— Lívia voltou. Vamos nos divorciar.Entreguei os papéis assinados ao meu marido, Guilherme, com o rosto inexpressivo.Por um breve instante, ele pareceu surpreso, mas logo recuperou a calma e assinou seu nome com a mesma facilidade de quem já fez aquilo muitas vezes.Foi a primeira vez que eu mesma tomei a iniciativa de lhe entregar os papéis do divórcio.Mesmo assim, como nas seis vezes anteriores, ele prometeu com a mesma naturalidade:— Daqui a um mês, quando ela for embora, nós nos casaremos de novo.Antes, essa frase nunca me trazia segurança.Eu provavelmente o forçaria a jurar, a assinar um compromisso, qualquer coisa que me fizesse acreditar.Mas, desta vez, não senti nada.Nem raiva, nem dor, nem vontade de responder.— Rafaela Lima, você está me ouvindo?Guilherme Moreira franziu o cenho, claramente irritado com meu silêncio.Eu apenas assenti.— Uhum.Minhas mãos continuaram se movendo, dobrando uma peça de roupa após a outra e colocando-as na mala.Quando Guilherme diz que
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