LOGINProvavelmente a tontura também era por causa da fome e da queda de glicose.A sensação era horrível, como se o corpo inteiro tivesse desabado de uma vez.Luana nunca imaginou que passaria por uma situação tão vergonhosa na frente do ex.Ainda bem que havia carpete no chão, mesmo que caísse, não doeria tanto.Pensou em levantar sozinha depois.Mas, antes que atingisse o chão, dois braços a seguraram.O corpo de Luana estava completamente mole.Dante franziu a testa e encostou a mão na testa dela.— Obrigada. — Disse ela. — Acho que não estou com febre, só um resfriado... me solta, eu mesma vou ao banheiro.Dante nunca a tinha visto tão fraca.O coração dele apertou, e o rosto também endureceu de preocupação.— Você está péssima, sabia? Tenho medo de você cair no banheiro. Eu te levo.Luana o encarou.— ...Não é apropriado, né?Dante respondeu em tom firme, sem dar espaço pra recusa:— O mais importante agora é o seu corpo.Luana balançou a cabeça e ficou ainda mais tonta.Com hipoglicem
As lágrimas já escorriam dos cantos dos olhos de Luana, e ela não conseguia dizer nada, apenas manteve os olhos fechados.Parecia mesmo ser alguém que cedia à ternura, não à força. Com Dante tão gentil daquele jeito, mesmo que fosse fingimento, era fácil ser tocada por ele.Ainda mais porque essas palavras sinceras vinham justamente de Dante, que sempre teve dificuldade em se expressar, que mesmo zangado nunca dizia o que sentia.O cheiro familiar se aproximou, e um beijo pousou em sua testa.Luana ficou rígida. Quando ele se afastou, algo úmido caiu em seu rosto.Dante estava chorando? Como assim?A voz dele soava normal.— Calma, dorme. — Disse Dante. Sua voz não tinha nenhuma diferença. O quarto estava escuro, não dava pra ver nada. — Estou no quarto ao lado. Quando você acordar, eu venho.Com essas palavras, Dante se levantou e saiu do quarto.Ninguém consegue o perdão de alguém só com algumas frases. E o perdão era só o começo, ainda havia a reconstrução da confiança.Agora era a
No segundo seguinte, se ouviu o som de rodas deslizando. Devia ser Dante mexendo em algo. As cortinas se fecharam sozinhas. Elas refletiam a luz ultravioleta, e o quarto mergulhou na escuridão total, não se via mais nada.Luana abriu os olhos pela metade. Só via preto.Mas Dante estava ao lado da cama, e parecia ainda mais perigoso.Mesmo assim, aquele ambiente era perfeito pra dormir.Luana decidiu não pensar mais e apenas descansar.Se passaram uns cinco minutos.Ela achou que Dante já tivesse ido embora, mas de repente ouviu a voz dele, muito baixa:— Já dormiu?Luana quis fingir que sim, mas o corpo a traiu. Puxou o cobertor e se encolheu, sem dizer nada, fingindo estar dormindo.A visão de Dante era boa. Mesmo com o quarto escuro, conseguia distinguir alguns contornos.Luana, de olhos fechados, parecia adormecida, mas ele sabia que ainda estava acordada.Agora ela estava quieta, sem tentar fugir, sem Lucas por perto e sem ninguém que ousasse interrompê-los.O silêncio tornava mais
Luana não reagiu de imediato. Era só pra deixá-la dormir um pouco, tão simples assim?Da última vez que se viram, Dante a tinha beijado à força.Hoje, Luana já tinha presenciado coisas demais, todas além do que esperava, e por isso estava com medo dele, imaginando o pior.Mas Dante só pediu que ela dormisse bem.Desde que Lucas lhe contou que estava sendo vigiada, e depois descobriu que era Dante, Luana não conseguiu mais dormir direito.Depois da ligação de Leandro, tudo saiu do controle.Henrique mandou gente espioná-la, Dante sequestrou o bebê, ela dirigiu até ele, viu os dois brigando, ainda ouviu sobre o passado de Dante...Luana passou a noite inteira acordada, voou de Cidade S pra Cidade J e passou a manhã sendo bombardeada de choques.Corpo e mente esgotados, mesmo que fosse de ferro, ela não aguentaria.Com o que Dante disse, ela percebeu o quanto estava cansada.Lucas já tinha sido levado, e ao entrar de carro, ela viu que a segurança do lugar era alta demais.Com o corpo e
— Do que você tem medo de mim? — Perguntou Dante.— Tenho medo de quando você apontou a arma pro Henrique, medo da sua frieza e do seu jeito autoritário, medo de tudo o que fez que eu nunca imaginei... Tudo, absolutamente tudo, foi fora das minhas expectativas. Eu… não consigo entender o que se passa na sua cabeça, nem até onde vão os seus limites. É por isso que tenho medo de você.Enquanto falava, os olhos de Luana ficaram vermelhos.Os de Dante também. Ele apertou os lábios e começou a se aproximar.Com um metro e noventa de altura, era como uma muralha diante dela.Mesmo com mais de um metro e setenta, a diferença de porte era enorme.Ele sozinho podia cobri-la inteira.E ali era o território dele, podia fazer o que quisesse.Com aquela pressão silenciosa, Dante fez o medo no coração de Luana aumentar ainda mais.Ela foi obrigada a recuar.Mas, a cada passo que ela dava para trás, Dante avançava um.Até que, por fim, Luana encostou na parede, e Dante a cercou completamente.As pupi
Lucas com certeza se exercitava e devia ter aprendido artes marciais, mas diante dos seguranças enormes, com músculos de blocos, parecia um homem sem força nenhuma, a não ser que tivesse uma arma, ser levado dali era inevitável.Lucas se foi. Nenhum empregado ousou se aproximar, porque o dono da casa, Dante, estava furioso.Mesmo alguém que raramente se irritava, quando mostrava um traço de raiva, era como uma tempestade prestes a explodir.Quando Luana vivia em Cidade H, também sabia da diferença de status entre ela e Henrique.Henrique nunca escondia o desejo, nem o lado cruel, tudo o que pensava aparecia no rosto, nas ações dominadoras e agressivas.Dante não era assim.Era calmo, suas emoções não apareciam.Na empresa, lidava com os funcionários sem um estilo muito marcante, não colocava pressão, mas impunha respeito.Em encontros com parceiros, falava de tudo, trabalho, diversão, bebidas.Ele fazia tudo de forma impecável, sabia medir o tom nas relações humanas, e por isso transmi