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Capítulo 6

Penulis: Grão de Noz
Na cabeça de Maria, um estrondo soou como um trovão. Sua mente ficou em branco. Demorou um bom tempo até que, tremendo, ela pensasse em ligar para alguém.

Mas ao abrir a lista de contatos, percebeu que não havia ninguém para quem pudesse ligar.

Eduardo? Aquele homem já não era digno de sua confiança.

Sem voo direto para a Cidade N, ela chamou um carro por aplicativo, pegou o trem-bala e fez de tudo para chegar o mais rápido possível. Às cinco da tarde, finalmente estava na Cidade N.

O céu estava nublado e pesado, como um mau presságio.

Maria não pensou em mais nada e correu direto para o cemitério, rumo ao túmulo da avó.

Quando chegou, viu Jordana agachada atrás da lápide, já com a urna nas mãos.

A mente de Maria voltou a ficar em branco.

— Não toque na minha avó! — Ela gritou com todas as forças.

Correu na direção dela o mais rápido que pôde.

Jordana virou o rosto e sorriu com uma expressão estranha. No instante anterior à mão de Maria alcançar a urna, ela simplesmente a soltou.

A urna bateu no chão com um estrondo seco, espatifando-se em mil pedaços.

Maria caiu de joelhos, desesperada, tentando juntar as cinzas com as próprias mãos. Mas o vento frio soprava em rajadas, dispersando o pó entre seus braços pouco a pouco.

— Vovó! Vovó! — Seu choro saiu rouco, cheio de dor.

Era tudo culpa dela. Culpa por amar o homem errado. Porque a punição tinha que recair sobre sua avó? Ela preferia que fosse ela mesma quem tivesse morrido, ela mesma cujas cinzas fossem levadas pelo vento!

Por que tinha que ter conhecido Eduardo? Por que tinha que ter ido com ele para a Cidade N?!

— Jordana! Me devolve a minha avó! — Fora de si, Maria levantou-se, olhos vermelhos, e avançou contra Jordana.

A outra soltou um grito fingido de medo, caiu sentada no chão, mas ainda com aquele sorriso de debochado nos lábios.

Antes que Maria conseguisse tocá-la, seu pulso foi agarrado com força. O tapa que deveria acertar o rosto de Jordana nunca chegou a acontecer.

— Eduardo! A Srta. Maria apareceu de repente, e me assustou! Eu não queria derrubar a urna, foi sem querer... Me desculpa... — As lágrimas escorriam dos olhos dela, enquanto gritava.

— Jojo, a culpa não é sua. — Sem pensar, Eduardo respondeu.

Naquele instante, o coração de Maria se afundou no seu peito. A dor lancinante que rasgava sua alma simplesmente desapareceu.

Ela virou o rosto, olhando para o homem que já tinha amado com toda a vida.

— Me solta. — Disse com frieza.

— Malu, a Jojo não fez de propósito... — Eduardo reprimiu a raiva e tentou argumentar.

Maria sentiu um nojo profundo. Não queria mais nenhum contato com ele, nem um mínimo toque. Ela se debateu com toda a força, os ossos quase estalando sob a pressão da mão dele, mas não conseguiu se soltar. Então, sem hesitar, virou o rosto e mordeu seu braço com força.

Ele não recuou. Apenas deixou que a raiva se estampasse mais fundo no rosto.

— Malu, eu sei que você está muito triste. Mas Jojo não fez de propósito, ela já pediu desculpas. O que mais você quer?

Maria mordeu ainda mais forte.

E, sem perceber, quando pensava que já não tinha mais nenhuma para derramar, lágrimas voltaram a escorrer.

Enquanto isso, Eduardo, preocupado, olhava para Jordana caída no chão,

— Eu já escolhi um novo lugar para o túmulo da vovó, muito maior e mais luxuoso. Malu, não faça escândalo. Vamos recolher o que sobrou das cinzas e dar a ela um enterro digno. — Ele tentou persuadi-la.

Maria o encarou com ódio por alguns segundos. De repente, soltou a mordida, recuou um passo e virou-se para juntar sozinha as cinzas restantes.

Quando Eduardo se aproximou para ajudar, ela o empurrou com força.

— Eu não preciso de você! — Disse.

Nesta vida, na próxima, para sempre, ela nunca mais queria vê-lo.

— Malu, você... — Eduardo franziu a sobrancelha.

De repente, Jordana inclinou a cabeça e cuspiu um fio de sangue.

— Eduardo, eu estou morrendo? — Disse, fingindo pânico.

— Malu, eu vou levá-la ao hospital e já volto para te procurar! — Eduardo disse sem pensar duas vezes.

Correu até ela, pegando-a nos braços e saindo apressado do cemitério.

Maria não deu a mínima para eles. Sozinha, recolheu o que restava das cinzas e até a lápide, levando tudo consigo.

Naquela mesma noite, voltou para sua cidade natal e enterrou a avó novamente.

De joelhos diante do novo túmulo, com os olhos vermelhos e inchados, murmurou:

— Vovó, pode ficar tranquila. Eu vou esquecer Eduardo e viver bem todos os meus dias daqui para frente.

Depois se levantou, partindo de volta para a Cidade N.

Ela foi direto à casa do mestre e, quando ele desceu, o ajudou a entrar no carro para seguirem juntos ao aeroporto.

O celular vibrou na bolsa.

Maria olhou para baixo e viu que era uma mensagem de Eduardo.

[Malu, hoje à noite já posso voltar para casa. Tudo o que aconteceu nesse tempo foi culpa minha, mas havia motivos. Hoje à noite eu vou explicar pessoalmente e te prometo que vou mudar, e nunca mais vou fazer isso.]

[Preparei uma surpresa para você. Tenho certeza de que você vai adorar. Fica em casa me esperando, está bem?]

— Malu, quem te mandou mensagem? — O mestre, Ricardo, perguntou.

— Propaganda enganosa. — Maria deu um leve sorriso.

Em seguida, bloqueou e apagou todos os contatos de Eduardo. Desligou o celular, ajudou o mestre a sair do carro e o acompanhou até o portão de embarque, sem olhar para trás.
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