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Capítulo 2

Author: Outono fresco
Talvez fosse a excitação de estar na casa do aluno, mas logo uma onda avassaladora de prazer tomou conta de mim. De cabeça erguida e olhos fechados, eu me entregava ao frenesi de me dar prazer, perdida em uma maré de sensações intensas.

Em algum momento, um leve ruído de porta se abrindo soou ao redor, mas eu estava tão imersa naquele estado que mal percebi.

No ar, parecia que eu inalava o cheiro forte do suor de Daniel, como se sua presença ocupasse todo o espaço, imponente e inevitável. Em minha mente, a imagem dele surgia sem aviso: o torso definido, o corpo vigoroso em movimento, minhas mãos deslizando por cada músculo, enquanto gotas de suor desciam pelo peito, marcando o compasso de cada investida imaginada.

Não consegui me conter e deixei escapar um gemido, quase um grito:

— Ah… Isso, Dan… Você é incrível… Ah…

Um espasmo violento atravessou meu corpo e me deixou sem forças. Caí para trás, apoiando-me, exausta, contra o vaso sanitário, enquanto o meu peito arfava. Abri os olhos turvos, ainda atordoada, como se despertasse de um transe.

Foi então que percebi que alguém estava parado à porta.

A garganta dele se movia num engolir seco, e os olhos permaneciam fixos em mim, vidrados, como se não conseguisse desviar.

— Ah! — Soltei um grito sufocado.

Era Daniel. Justamente ele, o mesmo com quem eu fantasiei enquanto me tocava.

Instintivamente, puxei a saia para baixo e afastei a mão, sem saber como encarar o meu aluno. Minha mente era um turbilhão de pensamentos confusos.

— Como entrou aqui?! — Minha voz tremia um pouco quando perguntei.

Daniel também pareceu despertar do choque. As orelhas dele ficaram vermelhas de imediato quando ele explicou, constrangido:

— Eu tinha acabado o treino e não conseguia encontrá-la. Aí ouvi um barulho estranho vindo do banheiro…

Ao escutar aquilo, senti o rosto queimar ainda mais e não tive coragem de erguer os olhos para ele.

Estar na casa do aluno, deixar escapar o nome dele naquele momento íntimo e ainda ser flagrada por ele… Eu não tinha a menor coragem de encará-lo.

— Saia, por favor. Daqui a pouco eu lhe ensino a lição de hoje. — Pedi, esforçando-me para soar firme.

Daniel murmurou um “tá bom”, baixo, como se não quisesse sair dali.

Lancei a ele um olhar de relance e, de imediato, senti o coração disparar. Havia algo em sua postura, um sinal inconfundível de reação, que me deixou sem ar.

“Não pode ser… Ele realmente…?”

Levantei os olhos, hesitante, e nossos olhares se cruzaram de forma direta, intensa, impossível de negar.

Ele percebeu que eu estava olhando fixamente para aquela parte do corpo dele. O rubor subiu-lhe pelo rosto como fogo, e, sem dizer nada, desviou os olhos e virou-se depressa, saindo do banheiro.

Eu me apressei em lavar as mãos, tentando retomar a calma. Notei que até a ponta dos meus dedos estava enrugada pela água, e, de novo, senti o calor subir às minhas faces.

Ao erguer o olhar para o espelho, deparei-me com meu próprio reflexo com o rosto corado, os olhos semicerrados, a boca entreaberta e uma expressão marcada pela lascívia.

Não conseguia parar de pensar que Daniel tinha ficado excitado justamente por me ver, entregue, com esse ar indecente? Teria sido essa a razão para ele erguer aquela verdadeira tenda na calça?

Só de pensar naquilo, um calor voltou a subir pelo meu ventre. Cruzei as pernas, inquieta, esfregando-as uma contra a outra, e me xinguei em silêncio, tentando afastar aquelas ideias sujas da cabeça. Só então respirei fundo e saí do banheiro.

Daniel já estava sentado diante do piano, ainda sem camisa e com o corpo reluzindo de suor.

Aproximei-me, esforçando-me para parecer serena.

— Toque novamente a peça que eu lhe ensinei antes. — Disse, em tom controlado.

— Tá bom. — Respondeu ele, sem me encarar. As orelhas permaneciam vermelhas, e os olhos estavam baixos, fixos apenas no teclado.

As notas soaram, mas logo percebi a diferença.

— Você errou várias vezes. — Franzi a testa. — Antes, você não cometia tantos erros. Ainda não conseguiu se acalmar?

Ao recordar que ele mencionou a recente desilusão amorosa, compreendi que não seria fácil retomar a concentração. Suspirei e suavizei minha voz:

— Deixe pra lá. Eu vou tocar junto com você mais uma vez.

Inclinei-me sobre ele, colando meu corpo às suas costas. Assim, conseguia segurar suas mãos e guiá-las com mais firmeza no teclado.

— Não mexa os dedos sozinho. Deixe que eu conduza, e preste atenção para aprender.

— Tá bom. — Respondeu ele, mas a voz saiu estranhamente rouca.

Conduzi seus dedos por toda a melodia, e ao final percebi que seu corpo estava ainda mais suado. O calor dele atravessava minha roupa fina, molhando o tecido do meu vestido, a ponto de deixar meu sutiã parcialmente visível por baixo. Meus seios, fartos, pressionavam o tecido úmido do vestido, como se estivessem prestes a transbordar.

— Por que você está suando tanto assim? Está passando mal? — Perguntei, instintivamente, levando a mão à sua testa para verificar.

Os olhos dele estavam avermelhados quando murmurou, em tom grave:

— Professora… Eu estou me sentindo mal.

— Mal? Mas onde exatamente? — Questionei, confusa.

De repente, Daniel segurou minha mão com força e se levantou. Num gesto rápido, pressionou minha palma contra a calça dele.

Arregalei os olhos. Era realmente enorme…

— Professora… É aqui que dói. Desde que viu você, ele não consegue mais se acalmar. — Sussurrou, a voz carregada de desejo.
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