O arquirrival do meu tio salvou minha vida duas vezes. Na primeira, foi no mar — um naufrágio, ondas violentas. Ele surgiu pilotando um jet ski e me tirou da morte certa. Na segunda, eu fui enganada. Puseram algo na minha bebida. Desesperada, dormi com o homem dez anos mais velho do que eu, o lendário herdeiro de Solmaré, Lourenço Monteblanco. Depois daquela noite intensa, o antigo mulherengo finalmente sossegou, e passou a ser só meu. Ele registrava, uma vez após a outra, meu corpo entregue ao desejo. Meu rosto queimava de vergonha, mas por dentro eu sorria — embriagada pela doçura de ser amada. Até que, do fim do corredor, vieram vozes soltas e sujas... — Lourenço, você tá se divertindo até demais, hein? — Aliás, imagina o Gilberto Marques sabendo que a sobrinha dele tá sendo comida há três anos pelo inimigo dele?
View MoreMal tinha dado alguns passos apressados e, de repente, tudo me pareceu familiar demais, como se eu tivesse voltado para aquele dia de três anos atrás.O dia da minha formatura. O mesmo dia em que deixei Lourenço para trás e embarquei para Paris。Só então percebi que nunca contei a ele o motivo de eu ter me apaixonado por ele.Quando eu tinha dez anos, por conta do trabalho dos meus pais, voltamos ao Aurélvia. As lembranças daquela fase eram quase todas embaçadas. Fui deixada numa casa de um amigo deles, como um dente de leão ao vento, sendo soprada de um canto a outro.Quando, enfim, nos estabelecemos nos Estados Unidos, meus pais contrataram um motorista — um homem calado, aparentemente pacato.Mas seus olhos sempre me observavam de um jeito que me deixava desconfortável.Quis contar à minha mãe, mas ela e meu pai estavam sempre ocupados demais.Até que, numa noite, ele entrou escondido no meu quarto.Entrei em desespero. Na luta, consegui alcançar uma tesoura na cabeceira. E, tomada
Lourenço abaixou a cabeça, a voz baixa como um sussurro:— Não. Eu só estou te pedindo pra me amar.Eu já estava exausta com aquela cena no meio da madrugada. Suspirei fundo, tentando acalmá-lo:— Lourenço, você não precisa fazer isso. O mundo não gira só em torno do amor. Você sabia que nem zumbis comem gente com cérebro obcecado por amor? Eles preferem morrer de fome.Ele me olhou com os olhos cada vez mais apagados. Forçou um sorriso.— Desculpa, Ariadne. É que eu te amo demais.Soltou minha mão e foi em direção ao quarto. Eu o segui.O apartamento tinha uma decoração sóbria, de tons acinzentados, estilo industrial. No centro da sala, um sofá macio contrastava com o resto do ambiente.— Por que ainda não foi embora? — Perguntou, parando à porta do quarto.— Vou esperar você se acalmar. — Respondi com cautela. Não teria coragem de deixá-lo sozinho daquele jeito.Ele não disse nada. Simplesmente começou a soltar o cinto do robe.— Não precisa se forçar. Eu entendo que você não me ama
Até aquele grupo começar a me notar também, foi que Lourenço tomou a decisão de se infiltrar. Coincidentemente, o plano de vingança que ele já vinha amadurecendo há tempos começava a ganhar forma.Jesiane o procurou com o objetivo de selar uma parceria.Por conta da depressão pós-parto da mãe, ela nutria um ódio profundo pelo pai e pelo filho bastardo dele — que por acaso era o CEO do Grupo Stellaris e inimigo declarado de Lourenço.No começo, ele hesitou. Mas com Jesiane como desculpa, ele poderia entrar mais facilmente na confiança daquele grupo.E em situações assim, as oportunidades não costumam bater duas vezes.Se cortasse o contato com Jesiane, talvez perdesse anos tentando conseguir as provas novamente.Após muita ponderação, aceitou a proposta.Assumir um papel “interno” aceleraria seu acesso ao núcleo do esquema criminoso liderado pelo irmão de Jesiane.Lourenço me disse que pensou, sim, em me contar. Mas apenas depois que tudo estivesse resolvido.Afirmou também que aquelas
Quando voltei para Vale do Riaçol, encontrei Lourenço.Ele estava agachado diante da porta do meu apartamento, abraçando os próprios joelhos, o olhar completamente vazio.Só quando me aproximei, algo brilhou nos olhos dele.— Você voltou. Finalmente. — Murmurou, como se estivesse esperando por mim há séculos.Não disse nada. Apenas estendi a mão, peguei a dele com cuidado e subi lentamente a manga da blusa. Debaixo do tecido, como eu já suspeitava, havia cicatrizes retorcidas, profundas e dolorosamente reais.Lourenço tentou esconder o braço, enfiando-o de volta na manga.Meu coração afundou. A raiva tomou conta de mim.Sem pensar, levantei a mão e dei um tapa forte em seu rosto.— Lourenço, você enlouqueceu?!A cabeça dele tombou de leve com o impacto, mas ele não respondeu.Em vez disso, segurou minha mão e a encostou com ternura na própria face avermelhada.— Eu achei que você tinha morrido.O rosto ainda ardia do tapa, mas ele continuava apertando meus dedos contra a pele quente.—
No dia seguinte, quando cheguei à redação, Lourenço já estava lá.Os colegas, sem saber quem ele realmente era, estavam encantados com sua aparência e charme, discutindo animadamente os preparativos para uma festa de boas-vindas.Entrei sozinha na minha sala, fechei a porta com firmeza, Na hora do almoço, bateram na porta.Pensei que fosse minha assistente, mas ao abrir, dei de cara com Lourenço.— Sr. Gilberto mandou comida. Não esquece de comer. — Disse ele com um sorriso discreto, estendendo uma marmita para mim.Com todos nos observando, não tive escolha a não ser aceitar. Bastou uma garfada para perceber: Ele estava mentindo.Aquela comida tinha sido feita por ele, sem sombra de dúvida. Eu não sabia o que Lourenço estava tentando.Ele surgia na minha vida feito um fantasma — silencioso, constante — mas sempre mantendo uma distância calculada.Até que, num final de semana, nos esbarramos de novo.Para evitar aquele clima estranho, resolvi visitar o centro de apoio que eu mesma fun
— Ariadne. Quanto tempo. — Chamou Lourenço com a voz calma e suave.Sentei-me ao seu lado, no banco alto do bar, e só então reparei em como ele havia mudado nesses anos. Estava visivelmente mais abatido, com o olhar cansado, marcado por traços que antes não existiam.— Você está bem? — Perguntei, e meu olhar caiu sobre o elástico de cabelo familiar em seu pulso. — O que aconteceu com sua mão?Lourenço não respondeu de imediato. A testa franzida, os olhos baixos, o cansaço escorrendo pelo rosto.— Me machuquei. — Disse por fim.Hesitei. Ele completou:— Tentei me matar. Duas vezes.Levantou o olhar para mim, e havia uma serenidade cortante no tom:— Sabe por quê?Como eu saberia?Ele desviou o olhar para a janela, o reflexo da rua piscando nos olhos opacos.— Você não ia querer saber.E não insistiu. Mudou de assunto como se falasse do tempo, voltando ao tema da sessão de fotos, discutindo ideias com a mesma naturalidade de sempre.Na hora de ir embora, ele se levantou.— Deixa que eu t
Bem-vindo ao Goodnovel mundo de ficção. Se você gosta desta novela, ou você é um idealista que espera explorar um mundo perfeito, e também quer se tornar um autor de novela original online para aumentar a renda, você pode se juntar à nossa família para ler ou criar vários tipos de livros, como romance, leitura épica, novela de lobisomem, novela de fantasia, história e assim por diante. Se você é um leitor, novelas de alta qualidade podem ser selecionados aqui. Se você é um autor, pode obter mais inspiração de outras pessoas para criar obras mais brilhantes, além disso, suas obras em nossa plataforma chamarão mais atenção e conquistarão mais admiração dos leitores.
Comments