All Chapters of Fingi Minha Morte Para Me Vingar Do Traidor: Chapter 81 - Chapter 90

Talvez fosse um impulso difícil de controlar, mas Antônio examinou Leonardo de cima a baixo, quase com curiosidade. Era mesmo esse o homem por quem Julia se deixou conquistar? O homem a quem ela parecia querer recorrer sem sequer perceber?— Então você está recuando porque sabe que não tem chances? — Provocou Leonardo, abrindo um sorriso que, no entanto, se mantinha frio no olhar, como se cada palavra fosse calculada para cutucar a ferida certa.A tensão tomou conta da sala. Apesar das estaturas parecidas, eles emanavam forças antagônicas. Um conservava uma postura contida e sóbria, o outro revelava um espírito livre e desafiador. Frente a frente, pareciam forças que jamais se misturariam, cada um firme no seu espaço, sem ceder terreno.O pessoal que ainda estava no ambiente evitava até respirar. O clima se tornava tão carregado que permanecer ali começou a parecer arriscado.Sem demonstrar nenhuma alteração, Antônio ergueu o queixo e, com um gesto rápido, dispensou os outros presentes

Por mais que tentasse fingir indiferença, Julia não conseguia afastar aquela pontada de desconforto no peito. Antônio já tinha feito tanto por ela, e mesmo assim, naquele momento, não havia nada que pudesse fazer para retribuir.Respirando fundo, ela pegou a sacola de presente e uma pasta que estavam sobre a mesa. Entregou tudo para Daniel, falando num tom calmo:— Daniel, preparei isso para o Sr. Antônio como forma de agradecimento. Será que você pode entregar para ele por mim? Obrigada.Daniel hesitou um pouco, com uma expressão incerta.— Isso...— Aceita, vai. É só uma lembrança. — Insistiu Julia, estendendo as mãos um pouco mais.— Certo... — Ele acabou pegando o presente, mas não escondeu um olhar desapontado. Não conseguia deixar de pensar que era uma pena, pois fazia tempo que Antônio não demonstrava interesse por ninguém, e justamente agora, a mulher que o atraiu já tinha marido.Falaram ainda mais algumas palavras de cortesia, e Julia, percebendo que não havia motivo para se

Como esperado, no instante seguinte, o celular foi arremessado ao chão com força, despedaçando-se em várias partes.Pedro sentiu o coração subir até a garganta, sem sequer ousar encarar a expressão de Leonardo, e temido por seu temperamento frio.— A publicação que acabou de subir para os trending topics... eu já avisei o setor de comunicação para cuidar disso... — Pedro arriscou comentar, com a voz baixa e cautelosa.Mas isso era um assunto à parte.O rosto de Leonardo parecia mergulhado em gelo, não havia sequer um traço de calor. De repente, ele soltou um riso curto, sarcástico.— Você também acha que sou um idiota, Pedro? Acha que vou deixar aqueles dois me fazerem de palhaço?Ele a havia protegido como se fosse o maior tesouro, passando noites em claro tomado pela culpa, desejando literalmente carregá-la junto a si para onde fosse. Jamais imaginou que tudo aquilo não passava de uma mentira...De uma farsa que ela mesma havia criado.Pedro manteve o silêncio, imóvel, como se qualqu

— Chega, para com isso. Eu já disse que a culpa foi minha. — Murmurou Leonardo.O queixo de Julia repousava no ombro largo do homem, e por mais que tentasse, não conseguia se soltar. Por muito tempo, ela acreditou que ele fosse seu porto seguro.Ela mordeu o lábio e falou com a voz embargada, tentando segurar o choro:— Juro que não sei se você mudou ou não. O Leonardo que eu conhecia nunca se atrevia a falar comigo num tom pesado. Se alguém me provocava, você era o primeiro a entrar no meio e tirar satisfação, nem pensava duas vezes. E agora, justo você levantou a mão para mim.O rosto de Leonardo se fechou num misto de dor e culpa. Ele sabia que não estava limpo naquela história. Então, sem dizer nada por alguns segundos, a abraçou com mais força, como se a pressão dos braços pudesse evitar que ela escapasse de vez.— Meu amor, eu errei. Errei feio demais. Não devia ter jogado tuas coisas fora. Volta para mim, por favor. Se quiser me bater, tudo bem. Só não me deixa. Estou com medo,

A mulher franziu a testa, demonstrando certa impaciência.— É uma sala de descanso, sim.Com um sorriso que escondia segundas intenções, Julia inclinou levemente a cabeça antes de responder:— Sala de descanso? No Clube de Esgrima Imperial, só existe sala de descanso no terceiro andar. Então quer dizer que você estava lá trabalhando quando viu o Daniel me levando para a sala do Antônio?— Isso mesmo. — Confirmou a mulher, tentando parecer firme. — Eu estava servindo bebidas e frutas para os clientes e, por acaso, vi vocês entrando. Ficaram lá dentro por mais de meia hora sem sair.— Entendi... — Disse Julia, deixando escapar um sorriso.Quando voltou os olhos para Leonardo, encontrou exatamente o que temia. A expressão carregada denunciava o esforço dele para manter a raiva presa dentro de si.O sorriso de Julia incomodou ainda mais a mulher, que, sem disfarçar a irritação, disparou:— Sr. Leonardo, a Srta. Julia não merece nada do que o senhor faz por ela! Uma mulher como ela...— Bas