- Visse o quê? - Perguntou Hugo, com um tom indiferente.- Visse cada detalhe do nosso bom amigo encontrando o verdadeiro amor, está bom assim? Às vezes, me sinto realmente sufocada ao conversar com Hugo. Ele é tão direto quanto Carlos, mas ainda mais sério e formal.Na minha vida anterior, quando trabalhei com ele, seu coração estava totalmente dedicado a Celeste, e ele não demonstrava interesse em conversar sobre outros temas comigo, o que agora é diferente.Ele é como um professor, e eu, uma estudante com a consciência pesada.Mas a minha resposta também era sincera, pois sabia que Hugo também se apaixonaria por Celeste no futuro, e eu queria que ele me acompanhasse para ver o desenvolvimento do relacionamento entre Carlos e Celeste.Hugo olhou para mim como se eu fosse uma louca. Sem dizer uma palavra, saiu do carro.Assim que ele partiu, acelerei e segui meu caminho, o vendo ainda parado lá, olhando para mim pelo retrovisor.Nos dias seguintes, estive bastante ocupada ajudando
Após tomar um banho relaxante, iniciei meu cuidado com a pele. Foi nesse momento que Carlos entrou no quarto. Achei estranho. Desde que renasci, por que as vezes que ele entrou no meu quarto aumentaram drasticamente?- Por que não quer que eu vá ao noivado da Larissa? - Perguntou Carlos, se aproximando da minha penteadeira com um tom relativamente calmo. Ele se apoiou casualmente na borda da mesa, suas longas pernas, cobertas por calças sociais pretas, se destacavam, mais altas que a própria mesa.- Eu não disse que não queria. Você está sendo sensível demais. - Respondi, um tanto resignada.- É por causa do Hugo? - Perguntou Carlos, baixando os olhos, uma leve ruga se formando em sua testa, sinal que muitas vezes indicava um humor rapidamente se deteriorando.“Estava prestes a explodir. Do que ele estava falando? O que Hugo indo ao evento tinha a ver comigo?”- Não é isso. Carlos, o que quer dizer? Fale diretamente. Nunca precisamos ser tão indiretos um com o outro. - Enquanto falav
Estava prestes a rebater quando a chamada foi atendida, e a voz de Hugo ecoou.- Alô?Eu, ansiosa e irritada, sem perceber, comecei a encher os olhos de lágrimas, dominada por uma intensa frustração.Carlos continuava ao telefone, mas fixava seus olhos em mim.Ao perceber que eu chorava de raiva, ele se surpreendeu e, enfim, disse a Hugo:- Nada, disquei por engano.Ao vê-lo desligar, senti um alívio no coração.Subi então na cama e me cobri, sem ânimo para dar atenção a Carlos.Carlos continuou em silêncio.Escutei seus passos se dirigindo ao banheiro e, logo depois, o som da água.“Ele não vai querer dormir aqui esta noite, será?” Eu estava inquieta.Sinceramente, preferia não dividir a cama com Carlos.Primeiro, porque é fácil nos envolvermos demais; segundo, receio que minha vontade se enfraqueça.Há uma multidão na internet brincando que eu deveria cuidar do pós-parto da amante de Carlos. Embora seja apenas conversa, penso que, na relação física, a mulher tem mais a ganhar.Com
Uma noite pacífica se passou, desde que abençoei Carlos, ele não mais falou comigo.Quando o despertador soou, me levantei sonolenta, observando que Carlos já estava de pé, vestido com elegância, finalizando o nó de sua gravata.Carlos é um homem de determinação, com uma notável capacidade de ação e extremamente disciplinado.Raramente o via ficar na cama; em assuntos sérios, ele jamais se atrasa.O observei atentamente.Ele possui um porte típico do Ocidente, mas com traços orientais.Sua estatura não é apenas alta; seu físico supera o de um homem comum, com músculos fortes e bem definidos. Parece esguio vestido, mas revela um corpo musculoso sem roupas.- Por que está me olhando? Vá se trocar logo. - Disse Carlos, após concluir o ajuste da gravata, me lançando um olhar rápido.Concordei e corri para o closet, escolhendo um elegante vestido branco de um ombro só, com cauda sereia, um tanto justo, mas muito sofisticado, sem ser excessivamente chamativo.Após pegar um par de sandálias
Mônica resmungou:- Só não se deixe seduzir pela beleza dele.Independentemente de tudo, no momento em que Carlos saiu do carro, era como se uma imensa luz tivesse sido acesa, irradiando brilho por todos os lados.Qualquer um que tivesse olhos e um mínimo senso estético não conseguia evitar de olhá-lo mais um pouco.Quando vi Carlos pela primeira vez, aos dezessete anos, ele já estava no auge da juventude, exibindo sinais de uma beleza incrível.Naquela época, parecia pertencer a um mundo diferente do nosso.- Certo, sempre me lembre disso. - Respondi, sorrindo.- Claro que vou te lembrar! - Mônica enlaçou meu braço e, com a outra mão, puxou Dolores, e as três de nós entramos juntas no lobby do hotel para pegar o elevador até o salão Clássica.Um noivado é diferente de um casamento.É menor em escala e não possui tantas cerimônias, sendo mais um jantar com amigos e familiares, além de algumas pessoas importantes.Havia oito mesas redondas no salão Clássica, e os garçons do hotel estava
Depois que Larissa saiu, Mônica, Dolores e eu ficamos conversando até que, meia hora depois, Heitor e seus pais apareceram. Heitor, ciente da nossa boa relação com Larissa, veio nos cumprimentar junto com seus pais.- Samy, Mônica, Dolores, vocês vieram.- Claro que viemos, o noivado da Lari é um evento importante - Respondeu Mônica.Minha atenção, porém, estava voltada para os pais de Heitor. O pai dele parecia bem, sorrindo, mas a mãe de Heitor tinha uma expressão séria, quase infeliz. “Como alguém pode ter essa expressão em um dia tão feliz?” me perguntei.Larissa também apareceu com seus pais.- Tio e tia - Cumprimentou Heitor, sorrindo para Larissa, que retribuiu o sorriso.Mônica, Dolores e eu cumprimentamos os pais de Larissa, com quem já éramos mais familiarizados, enquanto os pais de Heitor, que encontrávamos pela primeira ou segunda vez, pareciam um pouco distantes. Ouvi dizer que eles sempre viveram em sua cidade natal, um tanto distante.Após as saudações, Larissa e Hei
- Pare o carro aí, tenho um assunto para resolver e não vou voltar agora. - Eu disse de repente.- Para onde você vai? - Perguntou Carlos.- Melhor não nos intrometermos nos assuntos pessoais um do outro. - Respondi, desafivelando o cinto de segurança com um tom frio.Carlos me lançou um olhar gelado e parou o carro ao lado da estrada. - Desça.Imediatamente, saí do carro e, sem olhar para trás, caminhei até a calçada. O carro de Carlos acelerou ao meu lado, partindo sem a menor hesitação."Se fosse Celeste quem tivesse saído do carro zangada, ele não iria embora, certo? Não, ele nem mesmo permitiria que Celeste saísse."Bati na minha cabeça, frustrada. Por que ainda me comparava com Celeste? Afinal, Carlos não me via da mesma maneira que a via.Depois de pegar um táxi, disse cansada: - Me leve ao bar mais próximo.Dez minutos depois, cheguei a um bar.Estava vazio à tarde.Me sentei sozinha, pedi algumas garrafas de bebida e comecei a beber, mergulhada em solidão.De repente, me le
Giuseppe estava trabalhando, logo não podia beber muito. Não insisti, apenas mantivemos uma conversa casual.Ele disse: - Samy, da última vez você me emprestou vinte mil, ainda tenho oito mil restantes. Vou te devolver esse valor agora e, quanto aos doze mil restantes, trabalharei em bicos para te pagar. No próximo semestre, começarei meu estágio e, assim que encontrar uma empresa decente, devo conseguir juntar o dinheiro rapidamente.- Já vai começar o estágio? - Me surpreendi.- Vou me formar em junho do ano que vem e a Céu também estará no último ano. - Giuseppe parecia reflexivo sobre o tempo passar tão rápido. - O tempo realmente voa.Fiquei em silêncio, me lembrando de quando estava na universidade e fingia encontros casuais com Carlos, mas agora já estou quase nos trinta.Nesse momento, outras três figuras se aproximaram de nós e reconheci Hugo imediatamente. Que azar, ele e Douglas junto com João também vieram a este bar? Que coincidência infeliz.- Pepe, vá cuidar do seu t