Todos os capítulos de Você Deveria Aprender a Amar Alguém: Capítulo 21 - Capítulo 30

Laura preencheu o formulário e fez um sinal para o entregador sair levando as bolsas de viagem.— Eu entrei em contato com o serviço de coleta de roupas usadas e já limpei tudo o que não era necessário.O tom dela era muito calmo, sem grandes variações de emoção.Ricardo franziu a testa, parecia ter percebido uma mudança em Laura, mas não se deu ao trabalho de investigar. Em um instante, seu semblante voltou ao normal.— Nestes dias, fiquei no apartamento no centro. Lá é mais tranquilo, e também é mais conveniente para ir ao trabalho.Laura assentiu levemente, sem questionar. Vendo-a tão obediente, Ricardo achou que Laura já havia se acalmado, ficou satisfeito, foi tirando a gravata enquanto se dirigia ao banheiro, dizendo com a voz rouca:— Vou tomar um banho primeiro, separe algumas roupas para mim, vou levá-las comigo.Às cinco e trinta e nove, Ricardo saiu do banho, vestiu uma camisa casual, o cabelo negro ainda úmido na testa, que ele empurrou para trás, revelando apenas os traços

Interiormente, Laura estava mais calma do que imaginara. Após recompor suas emoções, ela desinstalou o Instagram e, ao mesmo tempo, apagou o WhatsApp de Ricardo e desativou sua própria conta do aplicativo.Em seguida, retirou o chip do celular, quebrou-o e restaurou o aparelho para o modo de fábrica. Durante todo o processo, não demonstrou um pingo de hesitação.Tendo feito tudo isso, ela puxou sua mala e foi diretamente para o aeroporto.Lá fora, o sol nascia radiante, um belo dia despontava. A partir daquele momento, em qualquer canto do mundo, ninguém mais conseguiria encontrar Laura...O que ela não esperava era que, no instante em que o avião estava prestes a decolar, fosse forçado a parar.Todos na cabine estavam tomados pelo pânico, até que a porta foi aberta e um homem entrou. Ricardo, de olhos avermelhados, varreu a multidão com o olhar e, em seguida, caminhou diretamente na direção de Laura.Ao vê-lo, Laura sentiu todo o sangue do corpo subir-lhe à cabeça. Com os olhos arrega

Ricardo sentiu pela primeira vez que a cidade onde vivia era tão grande, grande a ponto de encontrar uma pessoa se tornar uma tarefa tão difícil quanto procurar uma agulha no palheiro.Por volta das duas ou três da manhã, toda a agitação aos poucos se dissipava, raramente havia pedestres nas ruas, e, exceto pelos postes de luz solitários, praticamente não havia carros na estrada.Ele já havia vagado sem rumo por mais de três horas, sua visão começava a ficar turva, e por pouco esquecia de frear nos sinais vermelhos.Sem alternativa, precisou voltar para casa. No caminho, ainda mantinha a esperança de que talvez... talvez ela já tivesse voltado para casa.No entanto, ao digitar a senha e abrir a porta, tudo dentro da casa estava exatamente como quando ele saiu.A luz do corredor permanecia acesa porque ele esquecera de apagá-la ao sair, a sala continuava vazia, e, no andar de cima... tudo estava às escuras.Inconformado, abriu uma a uma todas as portas dos quartos. Laura não voltara par

E o olhar dele, tão expectante e sincero, fez com que Laura simplesmente não conseguisse dizer uma palavra de recusa.No fim, só pôde ceder:– Então... vamos.Afonso sorriu, e o sorriso dele era especialmente bonito, como uma lâmina que atravessava o coração, deixando uma inquietação que não passava.Naquele instante, Laura virou o rosto às pressas, repreendendo-se em silêncio.O que ela estava fazendo? Como podia perder o controle do coração só por causa do sorriso de Afonso? Seria porque ficou cinco anos fora e seus hormônios estavam desregulados?Quando entrou na cabine, com o movimento da roda-gigante, pôde observar de perto os flocos de neve caindo um a um, além de contemplar as luzes brilhantes da noite de Capital. O rosto de Laura demonstrava uma empolgação visível:– Esta é a primeira vez que ando de roda-gigante.Afonso franziu levemente a testa. Ela amou tanto o Ricardo antes, nunca andou com ele?Pensando nisso, Afonso deixou escapar a dúvida que tinha no coração:– Ele... n

Ele se sobressaltou, pousou a taça que segurava e, enquanto mantinha uma expressão de surpresa no rosto, deu um passo largo e atravessou rapidamente o salão, indo atrás de Laura.Comparado ao salão onde a festa seguia animada, o saguão parecia bem mais vazio, e apenas algumas pessoas passavam ocasionalmente pelo corredor.Apesar do aquecimento central estar forte no hotel, Laura, com os ombros à mostra, ainda sentia um pouco de frio. Segurando a bolsa junto ao peito, ela caminhava de lábios cerrados em direção ao banheiro no final do corredor.– Laura!Afonso a chamou por trás.Laura parou no momento certo, e Afonso rapidamente se aproximou dela com passos largos, notando de imediato o estado do vestido.O elogio ao vestido, que ele não tinha conseguido expressar, ficou preso na garganta, claramente surpreso com a situação diante de si.Laura disse:– Tive um pequeno incidente, mas está tudo certo.Apesar das palavras, ela não conseguia evitar de proteger instintivamente a frente do ve