Capítulo 4

— Thais, eu te dou dinheiro e você não aceita? O que isso significa? Eu sou um estranho pra você?

Respondi: — Já que terminamos, é melhor não termos mais contato, para evitar mal-entendidos.

Pensei em certos maridos ciumentos.

Eder então olhou para Rosana, com uma expressão de quem já entendia tudo.

— A empresa vai organizar um jantar para o Diretor Pacheco daqui a três dias, e eu pretendia te levar para conhecer um pouco do mundo.

— Mas você precisa comprar uma roupa adequada, para não passar vergonha na hora...

Antes que ele terminasse, interrompi com uma recusa delicada:

— Não é necessário, obrigada.

Ao ouvir minha recusa novamente, Eder ficou visivelmente irritado.

A mão com o cheque estagnou no ar, seus dentes rangendo de raiva.

— Thais, agora você está cheia de atitude, é verdade que quem é pobre tem mau humor.

— Já que você não quer ir, tudo bem, eu levo a Rosana!

Ao ouvir que Eder a levaria ao jantar, os olhos de Rosana brilharam e ela imediatamente disse:

— Eder, eu vou me comportar muito bem, prometo que não vou te envergonhar.

Não quis mais me envolver com eles, virei as costas e saí rapidamente, deixando uma frase antes de partir.

— Espero que em três dias você continue tão confiante assim.

Saí apressada do saguão de desembarque, respirando o ar fresco, e o enjoo que sentia se aliviou bastante.

Três anos atrás, minha família organizou para que eu fosse ao exterior conhecer pretendentes, e sob a pressão dos meus pais, pedi ao meu namorado de sete anos, Eder, que casasse comigo, planejando resolver tudo antes de viajar.

Eder concordou.

Mas, para minha surpresa, na porta do cartório, além de Eder, encontrei também o amor da vida dele, Rosana.

— O filho da Rosana precisa ser registrado, eu preciso casar com ela primeiro.

— Assim que o divórcio sair em um mês, eu caso com você imediatamente.

— É só por causa da criança, não pense demais.

Ao ver Eder de mãos dadas com Rosana entrando no cartório, perdi todas as esperanças.

Naquela noite, embarquei para o exterior para o encontro arranjado.

Um mês depois, casei numa cerimônia com Robson, e um ano depois nasceu Jesimiel Pacheco.

Recentemente engravidei de Elisabete Pacheco, e se não fosse para acompanhar Robson numa visita à família, eu nunca teria voltado ao país.

Muito menos esperava encontrar Eder.

Três dias depois, passei uma maquiagem leve, vesti uma roupa casual e fui sozinha ao local do jantar.

No momento em que me viu, Eder teve um brilho nos olhos e um sorriso de satisfação nos lábios.

— Você disse que não viria, mas seu corpo foi bem honesto.

— Mas se quiser me reconquistar, tem que me agradar. Em eventos como este, precisa se vestir de acordo com meu status.

Ignorei o narcisismo repentino dele e tentei passar direto para o meu lugar.

Dei apenas dois passos quando, irritado, Eder me segurou pelo braço.

— Thais, estou falando com você, ouviu?

— Nossos lugares são aqui, pra onde você vai?

Soltei a mão dele e respondi calmamente:

— Esse é o seu lugar, o meu é ali.

Seguindo meu olhar, Eder olhou para a mesa principal e ficou com uma expressão péssima.

Rosana lançou-me um olhar venenoso, apontou para minha pulseira e gritou alto:

— Thais, como você entrou aqui escondida? Veio causar confusão, não foi? Como ousa usar essa pulseira?

A voz dela era tão alta que chamou a atenção de todos ao redor.

— A pulseira dessa mulher não é o "Amor Eterno" que o Diretor Pacheco comprou a peso de ouro para a esposa? Hoje é a primeira vez que o Diretor Pacheco apresenta a esposa em público, será que estão tentando prejudicar a Sra. Pacheco?