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Capítulo 3

Penulis: Lisa Cruz
Alguns dias depois, com o cuidado atento de toda a família, Helena recebeu alta do hospital.

A mãe, atarefada, arrumava as coisas de um lado para o outro; o pai já havia estacionado o carro na porta do hospital com antecedência, temendo que ela desse sequer mais um passo, o irmão, então, nem deixava que ela calçasse os próprios sapatos.

No caminho de volta, a mãe resmungava, visivelmente aborrecida: — Aquela Helena realmente não vale nada, Simone já teve alta e ela nem veio ver uma vez, muito menos pedir desculpas. Quero só ver como vou lidar com ela quando chegarmos em casa!

O pai lançou um olhar de soslaio para a mãe: — Eu não disse? Deixar essa garota em casa é trazer desgraça. Mais cedo ou mais tarde, algo ruim aconteceria.

Ao ouvir a palavra "lidar", sentimentos contraditórios me invadiram.

Lembranças antigas e dolorosas inundaram minha mente.

Desde pequena, minha mãe sempre preferiu minha irmã, exigindo que eu cedesse em tudo.

Tudo porque no dia em que Simone nasceu, eu, por descuido, derrubei água, fazendo com que minha mãe caísse e entrasse em trabalho de parto prematuro.

A irmãzinha, vivendo na incubadora, partiu o coração de todos em casa.

Meu pai, tomado pela raiva, me deu um tapa tão forte que perfurou meu tímpano: — Você é um verdadeiro azar para a família, sua irmã quase perdeu a vida por sua culpa logo ao nascer.

Minha mãe, ainda deitada no leito, abriu os olhos com dificuldade, o olhar repleto de decepção dirigida a mim.

Já no ensino fundamental, apenas porque Simone e eu disputávamos uma boneca Barbie, fui espancada pelo meu pai e fiquei três dias sem conseguir sair da cama.

Aquele era o meu brinquedo favorito.

Mesmo que tenha sido um presente que meu pai comprou para Simone e acabou me dando, eu gostava mais dele.

Simone, mesmo tendo várias caixas de bichinhos de pelúcia, insistiu em disputar aquela boneca comigo.

No meio do empurra-empurra, ela de repente soltou um grito agudo e começou a chorar alto.

Minha mãe imediatamente correu para abraçar Simone, chorando e gritando comigo: — Helena, sua irmã já sofreu tanto por sua causa, o que mais você quer fazer com ela?

— Não fui eu…

Antes que eu pudesse me explicar, Simone rapidamente forçou algumas lágrimas e disse: — Mãe, não fique brava, a culpa é minha, eu não deveria ter causado confusão nem disputado brinquedo com a Helena.

Quando meu pai chegou e viu aquela cena, simplesmente me levantou e começou a me bater:

— Uma criança fria como você deveria ter sido jogada fora, ficar nessa casa só traz desgraça.

Chorando, supliquei para que meu pai parasse, mas quanto mais eu chorava, mais ele achava que eu estava fingindo, e batia com mais força.

Minha mãe e meu irmão, ainda, assistiam de longe, com indiferença.

Era como se, para eles, eu só pudesse ser perdoada se fosse espancada até a morte pelo meu pai.

Desde aquele dia, bastava que eu fizesse Simone chorar para atrair gritos, insultos e espancamentos dos meus pais.

Com o tempo, nunca mais ousei disputar qualquer carinho ou amor com minha irmã, nem mesmo me defender ou me aproximar.

Até agora, quando elas me deixaram sozinha na fria mesa de cirurgia.
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