Enquanto Ricardo se perdia em lembranças antigas, eu sentia que, pouco a pouco, me afastava de tudo aquilo que já não me pertencia mais.— Professora, o que você está olhando? — Luiz, sempre curioso, chegou do meu lado, tentando espiar a tela do meu celular.Na mesma hora, fechei o aplicativo e respondi num tom leve, tentando soar natural: — Nada importante, Luizinho. Você ainda não terminou seu desenho, né? Vai lá mostrar para mim quando acabar.— Professora, você está triste? — Ele olhou para mim de lado, franzindo a testa, como se conseguisse enxergar além do que eu deixava aparecer.Por um instante, fiquei sem reação, mas logo emendei com um sorriso e tentei mudar de assunto: — Claro que não, você está inventando bobagem. Corre, vai terminar seu desenho!Luiz saiu apressado, e eu fiquei ali, encarando a tela preta do celular, perdida em pensamentos. A verdade era que, sim, havia um vazio em mim. Só que isso não tinha mais nada a ver com aquelas pessoas, e sim com tudo que essas no
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