MasukÍris acordou já na tarde, Flora estava ao seu lado, os olhos cheios de preocupação.— Senhora, como se sente? — Perguntou ela.Íris se sentou, tentando ajustar a respiração e mobilizar sua energia. Sua energia interna havia se recuperado, mas o corpo ainda estava fraco, seus lábios estavam pálidos, e o olhar carregava um certo desânimo.— Senhora, a Sra. Dalia entrou no palácio.Dalia estava ali para aconselhar Íris, ela parecia envelhecida de repente, toda exausta.— O Imperador já sabe da sua identidade. Ele chamou seu pai ao palácio e explicou toda a situação. Filha, como pôde ser tão inconsequente? Já que você se casou com o Imperador, por que querer partir agora? O Imperador foi generoso, não levou em conta os erros cometidos por você e pela família Castelo, ainda permitiu que assinasse aquele contrato de um ano. Mas pense, se esse contrato se tornar público, ninguém vai dizer que o Imperador errou...Íris, no entanto, não esperava que Mateus contasse tudo a seu pai. Seu olhar era
A cortina de contas foi empurrada, e, prestes a ser levada para dentro do dossel, Íris agarrou firme o tecido, mas não tinha força suficiente para segurar.Conforme Mateus avançava, a cortina escapou completamente de suas mãos. Ela viu o dossel se fechar à sua frente, e seus olhos brilharam com um lampejo de raiva contida.Mateus a colocou sentada à beira da cama e, com cuidado, retirou a presilha de madeira e a fita que prendiam seu cabelo.Quando os fios negros caíram, seus longos dedos percorreram o cabelo dela, segurando a nuca delicadamente, seu olhar carregava uma mistura de sentimentos complexos.— Hoje, eu planejava conversar com você com calma. Se você tivesse cumprido sua promessa e esperado um ano antes de partir, eu não estaria tão irritado agora. Mas você não me ouviu, insistiu no seu próprio caminho. Então eu só posso fazer do meu jeito, para garantir que cumpra sua promessa.Íris mordeu o lábio com força, tentando manter a consciência. Mateus percebeu sua intenção e adve
Flora entrou no salão interno e logo percebeu o biombo tombado no chão.— A senhora realmente vai partir?Íris respondeu com a voz calma, quase contida:— Sim, o caso da família Ferreira vai ficar na minha lembrança.Aquele homem de manto negro também havia matado Otávio.Flora mostrou preocupação:— Senhora, eu... Estou preocupada com o Imperador...— Ele vai entender. — Os olhos de Íris estavam serenos, quase apagados.Se não fosse absolutamente necessário, ela não queria que aquilo se tornasse público.Naquela noite, Mateus passou horas em claro, seu coração queimava em chamas.“Sempre acreditei que teria um ano com a Imperatriz, mas ela secretamente reduziu para meio ano! Me dediquei sinceramente a conquistar seu coração, enquanto ela planejava partir. Como pode existir alguém tão implacável nesse mundo?”, pensou ele consigo mesmo....No dia seguinte, Mateus terminou os assuntos do governo e seguiu para o Palácio da Harmonia.Os guardas vigiavam com extrema rigidez, como se aquele
Mateus respirou com uma leve pausa, depois se aproximou de Íris e segurou seu braço.— Você quer sair do palácio para investigar aquele homem de manto negro, né? Está bem, eu te autorizo. — Sua voz carregava um leve tremor quase imperceptível. — Faça do jeito que achar melhor.Íris o encarou com firmeza, sem um pingo de hesitação nos olhos.— Não é só por causa dele. Majestade, dessa vez, não vou voltar.Os olhos amendoados de Mateus se estreitaram, deixando escapar uma pontinha de irritação, mas ele se esforçou para manter a calma.— Do que está falando? O contrato dizia um ano...— Vossa Majestade se enganou, era meio ano. — Íris entregou a ele o contrato.Mateus abriu imediatamente o pergaminho, e a expressão fria de seu rosto se transformou em surpresa, choque e arrependimento.O contrato realmente dizia seis meses.Mas ele tinha certeza de que, originalmente, haviam combinado um ano.Então só podia haver uma explicação: ela havia mudado o “um” para “meio”…Mateus abaixou os olhos,
No Palácio da Felicidade, Adelina apresentou as provas dos conluios de Dedeu com os ministros.— Tudo isso foi descoberto pelo meu pai. — Disse ela. — Ele já desconfiava das más intenções de Dedeu, fingindo amizade para investigar seus aliados e reunir essas listas de conluios.Aquelas informações pouparam muito trabalho de Mateus, ele as examinou com seriedade e disse:— Seu pai fez um grande serviço.Adelina manteve o olhar firme e leal.— Ser fiel ao Imperador sempre foi o dever do meu pai. Se pudermos aliviar os problemas da Vossa Majestade, já basta. Esses últimos dias, a Vossa Majestade trabalhou até tarde por causa de Dedeu, mas agora finalmente pode descansar um pouco.Mateus tinha ido ao Palácio da Felicidade justamente por causa daquelas provas nas mãos de Adelina.Eles sempre tinham agido daquela forma: ele governava, e Adelina, com sua família, o apoiava totalmente.Ela não era como as outras mulheres. Apesar da aparência frágil, agia com firmeza e frequentemente encontrava
Mateus tinha convicção que ele jamais esqueceria algo que realmente tivesse feito, e ele nunca havia tocado em Adelina! Mesmo bêbado, jamais faria algo tão absurdo.Só que... Adelina não parecia ter motivo algum para inventar aquilo.Os dois tinham crescido juntos, tinham sido discípulos do mesmo mestre, quando ele subiu ao trono, ela o ajudou sem medir esforços.“Por que ela mentiria sobre algo tão grave?”, ele se perguntou em seu coração.Adelina respirou fundo e tentou sorrir, mas os olhos deixaram escapar uma tristeza partida.— Se você não lembra... Tudo bem. Aquela noite foi um erro. Eu já decidi deixar isso para trás, e seria melhor que você também deixasse. Não deixe que isso vire um espinho entre você e a Imperatriz.Mateus se levantou de súbito, o olhar firme e apertado sobre ela.— Adelina... Pelos mais de dez anos que passamos juntos, não me engane. Aquela criança... Era realmente minha?Adelina mordeu a parte interna da boca e, depois de um instante, assentiu com dificulda







