Masuk— Ela é amiga da Luísa. — Rodrigo respondeu de forma direta. — Eu limitei o apoio financeiro dela, mas não posso tirar o apoio emocional que ela dá para Luísa.Henrique ficou surpreso por um instante, mas logo sorriu.Quarenta e poucos minutos depois, ele chegou em casa. Desceu do carro e fechou a porta com um gesto contínuo.Quando Rodrigo se preparava para sair em direção à Mansão das Águas Serenas, ele o chamou:— Rodrigo.Rodrigo parou de pisar no acelerador e olhou para ele. Antes que ele pudesse perguntar, Henrique falou primeiro:— Não viva no passado. Não carregue um fardo tão pesado. Se ele ainda estivesse aqui, também não gostaria que você fizesse isso.Rodrigo apertou as mãos no volante. Seus lábios se fecharam em uma linha fina e, nenhuma palavra foi dita.— Dirija com cuidado. Vá devagar. — Henrique sorriu e acenou para ele, como se tentasse transmitir sua leveza e alegria.Rodrigo pisou no acelerador e partiu.No caminho de volta, sua mente continuava sendo invadida por l
— Você não ia dormir? — Rodrigo sentou-se, mas não havia nada de anormal em sua expressão.— Dormir não é tão divertido quanto ouvir uma boa fofoca. — Henrique respondeu, enquanto cumprimentava algumas pessoas do lado de fora, pedindo que trouxessem duas taças e uma garrafa de bebida, e só então voltou a falar com Rodrigo. — Ainda mais se for sobre você.Rodrigo permaneceu em silêncio.Logo a bebida e as taças foram trazidas.Depois que as pessoas saíram, Henrique abriu a garrafa, encheu as duas taças e entregou uma a ele:— Você tem história, eu tenho bebida. Conta aí.Rodrigo olhou para ele, e naquele instante o olhar dele carregava muitas coisas não ditas.— Não me olha assim, dá arrepios. — Henrique brincou.Rodrigo pegou a taça, deixando-a sobre a mesa.Henrique franziu a testa, verdadeiramente curioso. — O que aconteceu afinal?— Ontem à noite, o Cacá me fez duas perguntas. Depois que respondi, ele ficou bravo. — Rodrigo relatou com calma. — E ainda disse que queria que eu morre
Rodrigo ajeitou o cobertor, deixando a cabeça de Cacá descoberta para que pudesse respirar melhor. Olhando para ele com os olhos fechados, claramente sem querer saber dele, ele não insistiu em acordá-lo. Apenas falou, com a mesma suavidade e paciência de sempre:— Descansa bem, não pense em mais nada. Não importa o que aconteça entre o papai e a mamãe, o nosso amor por você nunca vai diminuir.Cacá não respondeu. Fechou os olhos, fingindo dormir.— Boa-noite. — Rodrigo se inclinou e depositou um beijo de boa-noite em sua pequena testa.Vendo que ele continuava sem intenção de falar, Rodrigo desligou a luz e fechou a porta do quarto. Naquele momento, no escuro, Cacá abriu os olhos, antes sempre limpos e sem manchas, agora cobertos por complexidade e pensamentos confusos.Depois de sair do quarto, Rodrigo foi até Luísa. Ela ainda mantinha a mesma posição, deitada quieta, sem se mexer. Ele se sentou à beira da cama, observando seu rosto sereno. A respiração tranquila, o corpo quieto, obed
Cacá quis recusar. Ele queria cuidar da mãe sozinho. Mas, antes que pudesse insistir, o pai o pegou pelo braço e o levou para o quarto, acrescentando uma ameaça:— Se você não for se lavar e dormir agora, amanhã eu vou contar para ela que fui eu quem trouxe de volta.— Você... — Cacá ficou um pouco surpreso.— Vai logo. — Rodrigo o pressionou.— Eu vou esperar você. — Cacá ficou parado, sem se mexer.Rodrigo não disse mais nada. Levou a água demaquilante para o quarto e, com movimentos precisos e habilidosos, começou a remover a maquiagem dela. Nos cantos dos olhos, ao redor dos lábios e nas áreas delicadas, ele foi especialmente cuidadoso.Depois disso, limpou o rosto dela com uma toalha de rosto até não restar nenhum resíduo.Cacá observava tudo atentamente, e a memória involuntariamente o levou de volta ao passado, quando a mãe acompanhava o pai a jantares, chegava tarde em casa e adormecia no carro. O pai sempre a ajudava a se cuidar com a mesma atenção e delicadeza, sem incomodá-l
Ao ver alguém bêbada a ponto de nem saber quem é, mas ainda assim cobrindo Cacá com o cobertor corretamente, os olhos de Rodrigo passaram por uma expressão de silêncio.— Vou esperar a mamãe dormir para sair. — Cacá olhou com os olhos grandes e redondos.— Certo. — Rodrigo não disse mais nada.Ele ajeitou os cantos do cobertor para os dois, olhou-os por mais um instante e então apagou a luz, saindo do quarto.Sentado no sofá da sala, ele observou o espaço, menor que o banheiro da sua casa, com todos os cantos cheios de objetos do dia a dia. Ele realmente não entendia por que Luísa insistia em se divorciar e se mudar para sofrer desse jeito. Era pequeno, apertado. Sem empregados para cuidar da casa.Enquanto refletia, o celular no bolso vibrou. Ele pensou que fosse Tatiana ligando, mas era Henrique:— O que houve?— Ouvi dizer que você passou a noite bebendo com sua esposa? — Henrique não era fraco em fofocas.Rodrigo não respondeu, mas também não se surpreendeu que ele soubesse.— Onde
Marcos não teve tempo para pensar muito. Vendo Rodrigo se afastar, ele imediatamente acelerou o passo para segui-lo. Era tarde da noite, Luísa estava bêbada, e era difícil garantir que Rodrigo não aproveitaria a situação.Rodrigo percebeu o comportamento dele, mas não se moveu para detê-lo, permitindo que ele o acompanhasse até o elevador. Marcos permaneceu ao lado dele, com uma postura desafiadora, como quem dizia: "Estou de olho em você, não faça nada com a Luísa".Rodrigo nem se deu ao trabalho de olhá-lo.Logo chegaram ao 18.º andar.Os seguranças da porta cumprimentaram levemente Rodrigo ao vê-lo voltar, o mordomo cumprimentou:— Senhor.— Onde está o Cacá? — Perguntou Rodrigo.— O jovem está lá dentro lendo. — Respondeu o mordomo com sinceridade. — Já jantou, mas não para de perguntar quando a Srta. Luísa volta.Rodrigo murmurou em concordância e entrou. Marcos seguiu de perto.— Terminaram por aqui. Deixem apenas a chave do carro e podem ir. — Disse Rodrigo, carregando Luísa, vi