All Chapters of Brindou a Outra, Enterrei o Passado: Chapter 211 - Chapter 220

A primeira reação de Olavo foi levantar Tereza do chão. Ele então olhou fixamente para Isadora e falou com frieza:— Tem certeza de que quer mesmo ficar contra mim?Isadora deu de ombros, com a expressão mais inocente possível:— Só estou resolvendo tudo como você gosta, de maneira oficial. Não era isso que você queria? Olavo, entre nós dois, o que menos tem espaço é sentimento. Então não tenta nem puxar essa conversa. De repente, ele deu um sorriso cruel e ameaçador:— Isadora, quer apostar que mando desenterrar a Aline e reduzo os restos dela a pó?Ele a encarou como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Ela não era tão apegada àquela pirralha? Pois agora queria ver até onde ia esse apego.Mas Isadora já conhecia bem o lado mais cruel e podre dele. Sabia que, se demonstrasse um pingo de fraqueza, estaria perdida.— Quando a Aline estava viva, você nunca se importou com ela. Por que se incomodaria agora que está morta? Faz o que quiser. Em pleno século XXI, ninguém liga para

Tereza, furiosa, quebrou vários copos ao mesmo tempo.Vendo a irmã naquele estado, Almir deu de ombros, com desprezo:— É só uma qualquer que perdeu o lugar. O dinheiro do cunhado é seu por direito. Como ele pode simplesmente entregar assim para ela? Quer saber? Se quiser, eu mesmo resolvo isso. Dou um jeito nessa vadia e ela aprende rapidinho.Tereza sorriu. Era exatamente o que estava esperando ouvir.Ela olhou bem para o irmão e disse:— Mas presta atenção numa coisa: dessa vez, nada de erro. Nada de tentar se dar bem e acabar preso ou exposto, entendeu?— Pode deixar comigo. Aquela vadia não é nada. Vou acabar com essa história agora mesmo.Almir fechou os punhos com força. Só de lembrar que passou um tempo preso por culpa dela, o sangue já subia. Agora era a hora perfeita de juntar o rancor antigo com a raiva atual.Uma semana passou rápido.Durante esse tempo, Isadora ficou quietinha no hospital, cuidando da recuperação. Comia bem, dormia melhor ainda e até engordou um pouquinho.

Tereza ainda lançava olhares provocativos quando levou um puxão seco da blusa, mas nunca imaginou que Isadora fosse tão direta e firme.A expressão dela mudou na hora. Quando viu Olavo sair pela porta, tratou de disfarçar e adotou um tom mais frágil:— Isadora, só me sentei na frente porque fico enjoada no banco de trás... por favor, não fique chateada.Isadora cruzou os braços e respondeu com um sorriso frio:— Ué, então dirija. Quem está ao volante também fica na frente.Tereza ficou sem palavras. Olhava para Isadora como se estivesse vendo um fantasma. Como alguém conseguia rebater com tanta calma e precisão?— Olavo tem um dia cheio hoje. Você não é toda compreensiva? Então por que ainda está aqui de enfeite?— Se está enjoada, dirige você. Porque esse lugar é meu, e vou me sentar aqui.Sem dar trela, Isadora pegou um lenço umedecido da bolsa, limpou com calma o estofado do banco da frente e se acomodou como se nada tivesse acontecido.Tereza ficou boquiaberta, e logo seus olhos ma

— Obrigada, gente. Mas e as tarefas que deixei para vocês? Como estão se saindo?Isadora abraçou o buquê de flores que Alan lhe havia trazido e começou a conferir as tarefas que tinha delegado.Os colegas de equipe não seguraram a risada ao ver a seriedade dela. Ninguém imaginava que Isadora, mesmo tendo acabado de sair do hospital, só pensaria em trabalho.Um a um, começaram a mostrar com orgulho o que tinham produzido nos últimos dias.Ali, todos mandavam bem na parte técnica. Apesar de um ou outro erro aqui e ali, o raciocínio por trás dos projetos estava bem alinhado. Isadora analisou com atenção os dados de todos, antes de se sentar para revisar os cálculos.Foi nesse momento que Olavo entrou no setor, de cara fechada e visivelmente irritado. Mal entrou e já se deparou com um ambiente completamente diferente do que esperava: todos concentrados, sérios, trabalhando com afinco — até a Isadora, que nem levantou os olhos da tela.A chegada intempestiva de Olavo quebrou o ritmo da harm

Isadora balançou a cabeça, tentando clarear os pensamentos. Entrou no cantinho do café, tomou dois goles generosos de água gelada e só então conseguiu se acalmar.Não fazia ideia do que se passava na cabeça daquele homem, mas, mesmo assim, depois do expediente, seguiu para o endereço que estava na mensagem. O restaurante escolhido era um daqueles bistrôs exclusivos que eles já tinham visitado antes.Naquela época, Isadora tinha adorado a comida e ficou com vontade de voltar. Só que o lugar era exigente: só aceitava clientes com cartão de membro. Apesar de ser esposa de Olavo, nunca teve acesso a isso — e ele também nunca ofereceu.Voltar àquele lugar agora mexeu com ela. Naquela vez, ela contou para Aline e até disse que, da próxima, o papai levaria a família toda.Aline passou dias sonhando com isso, esperando o momento em que os três estariam juntos à mesa. Mas esse dia nunca chegou. Aline se foi... sem nem saber o gosto da comida daquele lugar.Pensar nisso fazia o peito de Isadora