado, perguntando incoerentemente:

— Moça, você está bem? Aconteceu alguma coisa?

A multidão começou a se aglomerar, apontando.

Meu olhar atravessou a multidão de curiosos e se fixou em Rafael.

Ele estava abraçando e confortando Letícia, completamente alheio à minha situação.
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