Gabriel deslizou a palma da mão para baixo, envolvendo o delicado pescoço de Helena. O homem inclinou a cabeça, seus olhos profundos fixos nela. A distância entre os dois era mínima, e suas respirações se misturavam. Com a voz rouca, ele perguntou: — Não precisa o quê? — Não se faça de desentendido. — Respondeu Helena, em um tom baixo. Gabriel segurou suavemente o queixo de Helena, inclinando-o levemente para cima, obrigando-a a encará-lo diretamente. — Quero ouvir você dizer. Os olhos dele, tão profundos quanto o oceano, pareciam querer puxá-la para dentro. Helena mordeu levemente os próprios lábios antes de responder: — Não quero que você se preocupe que eu vá amar outra pessoa. Gabriel soltou uma risada suave, e pela primeira vez, suas feições normalmente frias ganharam um toque de suavidade. Ele perguntou: — E você? Já se preocupou que eu amasse outra pessoa? Ela já havia se preocupado, especialmente quando Raquel tinha acabado de voltar ao país. Helena ba
Naquela noite, Helena estava impecável. O vestido preto ajustado realçava cada curva perfeita de seu corpo. Os lábios pintados de vermelho eram o contraste perfeito com o preto, destacando ainda mais sua pele brilhante. Sua beleza tinha um toque afiado, quase agressivo. Gabriel engoliu em seco. Ele encerrou a ligação e, sem hesitar, segurou o pulso de Helena, puxando-a suavemente para perto de si. Helena acabou sentada no colo de Gabriel. Ele passou os braços ao redor dela e, com a voz rouca e grave, sussurrou próximo ao seu ouvido: — Eu senti sua falta. Helena sorriu de canto, um brilho brincando em seus olhos. — Eu também senti sua falta. — Se sentiu, por que não me ligou? Por que não veio me procurar? — Eu estava ocupada hoje. — Ocupada com o quê? — Saí para fazer compras com a Júlia. O tom de Gabriel ficou levemente azedo: — Ah, entendi. Sua melhor amiga é mais importante que eu. Helena riu, achando graça da situação. — Até da Júlia você tem ciúmes? Ga
Júlia era dois anos mais nova que Helena. Com seus vinte e cinco anos, ainda estava solteira e nunca havia namorado. Mas nunca ter namorado não significava que ela nunca tivesse gostado de alguém. Ela permaneceu solteira por todos esses anos porque em seu coração havia alguém que nunca poderia ser dela. Helena sabia muito bem quem era essa pessoa no coração de Júlia. Era Raul Jackson, o filho da empregada da família Barros. A família de Raul tinha uma condição financeira simples, completamente incompatível com o status da família Barros. Era óbvio que a família de Júlia jamais aceitaria um relacionamento entre eles. Júlia, apesar de ser sempre tão tranquila e obediente, já havia sido corajosa por amor uma vez. No verão em que terminou o ensino médio, no dia de sua festa de 18 anos, ela reuniu toda a coragem que tinha e confessou seus sentimentos a Raul. Mas Raul rejeitou Júlia. Essa história era um segredo guardado a sete chaves. Além dos dois envolvidos, apenas Helen
Jacó, com raiva, levantou o punho no ar, mas antes que pudesse fazer algo, Chloe apareceu e agarrou o pulso dele com firmeza. Com o rosto frio e uma voz gelada, Chloe disse apenas uma palavra: — Quer morrer? Em seguida, ela torceu o pulso de Jacó. Um som seco de “crack” ecoou, e Jacó soltou um grito de dor. O rosto dele ficou pálido como papel. Sem hesitar, Chloe deu um chute certeiro nele, derrubando Jacó de joelhos no chão. O chão estava escorregadio, e Jacó acabou caindo de frente para Helena, batendo a cabeça contra o piso com um som alto e humilhante. Chloe olhou para ele de cima, com um olhar frio e desdenhoso, como se estivesse avaliando um inseto insignificante. Ela havia se afastado por poucos minutos para ir ao banheiro, e quando voltou, já havia um idiota sem noção tentando arrumar confusão com sua chefe. — Quer que eu quebre ele todo ou que acabe com ele? — Perguntou Chloe, com os olhos cheios de uma frieza mortal, enquanto virava o rosto para Helena. He
A bolsa que Helena estava carregando naquele dia era uma edição limitada global da marca para a qual ela estava indo. Um modelo exclusivo, disponível apenas para membros Black Card.No site oficial, claro, essa bolsa nunca seria encontrada. Era algo que pessoas comuns nem sequer tinham a chance de ver.A mulher continuou com o olhar cheio de desprezo e ironia:— Para de se fazer de superior. Meu namorado te dá três mil reais, e você deixa o vestido pra mim.Helena deu um sorriso frio:— Já falei, não vou deixar.Ela então virou-se para a atendente e disse:— Por favor, pode embrulhar pra mim.— Claro, senhorita. — Respondeu a atendente, tirando o vestido do manequim e começando a embrulhá-lo.Os rostos do casal ficaram visivelmente feios.Helena passou o cartão e pagou pelo vestido. Enquanto isso, a mulher ao lado continuava com suas provocações.— Pobrezinha, esse vestido não é barato, viu? Custa mais de cinquenta mil reais. Na minha opinião, você deveria ter deixado pra mim e procura
A atendente abriu um sorriso de satisfação. Ela adorava clientes tão diretos assim. — Certo, por favor, aguarde um instante. Já vou embrulhar para você. — Você tem muito bom gosto. Esse vestido é da nossa nova coleção e, aliás, o mais vendido até agora. Na verdade, é o último que temos na loja. — Disse a atendente com um sorriso no rosto. Quando a atendente se preparava para tirar o vestido que estava no manequim, de repente, uma dupla entrou na loja. A mulher estava exageradamente maquiada e vestida de forma provocante. Usava uma blusinha de alça e uma saia jeans minúscula, que realçavam as pernas longas e o decote generoso. Seu corpo chamava atenção de qualquer um. — Amor, eu gostei daquele vestido. Compra para mim, tá? — Disse a mulher em um tom manhoso, apontando para o vestido azul que Helena tinha escolhido. O homem sorriu de leve. — Compro, se você gostou, tá comprado. Ele então lançou um olhar altivo em direção à atendente e ordenou com arrogância: — Garçonete