A chuva batia forte no vidro. A luz branca da emergência do hospital era quase cruel.— Doutor, rápido! O braço dele está muito ferido!A voz de Isadora tremia enquanto apoiava Rafael em direção à maca.Zyan veio logo atrás, visivelmente nervoso:— Cadê a maca? Depressa!Rafael estava pálido, o suor escorria em gotas grossas pela testa. Mesmo assim, tentou sorrir:— Estou bem, Isinha... não precisa se preocupar.Isadora mordeu o lábio, olhando para o inchaço assustador no braço dele. Um misto de culpa e gratidão a sufocava:— A culpa é minha... se não tivesse me defendido, não estaria assim.— Não fala besteira.Ele levantou a outra mão, tentando tocar o rosto dela. O movimento puxou a dor do ferimento, fazendo-o prender o ar entre os dentes.— Proteger você é... meu instinto.O médico avaliou o machucado com rapidez e seriedade:— Fratura no úmero. Vamos tratar agora. Por sorte chegou a tempo. Mais tarde, seria bem pior para recuperar.O peito de Isadora se contraiu de preocupação. En
Cada centavo extra pago ao Dr. Antônio valia a pena.Rafael já estava rastreando tudo; se ela não atuasse direito, cedo ou tarde seria descoberta.Na ala VIP do hospital, Tereza iniciou mais uma vez sua encenação.Olhou pelo olho mágico da porta, confirmou que o corredor estava vazio, pegou uma ampola de adrenalina do estojo médico e, sem hesitar, a aplicou no próprio braço.O efeito foi imediato: o coração disparou, o rosto queimou, e a respiração ficou curta e ofegante.Ela soltou um gemido de dor e apertou o botão de chamada ao lado da cama.A enfermeira entrou correndo e, ao vê-la naquele estado, empalideceu:— Sra. Tereza, o que está sentindo?Tereza agarrou a mão dela com força, a voz fraca, entrecortada:— Meu... meu coração... está disparado... não consigo... respirar... me ajude...A enfermeira checou rapidamente os sinais. O monitor disparou um alerta: o ritmo cardíaco estava perigosamente alto.— Situação crítica! Chamem o médico, agora!A ala virou um caos em segundos.Do o
O detetive continuou:— Pelas nossas apurações, essas contas no exterior tiveram grandes movimentações nos últimos dias. O dinheiro foi enviado para uma organização estrangeira bem suspeita.Olavo socou a mesa, o olhar tomado de fúria:— Organização estrangeira? Isadora, além de tudo, você ainda está envolvida com isso? O que mais está tramando?!Seus punhos se cerraram, os olhos queimando de raiva.Na estrada de terra, a equipe de Rafael teve que mudar de rota.O motorista gritou:— Senhor, a estrada à frente está quase intransitável. Podemos perder tempo!O assistente ordenou com firmeza:— Pisa fundo! Temos que chegar antes do Dr. Antônio!O motor rugia, os carros sacudiam na estrada cheia de buracos.Rafael, no banco de trás, estava calado, mas seus olhos tinham a frieza de um predador. Sabia que: se aquele médico escapasse, tudo poderia desmoronar.No hospital, Tereza dispensou a enfermeira e trancou a porta da ala VIP.Pálida, mas com um brilho estranho nos olhos, puxou debaixo d
Desde a última traição de Olavo, Marcos não tirava os olhos dos movimentos dele e de Tereza.Por meio de um amigo do hospital, soube que algo estranho estava acontecendo.— Na psiquiatria apareceu uma paciente esquisita, Tereza. Diz que ficou abalada depois do sequestro, mas meu amigo viu o prontuário: os exames mostram tudo normal, sem sinais de ferimentos graves. Isso deixou Marcos ainda mais desconfiado.O suposto sequestro, as “situações estranhas” do hospital e a traição de Olavo mostravam que nada era tão simples quanto parecia.Decidiu, então, investigar Tereza em segredo.No Sudoeste, em um pequeno vilarejo.Dr. Antônio, usando boné e máscara, caminhava apressado pelas ruas, segurando um passaporte falso. Planejava cruzar a fronteira para o país M.Mas... seus movimentos já estavam sendo monitorados pela equipe de Zyan.— Alvo avistado, seguindo para a fronteira.— Recebido, agir agora! Impedir a saída!Rafael imediatamente mandou a equipe seguir para a fronteira.Na estrada,
Zyan deu um sorriso frio:— Eles estão ansiosos demais. Isadora, quer que eu mande alguém dar um susto neles?Isadora balançou a cabeça:— Não precisa é necessário. Se a gente revidar agora, só vai deixá-los mais atentos. Vamos ficar calmos e ver o próximo passo deles.Rafael falou em tom grave:— O site fora do ar é só o começo. Com certeza ainda vão tentar outras coisas. Isinha, fique de olho.Isadora assentiu, o olhar brilhando com frieza:— Fica tranquilo. Se eles querem brincar, eu vou brincar até o fim.Zyan fez uma investigação rápida. No dia seguinte, trouxe uma notícia importante:— Isadora, descobri que Almir possui uma empresa fantasma. O fluxo de dinheiro é estranho: grandes quantias entram e saem diariamente, mas a empresa não realiza nenhuma atividade real.Ele colocou uma planilha diante dela:— Olha, esses valores vêm de várias contas pequenas, mas todas acabam nessa empresa fantasma e depois são transferidos rapidamente, sem deixar rastros.Isadora examinou os números,
Mas no campo de resultados, estava escrito: “Condição física boa, sem ferimentos, estado mental estável, sem sinais de depressão.”Eles se entreolharam, chocados e incrédulos. A verdade parecia prestes a vir à tona.Do outro lado, Rafael usou meios técnicos para acessar os arquivos eletrônicos do hospital onde o Dr. Antônio trabalhava.— O arquivo criptografado foi desbloqueado!Sua voz tinha um tom de satisfação contida, quebrando o silêncio do escritório.Isadora se levantou imediatamente e se aproximou da tela do computador.O arquivo, antes ilegível, agora aparecia claramente: era um prontuário eletrônico psiquiátrico.O nome registrado era: Tereza.Zyan se aproximou da tela, franzindo os olhos:— Prontuário psiquiátrico? Essa Tereza... será que ela realmente tem doença mental?Isadora percorreu rapidamente o prontuário, um sorriso frio surgindo nos lábios.— O prontuário é real, mas a doença é falsa.— Como assim?Zyan não entendeu de imediato.Rafael apontou para informações-chav