All Chapters of Meu Ex Perdeu o Juízo Tarde Demais: Chapter 11 - Chapter 20

As mãos de Inês se fecharam com força.A casa de que Miguel falava era o dote que sua avó lhe deixara anos atrás, mas, no começo da fundação do Grupo Azevedo, ela a usara como garantia de um empréstimo. Depois, por causa de uma decisão errada de Miguel, o imóvel acabou sendo retomado pelo banco.Mais tarde, quando o Grupo Azevedo cresceu, ele comprou a casa de volta, mas nunca a registrou novamente em nome dela.Inês achava que, sendo marido e mulher, tanto fazia em nome de quem estivesse. Nunca imaginou que Miguel um dia usaria aquela casa pra ameaçá-la!Era a única coisa que sua avó lhe deixou!E ele sabia muito bem o quanto ela era apegada à avó, com quem cresceu. Aquela casa tinha um significado enorme pra ela, e ainda assim ele conseguia falar uma barbaridade daquelas como se fosse nada!Quanto mais pensava, mais furiosa ficava. No fim, Inês jogou o cobertor de lado e pediu a Tiago que preparasse suas roupas.— A senhora vai ter alta? — Tiago perguntou, preocupado. — Mas seu cor

O rosto de Miguel se iluminou de alegria.Os outros, entre invejosos e incrédulos, comentaram:— A Inês é mesmo sem limite pra se rebaixar.Atende ao primeiro chamado, mais obediente que um cachorro!Lígia viu a expressão satisfeita de Miguel e seus olhos escureceram.Soltou de propósito o braço dele e deu um passo pra trás, parecendo magoada.Percebendo o gesto, Miguel franziu levemente o cenho e a puxou de volta.— O que é isso agora?Lígia respondeu com a voz trêmula:— Minha irmã chegou. Eu e o cunhado temos que manter distância, senão ela vai me entender mal de novo.Miguel imediatamente fechou a cara, apertando-a nos braços e rosnando em tom baixo:— Quero ver ela ter coragem!Depois, deu um tapinha nas costas dela e disse com voz mansa:— Fica tranquila. Comigo aqui, ela não pode fazer nada.A porta do salão se abriu, e Inês entrou ofegante, suando.O que viu foi Miguel acariciando Lígia com toda a doçura.Mesmo com o coração já morto há muito tempo, aquela cena ainda a feriu.O

Inês cerrou o maxilar com força.Ela não era burra, quando Miguel a ameaçou há pouco, em momento algum mencionou a casa, o que deixava claro que a mensagem que ela recebeu antes não foi dele.Se tivesse sido, ele jamais perderia a chance de usá-la contra ela.E, se não foi ele, já estava bem óbvio quem armou tudo.Lígia já nem se dava ao trabalho de fingir. Pra atacar ela, jogou fora a máscara de boazinha e mostrou as garras de vez.— Eu não vou pedir desculpas. — A voz de Inês saiu firme. — Você mandou me chamar, e eu vim. Já que não tem mais nada, vou voltar pro hospital.Com tanta gente do lado de Miguel, ela sabia que ficar ali só pioraria as coisas. Não podia vencê-los, então o melhor era sair dali.Apoiando-se no braço do sofá, levantou-se com dificuldade, o rosto pálido, e começou a caminhar pra saída.— Para aí! — Miguel agarrou o pulso dela com força. — Eu deixei você ir? O que foi que você virou, Inês?— Foi você quem errou, e ainda tem a coragem de não pedir desculpas?Inês

A música do camarote lá fora já tinha sido desligada, e o som das batidas de Inês na porta parecia ainda mais abrupto e triste.— Tem alguém aí?— Alguém me escuta?!Ela batia na porta sem parar, mas ninguém respondia.Um desespero irritado tomou conta dela.O celular tinha sido chutado pra debaixo do sofá, não havia como pedir ajuda.Depois de tanto bater, a mão começou a doer. Inês pegou o frasco de sabonete líquido e o usou como martelo, tentando acertar a maçaneta.Mas o trinco era firme como pedra. Ela deu várias pancadas até ficar exausta, e a porta nem se mexeu.— Socorro! Tem alguém aí?! — Gritou ela, batendo com força.Nenhum som, nenhum passo do outro lado.Então ela se virou para a janela.Talvez, se gritasse dali, alguém no andar de baixo ou em outro camarote pudesse ouvir.Inês respirou fundo e começou a gritar por socorro pela janela.A voz dela ecoava longe. A cada grito, parava e escutava, na esperança de ouvir uma resposta.Mas depois de uns dez minutos chamando, o s

— Nojenta! Sem vergonha!Quando Inês descobriu que Miguel a traía com a própria meia-irmã, o mundo dela já tinha desabado uma vez.Achou que aquele era o pior dos horrores escondidos.Mas nunca imaginou que, na verdade, a família inteira a tinha feito de idiota.Os três atuaram juntos nessa farsa, e só ela acreditou de verdade.Achava que, depois da morte da avó, ainda tinha o pai.E que, embora a madrasta não fosse tão carinhosa com ela quanto com Lígia, pelo menos nunca tinha sido cruel ou feito nada típico das madrastas das histórias.Fora o cuidado constante pra não dizer ou fazer nada errado, Inês até vivia bem na casa dos Sanches.Nunca lhe faltou comida, roupa ou abrigo.Ela se sentia grata, achando que aquilo era sinal de aceitação.Por isso, se esforçou tanto.Depois que conheceu Miguel, dedicou-se inteiramente a construir algo com ele, queria dar uma vida melhor a todos.Mas agora, vendo a verdade escancarada, Inês percebeu o quanto a sua vida tinha sido miserável.O pai a us