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Capítulo 6

Author: Lisa Cruz
O motivo pelo qual eu parecia estar tão bem disposta era porque, com os órgãos internos rompidos, eu já estava à beira do fim, e a adrenalina em meu corpo havia atingido o auge.

Se minha mãe, diretora do hospital, tivesse prestado um pouco mais de atenção, teria percebido isso. Mas, infelizmente, ela estava apenas preocupada com minha irmã e, do começo ao fim, não me lançou sequer um olhar.

Meu pai também estendeu as mãos para tocar meu rosto, mas talvez porque minha aparência estivesse demasiadamente trágica, suas mãos pararam no ar.

Assim que soube da notícia, Simone veio às pressas acompanhada do meu irmão.

Ao ver o semblante abatido dos pais, Simone percebeu que a situação era grave. Assim que entrou, correu para a beira da minha cama, ajoelhou-se no chão e começou a gritar: — Irmã, como você pôde ser tão tola? Só porque, anos atrás, eu fiquei com a sua vaga de intercâmbio, você guardou tanto rancor assim de mim? Para se vingar, você se destruiu desse jeito.

Depois de chorar alto,
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  • Escolha Cruel   Capítulo 9

    Ver a pessoa que me fez mal ter a alma despedaçada, sem chance de reencarnação, de certa forma aliviou um pouco do meu ódio.Minha mãe, todos os dias na prisão, suportava a tortura emocional de ser mãe. Às vezes chorava, às vezes ria, corria pelos corredores, depois enlouquecia, em certos momentos chegava a agredir os outros e, em situações mais graves, até a si mesma. Nem dois ou três agentes conseguiam contê-la.Mais tarde, a polícia, sem opções, chamou médicos do hospital psiquiátrico. Minha mãe foi diagnosticada com uma doença mental causada por trauma psicológico e foi levada para a clínica.Com o passar do tempo, a doença dela se agravou. Para qualquer pessoa que encontrava, repetia: — Minha filha se chama Helena, ela passou no mestrado da melhor universidade do mundo, está estudando fora do país.— Quando ela voltar, vou trazê-la para conhecer vocês. Ela é linda e sempre foi uma menina obediente desde pequena.De vez em quando, ela tinha curtos momentos de lucidez. Nesses instan

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    Alguns dias depois, minha mãe, tomada pela culpa, organizou para mim um velório aceitável.Além de alguns amigos e parentes, compareceram também médicos do hospital onde minha mãe trabalhava.A enfermeira que havia me ajudado naquele momento difícil também estava presente. Ela se aproximou do meu túmulo com um buquê de flores e disse: — Me desculpe. Se eu tivesse sido um pouco mais corajosa naquela época, talvez você não tivesse morrido.Entre todos ali, ela foi a única que me ajudou, mas também foi a única que se desculpou comigo. Já minha mãe, sem sinal algum de remorso, criticava-me com indiferença, como se assim pudesse limpar sua própria culpa: — A Helena sempre foi uma menina desobediente. Desta vez, ficou remoendo o passado e quis prejudicar a irmã, acabou colhendo o que plantou.Todos sabiam que minha mãe sempre favorecia minha irmã e estavam cientes das injustiças que sofri ao longo dos anos, mas ninguém queria se envolver. Restava a eles apenas fingir consolar minha mãe.No m

  • Escolha Cruel   Capítulo 6

    O motivo pelo qual eu parecia estar tão bem disposta era porque, com os órgãos internos rompidos, eu já estava à beira do fim, e a adrenalina em meu corpo havia atingido o auge.Se minha mãe, diretora do hospital, tivesse prestado um pouco mais de atenção, teria percebido isso. Mas, infelizmente, ela estava apenas preocupada com minha irmã e, do começo ao fim, não me lançou sequer um olhar.Meu pai também estendeu as mãos para tocar meu rosto, mas talvez porque minha aparência estivesse demasiadamente trágica, suas mãos pararam no ar.Assim que soube da notícia, Simone veio às pressas acompanhada do meu irmão.Ao ver o semblante abatido dos pais, Simone percebeu que a situação era grave. Assim que entrou, correu para a beira da minha cama, ajoelhou-se no chão e começou a gritar: — Irmã, como você pôde ser tão tola? Só porque, anos atrás, eu fiquei com a sua vaga de intercâmbio, você guardou tanto rancor assim de mim? Para se vingar, você se destruiu desse jeito.Depois de chorar alto,

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    Ao ouvir essas palavras, os olhos da mãe se arregalaram e ela ficou paralisada no lugar.Ela, incrédula, tentava recordar a cena do acidente daquele dia. Franziu a testa e disse, confiante: — Isso é impossível. Ela estava no mesmo carro que a Simone, e a Simone já teve alta. Como ela poderia ter se ferido tão gravemente?— Não pensem que não percebo esses truques dela. Não é só porque ela quer competir com a irmã pela minha atenção, tentando me fazer me preocupar com ela?— Estou avisando vocês duas: parem já com essa palhaçada de ficarem combinando brincadeiras! Se continuarem, vocês vão se ver comigo!A enfermeira, vendo que a mãe de qualquer forma não acreditava nela, suspirou e disse, resignada: — Diretora, eu juro que não estou mentindo. Se não acredita, vá você mesma ao necrotério e veja com seus próprios olhos.A mãe começou a ficar nervosa, andando de um lado para o outro no quarto, os passos pesados e apressados: — Todas vocês se juntaram pra me enganar, suas aproveitadoras! A

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