PÁ!Isadora avançou com passos firmes e deu um tapa forte em Tereza, segurando firmemente os cabelos dela. Com a outra mão, pressionou levemente os lábios dela e avisou friamente:— Se você abrir a boca para falar da minha filha de novo, vou fechar essa boca aos poucos. Pode apostar.Tereza resmungou, encarando Isadora com desprezo:— Você não tem coragem, não?Na cabeça dela, Isadora não passava de uma dona de casa fraca e indefesa.Vendo aquela mulher completamente perdida, sem entender o que estava acontecendo, Isadora pensou que discutir com aquela boboca era rebaixar seu nível.Com força, empurrou Tereza para longe e deu uma risada fria:— Vai lá, chora para o meu marido. Vamos ver se ele vai querer se separar de mim.Antes, Isadora tinha medo do divórcio, porque não queria destruir a família da Aline. Mas agora, com Aline fora de sua vida, Isadora não tinha mais nada a temer.O verdadeiro assustado com a ideia de divórcio era Olavo.Tereza, caída no chão, ainda maltratada, contin
Mesmo que Olavo estivesse ajoelhado na frente dela pedindo desculpas, Isadora não o perdoaria. Aline já não estava mais aqui, e mesmo que ele quisesse se arrepender ou compensar, não teria mais chances!A Aline que ela amava tinha partido para sempre.Só de pensar naquela criança que partiu tão tragicamente, o coração de Isadora se apertava, como se fosse arrancado.Com toda a força que tinha, ela empurrou Olavo para longe, respirou fundo, e com a voz firme disse:— Olavo, não tem mais volta. Se quiser, a gente continua casado só de fachada. Se não quiser, a gente se separa. São dois caminhos, e você sabe melhor que eu qual escolher.Ela continuou, com um tom calculado:— Sei que tudo isso é por causa do irmão da Tereza. Em vez de me amarrar com essa culpa barata, vamos negociar. Que tal?Isadora ajeitou a roupa, se sentou no canto da mesa dele, cruzando as pernas com elegância.Olavo nunca imaginou que um dia essa mulher teria coragem de se sentar ali daquele jeito e falar em negociar
Não dava mais para aguentar, ela nem queria mais segurar.Isadora deu um tapa forte em Olavo, puxou a gravata dele com toda a força e o encarou com um olhar feroz:— A partir de agora, você está proibido de falar da Aline ou sequer mencionar o nome dela. Você não merece isso!Esse tapa e a fúria de Isadora deixaram todos boquiabertos, especialmente Tereza. Ela nunca imaginou que Isadora perdesse o controle a ponto de agredir Olavo.Tereza parou até de chorar, com o rosto tomado pela preocupação. Ela sabia que a situação do irmão era muito mais complicada do que imaginava.Olavo, com os olhos ardendo de raiva, roendo os dentes, ordenou:— Tereza, saia daqui.Ela puxou a manga dele, quase sem voz:— Olavo?— Vai embora!Com um empurrão, Olavo tirou a mão de Tereza, que perdeu o equilíbrio e caiu no chão, olhando para ele com olhos suplicantes.Antes, Olavo jamais teria tratado Tereza assim, nem levantado a mão para ela. Mas agora, ele nem sequer olhou para ela, todo seu foco estava em Is
— Ele ainda é tão novo, tem um futuro inteiro pela frente... Por favor, eu te imploro!Tereza falava entre soluços, chorando sem parar.Daquele jeito, não era só Olavo que se sentia tocado, até Isadora chegou a achar a cena comovente.Mas pena não era suficiente. Isadora era a vítima. E como vítima, ela não tinha nenhuma obrigação de perdoar o agressor.Se naquela noite Rafael não tivesse chegado a tempo, ela nem queria imaginar o que teria acontecido... ou o que teria sido dela.Olavo se aproximou e tentou puxar Tereza do chão:— Tereza, se levante.Mas ela balançou a cabeça com força, insistindo entre lágrimas:— Não! Tenho que implorar! Preciso implorar! O Almir é tudo que tenho... Eu não posso ver ele assim, sofrendo!Ela se agarrou à barra da saia de Isadora, com força.— Isadora, eu te imploro... Se você escrever a carta de perdão, se você soltar meu irmão, eu faço qualquer coisa. Qualquer coisa!A postura de Tereza parecia humilde, mas, no fundo, era só chantagem emocional, joga
Nada de escândalo? Nenhuma reação?Pois é... Essa mulher realmente evoluiu. Agora ela esconde o jogo cada vez melhor.Olavo bufou, virou as costas segurando a mão de Tereza, e saiu com ela.Isadora ficou parada, sem expressão. Apenas perguntou em voz firme:— Eu gostaria de ter acesso aos relatórios do departamento de marketing dos últimos cinco anos. Quero me familiarizar com as operações básicas do Grupo Carvalho. Alguém pode me ajudar com isso?Uma funcionária se levantou com um sorriso gentil:— Na sala de arquivos, no nono andar.— Obrigada.Isadora tocou de leve o ombro dela e saiu com passos firmes.Assim que ela virou as costas, o grupo de mensagens da empresa voltou a pipocar.[Gente, a Sra. Isadora é demais! Duas frases e botou a outra para correr!][Que botou o quê! Só empurrou direto para o lado do Olavo.][Essa Tereza tem cara de falsiane. O que ela tem de tão especial, hein?][Homem gosta justamente desse tipo... fazer o quê?]Cada um olhava para o computador, trocando ol
Logo o grupo de mensagens da empresa virou um caos:[Não acredito! A oficial e a amante trabalhando na mesma empresa? E ainda por cima, uma como vice-diretora e a outra como funcionária comum?][Sempre ouvi dizer que os ricos gostam de umas jogadas excêntricas, mas essa foi demais, né?][Acham mesmo que só um casamento no papel vale mais do que amor? Abram o olho, porque quem o Olavo protege é quem manda. Melhor não escolher o lado errado.]Isadora ouviu a voz de Olavo e levantou os olhos.Ao ver os dois entrando de mãos dadas, achou aquilo ridículo.— Essa troca de pessoal... será que o conselho sabe disso?— Usar o cargo para favorecer a amante? Isso não é só vergonhoso, é antiético.Ela se levantou, cruzou os braços e o encarou, fria.Colocar a amante dentro do Grupo Carvalho? Ele só podia estar sonhando.Olavo nem disfarçou o tom de deboche:— Isadora, você agora é apenas uma funcionária comum. Não tem mais voz aqui.— Sou o presidente. Quem eu quiser nomear diretora, será diretora