Uma espécie de torpor tomou conta de Patrick desde aquele trágico acidente. Ele tinha a sensação de não estar naquele mundo. Ao reagir, decidiu que aqueles animais infelizes jamais o fariam sofrer novamente. Não deixaria Pillar se aproximar de nenhum deles. Um mês depois ele descobriu a causa morte da esposa. Conversando com um dos empregados , ficou sabendo que Bonito , o cavalo pelo qual ela era aficionada , pisoteou em seu peito. Massacrando-a. Ela realmente não teria chance. Irado , Patrick agindo na força do ódio, invadiu o haras durante a madrugada e atirou em bonito. Não deixaria o animal vivo. Pois o mesmo acabou com a sua vida , para sempre.
Mas, Patrick não precisaria se preocupar. Pillar cresceu totalmente diferente.
Aos sete anos exigiu que se mudassem para Cidade, pois detestava o rancho. Aos 10 anos se interessava com revistas de moda. Avançada demais para idade dela e aos catorze fez com que Patrick pagasse seus estudos em escola internacionalmente conhecida. O pai até agora no que se dizia respeito aos cavalos não precisaria se preocupar pois ela nem tocava no assunto e quando Patrick insinuava uma volta para o campo ela se irritava. Tinha o mesmo gênio de Bela.
- Filha. Porque não vai passar um fim de semana com a sua avó no haras? Já fazem 6 meses que você não a vê.
- Eu? Papai! Você ficou louco por acaso? Será que não entendeu ainda que eu detesto me misturar com aqueles animais nojentos que fedem? Odeio todos.
Ela já completara 18 anos e foi assim que tudo piorou. Patrick suspirou casando. As vezes era difícil suportar o espirito agitado da filha , que tinha como principal objetivo atormentar sua mente . Moravam em um apartamento, o mesmo que ela lotava com sua galera dando festa até duas da manhã.
- Que cara é essa Garota ? Está com tédio?
Ele a olhava curioso.
- Tob até agora não chegou.
Ela falava do namorado que arrumou na faculdade.
- E isso a aborrece?
- Sim. Sabe que eu odeio marasmo. Só ele para me tirar dessa.
- Você deveria era rever esses seus modos. Vê se isso é jeito de uma moça se sentar?
Pillar estava jogada na cadeira da cozinha e o pior com os pés em cima da mesa.
- Poderia me deixar em paz.
Aos 20 anos ela estava Ainda mais rebelde , deixando o pai de cabelos brancos.
- Mas o que é isso Pillar?
- Do que está falando Patrick?
Ela se fez de inocente diante do olhar espantado do pai.
- Estou falando desse furo no seu nariz.
- Um piercing oras. Você nunca ouviu falar?
Abanou as mãos , agitada.
- Tira isso .
- Como é que é? Será que ouvi direito?
- Ouviu sim. Filha minha não usa esse tipo de coisa.
- Não vou tirar. Olha velho, um conselho que eu te dou. Segue a sua vibe que eu sigo a minha. Nada de ordens. Beleza? Aí eu tenho certeza de que a nossa parceria vai bombar.
- Parceria? Vem aqui garota....
Ela escapou correndo e o deixou falando sozinho.
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.