LOGINMateus sabia muito bem que a confusão tinha chegado àquele ponto porque a Imperatriz tinha procurado a Imperatriz-Avó durante o dia.Ele pensava que ela buscava apenas ajuda da Imperatriz-Avó, mas naquele momento percebeu que ela queria provocar uma reação em massa contra ele.Mas ele não sabia desde quando aquelas concubinas passaram a defender Íris tão fervorosamente.“Ela realmente tem grande influência!”, pensou ele consigo mesmo.Mateus entrou no palácio interior e puxou Íris, que estava sentada com calma.— É isso que você queria ver? — Disse ele, contido, mas furioso.Íris olhou para ele com indiferença.— Isso é só o começo. Se Vossa Majestade insistir em agir sozinho, no futuro aqueles que virão clamar por mim vão ser milhares de cidadãos e soldados.Mateus sorriu com ironia.— Clamar por quê? Está dizendo que te faltei com a palavra? Então eu realmente sou o mais injustiçado do mundo! Foi você! Você quis me deixar, você foi injusta comigo! Eu te tratei com todo cuidado, e voc
Do lado de fora do Palácio da Harmonia, as concubinas estavam ajoelhadas em filas intermináveis, todas indignadas pelo tratamento dado à Imperatriz.O Imperador podia ser ingrato com elas, tudo bem, mas a Imperatriz, tão dedicada, arriscou a própria segurança para entregar mantimentos, e ainda assim foi repreendida! Desde que Adelina voltou ao palácio, o Imperador a ignorava, chegando a isolar ela para reflexão. Não era de se espantar que a Imperatriz, desanimada, pedisse voluntariamente para abdicar e deixar o palácio. Que raiva era ver o Imperador querer a forçar a permanecer no palácio, a humilhando!As concubinas se uniram em um pedido coletivo, como nunca antes, muitas vinham de famílias de oficiais, algumas já tinham enviado discretas mensagens para que a família no governo também ajudasse.Mateus, ao ouvir aquilo, achou tudo ridículo. Mas não podia negar que, a Imperatriz tinha o poder de mobilizar as pessoas. Para a manter, ele usava todos os meios possíveis, em essência, não
A Imperatriz-Avó olhou para Íris, completamente surpresa.— Imperatriz, o que... O que foi que você disse?!Íris falou com firmeza:— Peço permissão para abdicar do título de Imperatriz e deixar o palácio.Os servos no salão ficaram boquiabertos.“A Imperatriz enlouqueceu?” pensaram eles.— Atrevida! Isso é inaudito! E o Imperador... Ele sabe que você… — Começou a Imperatriz-Avó, indignada.Íris não escondeu nada:— O Imperador não permitiu, por isso venho solicitar sua autorização.A Imperatriz-Avó realmente não gostava daquela nora, mas sabia que a situação era delicada.— Você realmente quer deixar o palácio? — Perguntou ela.— Sim. — Íris assentiu.— Muito bem, então... — A Imperatriz-Avó ainda não havia terminado de falar quando uma voz familiar soou do lado de fora.— Não há necessidade de se preocupar com isso, avó.A Imperatriz-Avó ergueu os olhos e viu o Imperador entrando, o rosto carregado por uma sombra e até com um leve sinal de hostilidade em direção a ela.— Imperador, v
Mateus fixou o olhar nos cacos de porcelana espalhados no chão, depois se ergueu, a sua alta silhueta projetava uma sombra imponente.— Sou o Imperador. Sob o poder imperial, não há liberdade pessoal. Pode ficar irritada, pode resistir, mas nada disso vai mudar. Se eu fosse você, não tentaria desafiar a paciência de um Imperador com atitudes tão tolas.A voz dele era calma, mas carregava uma autoridade que não admitia questionamento.A gentileza e a flexibilidade que ele tinha mostrado no sul eram apenas uma ilusão, criadas ao temporariamente deixar de lado a autoridade imperial. No fundo, ele continuava sendo o governate severo e dominante que sempre foi.Íris disse, com uma ponta de ironia:— Cheguei a pensar que teria direito de escolha.A ira de Mateus não vinha do fato dela ter adiantado meio ano por conta própria, mas do simples fato de que jamais aceitaria sua partida.Ele ergueu o queixo dela, olhando de cima para baixo.— Quanto a uma coisa, fique tranquila, isso é entre nós d
Íris acordou já na tarde, Flora estava ao seu lado, os olhos cheios de preocupação.— Senhora, como se sente? — Perguntou ela.Íris se sentou, tentando ajustar a respiração e mobilizar sua energia. Sua energia interna havia se recuperado, mas o corpo ainda estava fraco, seus lábios estavam pálidos, e o olhar carregava um certo desânimo.— Senhora, a Sra. Dalia entrou no palácio.Dalia estava ali para aconselhar Íris, ela parecia envelhecida de repente, toda exausta.— O Imperador já sabe da sua identidade. Ele chamou seu pai ao palácio e explicou toda a situação. Filha, como pôde ser tão inconsequente? Já que você se casou com o Imperador, por que querer partir agora? O Imperador foi generoso, não levou em conta os erros cometidos por você e pela família Castelo, ainda permitiu que assinasse aquele contrato de um ano. Mas pense, se esse contrato se tornar público, ninguém vai dizer que o Imperador errou...Íris, no entanto, não esperava que Mateus contasse tudo a seu pai. Seu olhar era
A cortina de contas foi empurrada, e, prestes a ser levada para dentro do dossel, Íris agarrou firme o tecido, mas não tinha força suficiente para segurar.Conforme Mateus avançava, a cortina escapou completamente de suas mãos. Ela viu o dossel se fechar à sua frente, e seus olhos brilharam com um lampejo de raiva contida.Mateus a colocou sentada à beira da cama e, com cuidado, retirou a presilha de madeira e a fita que prendiam seu cabelo.Quando os fios negros caíram, seus longos dedos percorreram o cabelo dela, segurando a nuca delicadamente, seu olhar carregava uma mistura de sentimentos complexos.— Hoje, eu planejava conversar com você com calma. Se você tivesse cumprido sua promessa e esperado um ano antes de partir, eu não estaria tão irritado agora. Mas você não me ouviu, insistiu no seu próprio caminho. Então eu só posso fazer do meu jeito, para garantir que cumpra sua promessa.Íris mordeu o lábio com força, tentando manter a consciência. Mateus percebeu sua intenção e adve