Luana ficou encarando a mensagem na tela por alguns segundos, como se buscasse nas palavras algum sentido oculto, antes de finalmente decidir responder.O toque do telefone ecoou. Na tela, o nome do contato, inalterado desde sempre, "Marido" piscava com insistência. Aquela simples palavra, que um dia era carregada de afeto, agora lhe provocava um estranho torpor. Afinal, Ricardo nunca tinha o hábito de procurá-la por conta própria.Quando, exatamente, isso havia mudado? Não apenas passou a enviar mensagens, como também começou a ligar para ela?Respirando fundo, Luana atendeu de forma hesitante, a voz propositadamente distante:— Sr. Ricardo, deseja alguma coisa?Do outro lado da linha, o som seco de um isqueiro se fez ouvir. Pela respiração e o timbre levemente rouco, percebeu que ele estava fumando. A voz soou grave, arrastada, com aquela preguiça calculada que sempre carregava:— Pedi para você vir até o estacionamento. Não viu minha mensagem?— Com a Sra. Vanessa por perto, se o s
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