— Ah... — Ela ofegou instintivamente ao sentir a dor.Alexandre semicerrou os olhos, se agachando à frente dela:— Você se machucou? Quando você tomou banho, eu verifiquei e não vi nenhum ferimento. Deixa eu ver de novo. — Enquanto falava, estendeu a mão, querendo puxar a calça de Raíssa."Será que ele pode parar de falar essas coisas com esse tom tão sério?"Raíssa, ao mesmo tempo envergonhada e indignada, quase rangeu os dentes ao dizer:— Eu estou bem! Vai logo trocar os lençóis!Alexandre observou o rosto corado dela, e um sorriso surgiu nos lábios antes de se levantar:— Está bem, está bem, eu vou trocar os lençóis.Assim que Alexandre se levantou, seu olhar passou pela porta do quarto, e ele notou, de repente, uma pequena silhueta parada ali.— Kayra! — Exclamou Alexandre, surpreso.Ao ouvir o nome sair da boca de Alexandre, Raíssa se virou bruscamente para a porta. Lá estava Kayra, vestida com seu pijama, abraçada ao brinquedo favorito, olhando fixamente para eles."Estamos ferr
Raíssa se sentiu envergonhada e, num impulso de frustração, mordeu o ombro dele. Alexandre soltou um gemido abafado e, em seguida, riu baixinho:— Você gosta mesmo de morder, hein?Durante aquele tipo de momento, qualquer frase podia ser interpretada com malícia. Raíssa, que entendeu com duplo sentido, sentiu o rosto queimar.A voz de Alexandre ficou mais rouca e profunda, reverberando nos ouvidos dela.— É melhor você não soltar.As silhuetas diante dos olhos dela se sobrepunham e, ao redor, se ouviam apenas os ofegos, cada vez mais urgentes e pesados, deixando o ambiente carregado de calor e tensão.Raíssa agarrava o pescoço dele enquanto mordia o dorso da própria mão, soltando gemidos suaves e manhosos do fundo da garganta....Depois, já limpa, Raíssa se sentou, mole, na cadeira, e observou Alexandre trocar os lençóis. O ar ainda estava impregnado de uma atmosfera de sensualidade ambígua.Alexandre se curvou para ajeitar o lençol, sem demonstrar o menor sinal de cansaço. Pelo contr
— Coloca ela na cama! Rápido!Raíssa, ao ver a cena, imediatamente segurou o pulso de Alexandre. Alexandre permaneceu com Kayra nos braços, ambos os adultos observavam a menina com extremo cuidado, sem ousar fazer o menor barulho.Felizmente, Kayra apenas moveu levemente as pálpebras, mas logo voltou a fechá-las devagar. O casal soltou um suspiro de alívio ao mesmo tempo.— Kayra... — Raíssa tocou levemente o braço da filha, tentando verificar sua reação.Kayra não se mexeu, e sua respiração seguiu tranquila. Alexandre, com extremo cuidado, pegou a menina nos braços e saiu do quarto.Quando voltou de mãos vazias, Raíssa, ainda insegura, perguntou:— Ela realmente não acordou?— Não, continua dormindo. — Alexandre se deitou novamente na cama. Os olhares dos dois se encontraram e, de forma inexplicável, o ar entre eles começou a aquecer. — Nunca imaginei que, um dia, dormir com a minha esposa pareceria uma espécie de traição escondida.Raíssa, envergonhada com as palavras dele, deu nele
A noite parecia tinta que não se desfazia, e o carro avançava pela estrada como uma flecha.Sentada no banco, Raíssa não conseguiu se conter e soltou uma risada. Alexandre, ao volante, lançou a ela um olhar de canto. Kayra, se inclinando curiosamente sobre o banco, perguntou:— Mãe, por que você está rindo?Claro, ela ria do que tinha acontecido naquela noite.Embora a intenção dela, no começo, fosse apenas fazer com que Alexandre aparecesse, para que Henrique enxergasse a realidade e desistisse, o efeito daquela noite acabou sendo melhor do que ela esperava. Assim que entrou no carro e se lembrou de tudo, não conseguiu segurar o riso.Raíssa se sentia completamente aliviada e satisfeita. Olhando para os grandes olhos de Kayra, perguntou:— Kayra, foi você quem quis usar esse vestido?Kayra balançou a cabeça e apontou para Alexandre:— Foi o pai que quis que eu usasse.— Ah, é? — Raíssa olhou para Alexandre com um sorriso enigmático. — E por que o seu pai quis que você usasse essa roup
Se ouviu a voz de Alexandre, em um tom despreocupado:— Ser bonito realmente garante muita coisa. Tipo agora: a Raíssa lá em casa topa me bancar. — Ele disse isso como se fosse motivo de orgulho.Henrique soltou um riso sarcástico, mas, antes que pudesse dizer algo, uma voz hesitante soou repentinamente:— Professor Alexandre?Quem falou foi Clara, que saiu do banheiro e, curiosa com o burburinho, se aproximou. Ao ver Alexandre, ela ficou visivelmente atônita. Esfregou os olhos e olhou novamente, como se quisesse confirmar o que via."Professor?"Os colegas de Raíssa ficaram surpresos ao ouvir esse título."Não disseram que ele era apenas um professor comum? Como assim 'professor titular'? E ainda tão jovem? Já tinha esse título, e tão jovem?"Ao lado, Henrique foi tomado por uma premonição desagradável.Alexandre voltou os olhos em direção a Clara:— Você me conhece?— Sim, sim! — Respondeu ela, empolgada. — Professor Alexandre, eu me formei na Escola de Medicina da Ilha do Sol! Tive
O homem tinha uma silhueta esguia e imponente, traços faciais bem definidos, ossatura privilegiada, sobrancelhas proeminentes e olhos profundos. Ele parecia uma árvore robusta, exalava uma aura serena e pura, como o brilho frio e límpido da lua cheia.Cada passo que dava era firme e controlado, revelava uma calma inabalável. Em seus olhos negros e suaves se refletia a silhueta de uma mulher.Ao seu lado, ele segurava pela mão uma menininha vestida com um vestido rosa fofo e volumoso. Ela saltitava ao caminhar, e sua pele tinha um tom rosado delicado. Os traços do rosto reuniam o melhor dos pais, especialmente os olhos grandes, escuros e brilhantes, que cativavam o coração de qualquer um à primeira vista, despertavam a vontade irresistível de acariciá-la.Raíssa sabia que Alexandre e Kayra viriam, mas jamais imaginou que fariam uma entrada como aquela. Se fosse para parecerem formais, o traje de Alexandre pendia mais para o casual, o que o fazia parecer cinco ou seis anos mais jovem. Ma