— Marga, você está bem? Consegue me ouvir? — Vicente estava inclinado diante de Margarida, sua voz embargada pela ansiedade. Apesar da tensão, suas mãos permaneciam firmes, como se temesse que qualquer vacilo pudesse machucá-la ainda mais. Com dificuldade, Margarida fez um leve gesto de assentimento. Respirou fundo, lutando contra o desconforto na garganta, e então abriu um sorriso tênue para Vicente, que havia chegado no momento certo.— Eu... eu estou bem, de verdade. Não se preocupe...O alívio foi quase imediato, mas Vicente não conseguiu disfarçar a emoção. Ver Margarida naquele estado, ainda mais tentando tranquilizá-lo, fez seus olhos marejarem sem que pudesse evitar. Pela primeira vez, uma lágrima solitária rolou por seu rosto diante dela. Ele deixou de lado a água que trouxera e se inclinou para abraçá-la, protegendo-a com tanto carinho que o clima na sala, por um breve instante, pareceu menos pesado, como se, finalmente, houvesse espaço para um pouco de calor humano.Mas o
Read more