All Chapters of Brindou a Outra, Enterrei o Passado: Chapter 51 - Chapter 60

Mesmo depois do funeral de Aline, Isadora ainda não conseguia aceitar que a filha havia partido. Era como se ela estivesse por perto o tempo todo, quietinha, olhando tudo.Ela pensou... será que Aline ouviu o que Olavo disse há pouco?Isadora passou a mão com carinho na foto da filha e murmurou:— Aline, meu amor... não fica triste, está bem? Não escuta aquelas bobagens. Para mamãe, você é a melhor menina do mundo. Tive muita sorte de ser sua mãe.— Estou com tanta saudade, filha... Será que você está chateada comigo? Por que nunca apareceu nos meus sonhos? Eu queria tanto te ver, só mais uma vez...A dor apertava o peito. Cada vez que lembrava da filha, era como se algo se rasgasse por dentro.Diziam que o tempo curava. Mas para Isadora, o tempo tinha sido só um médico ruim, que não sabia o que fazia. Nada tinha mudado. Sempre que pensava na filha, a ferida se abria de novo.Abraçada à foto de Aline, ela falou por horas.Depois de um tempo, respirou fundo, se recompôs e acendeu uma ve

Uma frase. Foi o suficiente para explodir o lugar inteiro.Ninguém esperava esse tipo de declaração. Os jornalistas da linha de frente quase quebraram os botões das câmeras de tanto clicarem!Até então confiante, Olavo finalmente teve sua expressão abalada.Era claro: só quando os próprios interesses estavam em risco é que ele demonstrava reação. A dor dos outros? Nunca importou!Ele sussurrou com raiva, apertando com força o pulso dela:— Isadora, você enlouqueceu?Mas Isadora não reagiu. Manteve o rosto inexpressivo e se desvencilhou com firmeza. E então... tornou público tudo o que vinha preparando há dias.— Durante o casamento, tive uma filha chamada Aline Carvalho. Ela faleceu há poucos dias. Enquanto minha filha agonizava no hospital, o Sr. Olavo estava com a Srta. Tereza... soltando 600 mil reais em fogos de artifício para comemorar.— Como esposa, se ele arrumou outra, eu engulo em seco. Mas como mãe... eu jamais aceitaria ver minha filha morrer desse jeito, humilhada e esquec

— Desvie.Isadora apenas falou isso, tranquila. Ela não queria mais se envolver com Olavo, então queria sair da sua vista o mais rápido possível.— Pelo visto, não vai ser fácil.Rafael riu friamente, abriu a porta do carro e saiu.Com os braços cruzados, ele olhou Olavo de cima a baixo e, com calma, disse:— Sr. Olavo, ainda tem tempo para estar aqui? Veio conferir se é um chifrudo oficial agora?Olavo não o olhou, apenas caminhou com passos largos até o banco do carona, abriu a porta e, de forma fria, encarou Isadora: — Desça.Isadora respondeu firme. Ela não ia mais se submeter a esse homem:— Não vou descer. Olavo, já estamos divorciados.— Sem o certificado de divórcio, não conta.Com paciência, Olavo repetiu:— Agora somos um casal, e você tem que vir comigo.Ver ele agir dessa forma fez Isadora sentir uma risada interna. Antes, ele achava que o casamento era uma prisão, sempre fugindo de reconhecê-lo, mas agora usava a união como uma corrente para prendê-la. Ou seja, no fim das

Isadora parou em frente à antiga mansão da Família Carvalho, sentindo uma mistura de emoções difíceis de descrever. Aquele lugar, que um dia tivera um ar acolhedor quando o avô de Olavo ainda estava vivo, agora parecia vazio de qualquer calor humano. Tudo havia mudado.Ao pensar nisso, o coração dela foi tomado por uma tristeza profunda. Respirou fundo, tentando se recompor, ergueu a cabeça e entrou.Antes, ela sempre se mostrava submissa e silenciosa diante dos pais de Olavo, sabendo que não era bem-vinda. Sabia que sua origem não era das melhores e, se não fosse pela ajuda do avô, jamais teria tido a chance de se tornar esposa de Olavo.Embora os pais de Olavo morassem fora, sempre que a viam, assumiam uma expressão fria e desdenhosa, como se fosse um verdadeiro embaraço ter uma nora como ela.E como era de se esperar, ao entrar, Isadora logo sentiu a hostilidade. Fernanda foi a primeira a atacá-la, jogando a xícara que estava em suas mãos diretamente nela, com um olhar cheio de desp

Isadora saiu da mansão antiga com a sensação de vitória. Com o coração leve, e uma alegria tomou conta dela. Quem diria que ser um pouco cruel poderia ser tão satisfatório?No hospital.Assim que soube o que havia acontecido, Olavo foi diretamente ao hospital. Tereza, que já estava internada no mesmo hospital, conseguiu chegar antes dele.Ao vê-lo, ela se aproximou rapidamente e segurou sua mão, lágrimas escorrendo pelo rosto. Sua voz estava trêmula:— Olavo, eles estão em uma situação tão complicada... O que vamos fazer agora?— Seu pai já tinha problemas de pressão alta, e agora isso... Como vamos lidar com tudo isso?Tereza chorava sem parar, a preocupação transparecendo em cada palavra.Olavo, porém, permaneceu calmo. Para ele, a relação com seus pais era baseada mais na responsabilidade do que no afeto. Na infância, foi criado pelo avô e quase não teve contato com eles.Sabia que, originalmente, seus pais haviam decidido não ter filhos. Quando ele nasceu, por acidente, foi imediat