Por um momento, as pessoas que estavam se divertindo no local começaram a receber mensagens e, de repente, o foco delas mudou dos jogos para a busca por alguém.Raíssa não sabia de nada até terminar um dos jogos e perceber que o responsável pela barraca a observava com um olhar estranho.Aos poucos, mais pessoas ao redor passaram a encará-la com o mesmo olhar esquisito, e ela se sentiu como se estivesse cercada por um bando de feras.— É ela, né?— É sim, igualzinha à da foto.— Ainda tem coragem de aparecer por aqui? Por que não vai cuidar do velho dela?Raíssa sentiu o peito apertar e, por instinto, perguntou:— Do que vocês estão falando?Um dos estudantes estendeu o celular na direção dela:— Essa aqui é você, não é?Raíssa viu na tela uma foto dela com Álvaro. Pela perspectiva da imagem, parecia que estavam se beijando.Os olhos dela se contraíram:— Não é... — Mas ela não teve tempo de terminar a frase antes de ser interrompida.— A pessoa da foto é igualzinha a você, ainda quer
A garganta de Alexandre se moveu levemente enquanto ele abaixava o vidro da janela do carro.Diante da janela, Raíssa apertava com força a roupa à frente do corpo, o rosto estava ruborizado, com os olhos cheios de um brilho suave como águas primaveris.Ela se inclinou, fazendo o corpo ultrapassar o limite da janela. Um leve aroma doce invadiu o ar, e seus lábios pousaram um beijo suave sobre os dele.Enquanto ele ainda estava atônito, Raíssa endireitou o corpo.— Você prometeu, e deve cumprir. — Depois de dizer isso, Raíssa se afastou com o rosto completamente corado.Sentado dentro do carro, Alexandre demorou um tempo para recobrar os sentidos. Inconscientemente, levou a mão até os lábios onde foi beijado. Parecia que ali ainda permanecia o aroma singular dela.Não demorou para que o rosto, antes sério, de Alexandre começasse a ganhar vida, e o leve sorriso em seus lábios parecia espalhar alegria por todo o corpo....O pátio estava cheio de gente. Havia mais de uma dezena de brincade
A garota assentiu com o rosto corado, sem notar o brilho traiçoeiro que passou pelos olhos de Vagner."Raíssa, o evento de descompressão durante a semana de provas será o seu fim. Eu vou expor, diante de toda a escola, como você destrói lares alheios. Todos verão quem você realmente é."...A faculdade de medicina sempre teve uma tradição: a cada final de semestre, durante a semana de provas, era organizado um evento com o tema "Descompressão do fim de semestre, diga não à ansiedade".O evento tinha participação voluntária. Raíssa não queria participar, mas o professor pediu que ela contabilizasse o número de alunos interessados. No fim, para completar o número mínimo, o professor, que adorava competir, fez um ar de coitadinho e perguntou se ela toparia participar.Era só uma tarde, e Raíssa achou que não seria um grande problema, então acabou aceitando.Mais tarde, durante o jantar, ela perguntou a Alexandre:— Você vai participar do evento da escola?— Que evento? — Alexandre levanto
Com a aproximação das provas finais, o ambiente de estudo entre os alunos ficava mais tenso. Na sala de aula, Raíssa mantinha a cabeça baixa, concentrada no livro, sem perceber que uma silhueta a observava pela janela.— Vagner. — Uma garota se aproximou dele com nervosismo.Vagner era bonito e se destacava nos estudos. Não era surpresa que muitas garotas gostassem dele, e aquela diante dele era uma delas.No entanto, ela tinha um desempenho escolar apenas mediano e sua aparência não chamava atenção entre os colegas. Sempre observava Vagner em silêncio, sem ousar se aproximar. Jamais imaginava que um dia ele iria procurá-la.Vagner fitou a garota tímida à sua frente e disse:— Preciso te pedir um favor.Ela respondeu prontamente:— Pode falar. Se eu puder ajudar, com certeza ajudarei.Vagner se inclinou em sua direção, fazendo o rosto dela esquentar involuntariamente. Ao ouvir claramente o que ele dizia, a garota ficou visivelmente surpresa.Vagner segurou sua mão com firmeza e a olhou
Como ela o enxergava? Raíssa já tinha a resposta em seu coração.Ela abriu a boca e disse:— Ele é como o mar, acolhendo tudo que há em mim, tanto o que há de bom quanto o que há de ruim. Estar com ele me motiva a me tornar uma pessoa melhor.Em comparação com palavras grandiosas e decoradas, as dela soaram mais sinceras.Um relacionamento saudável a fazia mais corajosa, mais confiante, uma pessoa melhor para si mesma.O peito de Raíssa ardeu em calor, e ela se esforçou para conter o rubor no rosto:— Eu o amo.Ela quis dizer isso em inglês, mas, no fim, a timidez venceu.Assim que essas palavras saíram de sua boca, o olhar de Alexandre sobre ela se tornou intensamente caloroso.Álvaro, ao lado, brincou:— Alexandre, diante de uma declaração tão apaixonada de uma dama, você deveria beijar ela."Hoje em dia, os espectadores gostam de pedir para os outros se beijarem?"O rosto de Raíssa esquentou de vez. Os dedos longos de Alexandre, de repente, seguraram seu queixo.Seu olhar era profun
Na sala reservada, Álvaro ainda nem havia se sentado quando apontou para a barriga de Raíssa:— Já faz tempo que eu queria perguntar... Vocês estão esperando um bebê?Raíssa trocou um olhar com Alexandre. Ele assentiu:— Sim.Álvaro imediatamente levantou o polegar e disse, em um português um pouco imperfeito:— Muito bom!O casal sorriu ao mesmo tempo.Depois que se sentaram, os pratos começaram a chegar aos poucos. Enquanto comia, Álvaro elogiava:— Desde que meus pais faleceram, eu não comia uma comida brasileira tão deliciosa assim.Alexandre explicou ao lado:— Os pais do Álvaro eram muito bons na culinária brasileira. Infelizmente, eles faleceram cedo.Raíssa demonstrou curiosidade:— Eles imigraram cedo?— Sim. — Respondeu Álvaro. — Eles imigraram para os Estados Unidos em 1960 e viveram lá até falecerem num incêndio.Ao ouvir o motivo da morte, Raíssa não conseguiu evitar um suspiro pesaroso.Álvaro revelou uma expressão melancólica:— Até os últimos momentos, meus pais falavam