Camila finalmente acenou com a cabeça.- O comercial de Ano Novo já deveria estar no mercado, mas o de Mayara ainda não foi concluído, ela está atrasada há algum tempo. Ela foi para a Cidade B alguns dias atrás e, quando voltou, eu só pedi para ela acelerar um pouco o ritmo, então ela me bateu.Julieta sentiu um pingo de culpa, sabendo que talvez tivesse influenciado negativamente a situação de Camila.Naquela vez, ela teve um desentendimento com Mayara na Cidade B.Como Mayara não pôde reagir na frente de Francisco, descontou em Camila ao retornar.- Desculpa. - Disse Julieta, sem conseguir evitar.Camila torceu a boca.- Por que você está se desculpando comigo?Julieta não deu muitas explicações, apenas perguntou:- Mayara ainda está na empresa?Camila acenou afirmativamente:- Ela foi para o terraço.Julieta assentiu:- Vá descansar e pegue alguns cubos de gelo para colocar. Eu vou lá em cima.No terraço.Julieta encontrou Mayara discutindo com o departamento de secretariado.- Nem

Francisco observou as lágrimas no rosto dela e acabou acenando com a cabeça.Mayara, segurando o ressentimento, pegou as roupas que a secretária Helena lhe entregou e foi se trocar.Só então Francisco perguntou:- E a Julieta?- Ela foi para o set de filmagem.Francisco resmungou:- Ela age como se nada tivesse acontecido.A secretária Helena ficou em silêncio por dois segundos:- Sr. Francisco, na verdade, foi a Srta. Mayara que derramou café em si mesma primeiro, só então a Gerente Julieta reagiu.O olhar de Francisco estava tão sombrio que era impossível discernir suas emoções.As mãos de Helena, penduradas ao lado do corpo, involuntariamente se apertaram.- Então? - Perguntou Francisco depois de um longo tempo.A secretária Helena começou a falar, nervosamente.- Não podemos culpar a Gerente Julieta por isso.Francisco deu uma risada fria:- Ela não reagiu fisicamente?A secretária Helena apertou os lábios:- Ela reagiu.Francisco riu friamente:- Então me diga como isso não é culp

Ela pensou que seria apenas um pedido de desculpas.No entanto, não esperava que Nina tivesse sido presa.Julieta soltou uma risada fria:- E daí? Nina, não te avisei? Espalhar rumores também pode levar à prisão!- Mas eu não organizei aquelas coisas na internet!Julieta baixou os olhos, rindo friamente.De fato, não havia sido Nina quem organizou aquelas publicações na internet.Contudo, o dano que Nina causou a ela não foi atenuado.- Você deveria falar isso com Mayara, afinal, você assumiu a culpa por ela!O rosto pálido de Nina mostrou um lampejo de ódio ao ouvir o nome de Mayara.- Julieta, podemos conversar?Julieta se afastou dela.- Desculpe, não estou interessada.Após isso, ela se desviou de Nina e caminhou em direção ao outro lado da rua.No entanto, Nina gritou atrás dela.- Julieta, eu sei o que aconteceu com o seu aborto!Julieta parou abruptamente. Algo apertou dentro dela. Ela se virou para olhar para Nina.- O que você disse?Um sorriso sinistro cruzou o rosto de Nina.

Agora, ela só podia ficar assim, observando.Apesar de desconfiar que as palavras de Nina fossem verdadeiras, ela sentia que não havia nada a ser feito.Julieta respirou fundo e sorriu:- Tudo bem.Depois de desligar o telefone, Julieta se sentou à mesa.A primeira neve do ano na Cidade J começou a cair sem que ela percebesse.Julieta observava os flocos de neve flutuando pela janela, sem ter certeza do que passava por sua cabeça.Ela se questionava se Francisco realmente sabia.Mas ainda havia uma voz dentro dela perguntando, e se ele não soubesse?Mesmo que ele não soubesse, o que isso mudaria?Ele a ajudaria?Ele a auxiliaria a investigar as evidências de que a deusa dele havia assassinado seu filho?Ela realmente queria ligar para Francisco, mas seus dedos hesitaram sobre o nome dele por um longo tempo, sem nunca completar a chamada.Sem coragem, sem confiança.Ela não sabia se Francisco voltaria para casa naquela noite.No entanto, como se estivesse competindo consigo mesma, conti

Mesmo que, durante esse tempo, ela tenha se mostrado emotiva, a maior parte era uma resistência silenciosa.- Julieta, você deveria entender que aquele bebê nunca deveria ter existido. Mesmo sem ninguém para conspirar, eu não permitiria que você o tivesse!Julieta olhava fixamente para o homem à sua frente.Francisco sempre havia dito desde o começo que aquele bebê não deveria existir.Mas, de qualquer forma, aquele bebê não merecia esse fim!Ela sorriu, um sorriso que deveria ser muito bonito, mas que, misturado com suas lágrimas, parecia particularmente doloroso.- Você realmente não me deixaria tê-lo, mas a pessoa que pode decidir se ele ficava ou ia, podia ser você, podia ser eu, mas nunca poderia ter sido a sua deusa! - Julieta pausou por um momento e continuou. - Francisco, eu te segui por dinheiro, é verdade, mas nunca fiquei devendo nada a ninguém! Por que eu deveria me submeter repetidamente diante de sua deusa? Eu devo algo a ela? Aquela é sua deusa, não a minha. Se você tem