All Chapters of Fingi Minha Morte Para Me Vingar Do Traidor: Chapter 71 - Chapter 80

— O que você está fazendo aqui?A voz profunda e gelada de Antônio ecoou atrás de Julia, fazendo-a estremecer e se virar rapidamente, apenas para encontrar aqueles olhos frios e claros que ela conhecia tão bem. O coração apertado finalmente se acalmou, e ela soltou um suspiro quase involuntário.— Sr. Antônio... — Depois de alguns segundos em silêncio, Julia apontou para o carro ao lado e tentou se explicar. — Achei que você já tinha ido embora. Só que, quando desci, vi seu carro parado aqui e pensei que ainda estivesse por aqui.Percebeu-se enrolada nas próprias palavras. Ela mordeu os lábios, sem saber direito como continuar. Notando os braços dela encolhidos pelo frio, Antônio lançou um olhar rápido e um tanto sombrio antes de ir até o carro e destrancar a porta.— Se tem algo para dizer, entra. Aqui dentro está mais quente.Ele abriu a porta do banco do passageiro, aquele lugar que, na cabeça de Julia, deveria ser exclusivo da namorada dele, Fernanda.Insegura, Julia recuou um pas

As lágrimas desciam pelo rosto de Julia enquanto ela gritava, completamente tomada pelo desespero.— Sai daqui! Não quero mais te ver!Sentindo-se provocado, Leonardo interpretou sua resistência como mera encenação, sorriu com arrogância e apertou ainda mais o braço dela, forçando-a contra a parede, colocando seu corpo entre ela e qualquer chance de fuga.— Ah! — Julia soltou um gemido de dor, o rosto ficando pálido. Seu coração congelou, e, de repente, ela parou de lutar, encarando Leonardo com um olhar tão frio e cortante que ele não pôde ignorar. — Leonardo, não me obrigue a te odiar...Naquele instante, Leonardo viu nos olhos dela uma dor que o atingiu como um golpe. Por um instante, sua respiração ficou suspensa, mas logo a raiva retornou, uma fúria capaz de engolir qualquer espaço para a compreensão. Por mais que ainda sentisse pena, o ciúme só crescia por imaginar Julia com outros homens.Apertando o queixo dela, Leonardo olhou bem fundo nos olhos de Julia, a voz carregada entre

Camila entrou devagar, usando um vestido de algodão branco que realçava ainda mais seu jeito delicado. Ao ver Enrico, deu um meio sorriso e disse baixinho:— Enrico, você está aqui...Enrico franziu a testa. Com Camila, não chegava a ter implicância, mas simpatia também não sentia.— E veio fazer o quê? — Ele perguntou, num tom direto.Ela não respondeu de imediato; apenas cruzou o cômodo e foi na direção de Leonardo para ajudá-lo.— Enrico, deixa que levo ele lá para cima. — Disse, segurando o braço do homem.No andar de cima havia uma suíte onde eles já tinham se hospedado algumas vezes.— Melhor você voltar para casa. Aqui não tem nada que precise da sua ajuda. — A voz de Enrico foi seca, cortando qualquer tentativa de insistência.Leonardo sempre tinha sido generoso com Camila, isso era inegável. Mas hoje ele estava assim por causa de Julia. E se acordasse amanhã e visse que tinha passado a noite com a amante, a culpa só iria apertar mais.— Está esperando o quê? Vai logo. — Comple

— Não vai embora de mim... — Pediu Leonardo, encostando o rosto na mão de Julia e, com um gesto quase infantil, roçando de leve a pele dela.Julia desviou o olhar, os olhos marejados e a voz presa na garganta; ficou assim por um bom tempo, perdida naquele aperto que não conseguia soltar. Aquela foi uma noite inteira sem dormir, e só por volta do amanhecer conseguiu cochilar um pouco.Ao abrir os olhos, Leonardo já tinha voltado com o café da manhã, trazendo pão de queijo ainda quente, mingau de aveia cremoso com leite de coco e pastéis de camarão, um banquete feito só com o que ela mais gostava.Julia lançou um olhar rápido para a mesa, mas logo abaixou a cabeça, tentando esconder o nó que se formava na garganta. Forçou-se a engolir a emoção, porque ainda precisava se preparar para sair. Às onze, tinha encontro marcado com Antônio no Clube de Esgrima Imperial.— Está acordada. — Disse Leonardo ao sair do banheiro. Ao vê-la desperta, respirou fundo com certo alívio antes de acrescentar.

Mas ela não podia simplesmente ceder. Ela precisava sair dali de uma vez, deixar que Leonardo carregasse o peso do arrependimento pelo resto da vida e colhesse sozinho as consequências das próprias escolhas.Julai respirou fundo, endireitou o corpo e forçou um sorriso, um sorriso que trazia mais amargura do que leveza, dizendo com a voz embargada:— Está tudo bem. Só entrou um pouco de poeira no meu olho.— Poeira? — Leonardo franziu o cenho, o olhar rapidamente caindo sobre o celular apagado, largado sobre a cama. Por um instante, os olhos dele escureceram, como se algo tivesse se confirmado na sua cabeça.A tensão durou apenas alguns segundos. Logo recobrou a calma e, aproximando-se, segurou delicadamente o rosto dela com as duas mãos, soprando de leve nos olhos dela.— Deixa eu te ajudar a tirar...O gesto, inesperado, parecia quase fora de lugar no meio daquele clima pesado.— Quando eu terminar esse projeto, vou te levar para Bali. Você não dizia que queria ir até o Penhasco dos A