LOGINA velha amiga de infância de Valentim Leal, Dalila Travassos, voltou a ocupar o banco do carona. Dessa vez, não fiz escândalo. Fui direto pro banco de trás, sentando ao lado do melhor amigo dele, Guilherme Novaes. Com o carro sacolejando na estrada, meu joelho roçou na coxa firme e tensa do Guilherme. Não tirei. Ele também não se mexeu. Na parada do posto, Dalila arrastou o Valentim pro banheiro. Assim que as portas se fecharam, Guilherme segurou minha nuca e me beijou. Perdida naquele beijo quente e confuso, pensei: Desconfiar dos homens. Entender os homens. Virar um deles. Essa é a grande verdade.
View More— Naquele dia, eu tava usando uma camisa masculina. — Falei.As pupilas de Valentim se contraíram na hora. O rosto foi ficando vermelho, quase furioso.E eu continuei:— A camisa era dele. Passamos a noite inteira juntos. Bebemos, conversamos... e dormimos juntos também.— Clarice! — Ele rosnou.— Calma. — Inclinei a cabeça com um sorriso — Você e a Dalila também não fizeram o mesmo?— E olha que, na época, a gente ainda nem tinha terminado.— Isso é diferente! — Valentim explodiu. — Com a Dalila foi só diversão! Se eu gostasse dela, você acha que ainda teria espaço pra você?— Aí é que tá. — Sorri, firme — Porque eu não tô brincando. Eu gosto de verdade dele.— Fala logo, porra! Quem é esse desgraçado?Valentim já tava fora de si.Pra ele, ninguém no mundo podia sequer pensar em encostar na “mulher dele”.— Juro que vou acabar com esse cara!Estava prestes a surtar de vez... quando uma voz fria soou às costas dele.— Vai acabar com quem, exatamente?Valentim congelou.Parecia um bonec
Quando acordei de novo, Guilherme ainda estava no meu apê.Pisquei várias vezes. Achei que tava sonhando.Ele estava de mangas arregaçadas, saindo da cozinha com dois pratos na mão.— Acordou? Quer comer alguma coisa?— Você... ainda tá aqui?Guilherme colocou os pratos na mesa. Ficou parado, me olhando com aquele jeito calmo, enquanto eu tentava acordar de verdade.— Tive medo que, se eu fosse embora, você sumisse de novo.Usava óculos. O cabelo, um pouco bagunçado, caía sobre a testa.Tão sereno, tão bonito. Parecia uma escultura de jade viva.Eu sempre gostei dele de óculos.Mas gostava ainda mais de ser eu quem os tirava.— Guilherme... — Caminhei até ele, levantei o rosto, olhei bem dentro dos olhos dele. — Eu não tenho mais nada. Posso perder até meu trabalho. E, pra ser sincera... eu nem sou filha dos Bueno. Só fui adotada. Eu sou egoísta. Vaidosa. Não acho que você poderia gostar de alguém como eu.Ele entendeu. Sentiu a minha insegurança, a vergonha, o medo.E me puxou pra um
Me mudei pra um novo apê alugado, tentando, aos poucos, me recompor.Durante esse tempo, Guilherme me mandou várias mensagens.Mas eu só respondia quando ele perguntava sobre minha saúde. E, mesmo assim, com frases curtas.Ele chegou a me chamar pra conversar.Pensei muito… mas não aceitei.Tinha medo de perder o controle assim que visse ele. Medo de querer abraçar, beijar, me jogar nos braços dele.Medo de querer ele só pra mim.Eu sabia, com uma clareza cruel: todo sonho doce tem hora pra acabar.Guilherme nunca me pressionou. Nem insistiu.Às vezes, eu stalkeava as redes dele.Postava pouco. Quando postava, era sempre ele correndo — de manhã ou de noite.E eu… parecia uma maluca. Ampliava as fotos ao máximo. Observava cada traço dele com fome nos olhos.No trabalho, as coisas começaram a desandar.Eu sentia, lá no fundo, que talvez o Valentim tivesse metido a mão nisso.Mas não podia me dar o luxo de sair. Só restava aguentar.Quando o salário começou a cair e a pressão quase me esm
— Pode chamar uma enfermeira? — Perguntei.Guilherme já colocava as luvas.— Tá duvidando da minha habilidade?Engoli seco. Não respondi.No segundo em que os dedos dele encostaram em mim, senti o rosto queimar.Mas, sem dúvida, ele era mesmo bom no que fazia.A dor foi dando lugar a uma estranha leveza. Um conforto que me deixava quase sonolenta.Lá pro fim do atendimento, achei ter ouvido ele chamar meu nome.Mas eu já tava tão sonolenta que nem consegui abrir os olhos.Talvez ele tenha dito algo. Talvez não.Só sei que saiu da sala em silêncio.Dormi profundamente.Quando acordei, não fui procurar por ele.Pedi pra enfermeira avisar que eu tinha ido embora.Saí do hospital de máscara, cabeça baixa, indo direto pra saída.Mas mal pisei do lado de fora, alguém me agarrou pelo braço.E, sem aviso, levei um tapa no rosto — tão forte que fiquei atordoada.Quando recobrei o sentido, vi as caras fechadas dos meus dois irmãos.— Clarice. Agora mesmo. Vamos falar com o Sr. Leal.— Eu não vo






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