— Marga, esta é nossa casa. — Vicente cortou as palavras de Margarida. No momento seguinte, ele se inclinou ligeiramente e soltou o cinto de segurança dela, acrescentando. — Além disso, já mandei trazer suas coisas para cá. Você não vai precisar de nada.Afinal, Vicente já tinha providenciado tudo em casa. O significado por trás também era claro, Margarida não teria como escapar aquela noite.Mas a palavra "casa", de certa forma, aliviou a tensão de Margarida, especialmente porque Vicente realmente era um "marido" ótimo em guiar as coisas. Respirando fundo, Margarida finalmente, sob a orientação dele, saiu do carro e entrou na nova casa....Era visível que Vicente tinha se dedicado muito àquele lugar.A mansão ficava na Vila Bela Vista, em Santarino, onde cada metro quadrado valia ouro. Sob a luz suave da lua, o design da casa era elegante e sofisticado, com árvores e flores no jardim crescendo exuberantes, e até mesmo no canteiro de rosas perfumadas havia um lindo balanço branco.Se
Vicente voltou com os anti-inflamatórios e analgésicos que o médico tinha receitado para Teresa.Quanto ao pedido de alta da Teresa, Vicente não insistiu para ela ficar. Apenas ouviu e depois orientou o hospital a facilitar todas as futuras consultas e trocas de curativo dela. Em seguida, pediu para Marcos ajudar Teresa a arrumar as coisas e dirigir para levar ela para casa.Margarida naturalmente também estava no carro.Nos últimos dois dias, Margarida sentia que o contato físico entre ela e Vicente tinha sido meio demais. Então, sentindo o calor que Vicente tinha deixado na mão dela e que ainda não tinha passado completamente, Margarida ficou com uma sensação estranha durante toda a viagem, sem conseguir olhar para Vicente. Mesmo depois que Teresa desceu do carro e sobraram apenas ela e Vicente no veículo, Margarida fingiu admirar a paisagem, mantendo o olhar grudado na janela enquanto observava o céu escurecendo aos poucos.Talvez por ficar na mesma posição por muito tempo, ou tal
— A Margarida largou sua mão e nunca mais vai segurar de novo. Ela te abandonou e jamais vai voltar para o seu lado.Então tudo que Augusto pensava agora não passava de autoengano.Mas se Augusto queria se fazer de cego, Vicente não tinha obrigação de abrir os olhos dele. Assim como Margarida, ele simplesmente não queria mais perder tempo com Augusto.— A Marga é minha esposa. Se nossa relação vai se concretizar logo ou aos poucos, isso é problema nosso, mas você nunca mais pode sonhar em se meter. — Vicente disse com frieza e se virou para ir embora.Mas naquele momento, a voz de Augusto soou de repente, urgente:— Vicente, na real você não precisa se matar tanto assim!Augusto cravou o olhar nas costas de Vicente e continuou:— Já sei que você está fazendo isso para retribuir um favor de anos atrás, por isso a Margarida te procurou para essa encenação. Mas no fim das contas é só um favor, vale a pena se matar tanto assim, a ponto de sacrificar seu próprio casamento para pagar?No pen
— Margarida, você não pode ficar aqui no hospital. A Leonor se desestabiliza só de te ver. — Ordenou Augusto com aquela autoridade de sempre, puxando-a de repente para o canto. Segurou firme o pulso de Margarida, com o rosto sério e tenso. — Você precisa sair daqui. Agora.Ela hesitou por um momento antes de sorrir, mas o sorriso não chegou aos olhos.— Augusto, parece que não importa a situação, você sempre vai colocar a Leonor em primeiro lugar mesmo.Era igual ao Lorenzo, que sem investigar direito os fatos, simplesmente decidiu que Teresa era culpada por machucar Nanda. E agora Augusto, sem pensar duas vezes, queria que Margarida sumisse da vista de Leonor para ela poder se recuperar em paz.Que maravilha. Aqueles dois eram realmente homens exemplares, únicos no mundo, cheios de sentimento e lealdade.Margarida o encarou com sarcasmo antes de responder:— Sr. Augusto, pode ficar tranquilo. Você quer que eu vá embora, e eu também não faço questão de ficar. Saí do quarto justamente p
Mal Margarida tinha acompanhado Teresa de volta ao quarto quando começaram a ouvir do lado de fora a confusão dos seguranças empurrando alguém, misturada com o choro desesperado da Nanda.Os seguranças estavam apenas cumprindo ordens ao expulsar Lorenzo e Nanda, mas sem nenhum cuidado, de forma bem grosseira mesmo. Lorenzo estava roxo de raiva enquanto era empurrado sem poder fazer nada, mas toda vez que os seguranças tentavam encostar na Nanda, ele se jogava na frente para protegê-la.Margarida assistia tudo com uma mistura de satisfação e irritação, e por instinto foi puxar as cortinas para Teresa não ter que ver aquela cena constrangedora. Mas Teresa segurou sua mão, observando tudo com uma calma impressionante. Só quando Lorenzo e Nanda sumiram de vista foi que Teresa soltou a mão da amiga e fechou os olhos por um momento.— Margarida, vamos embora também. — Disse Teresa. — Mesmo você tendo me ajudado a expulsar quem eu não queria ver, também não aguento mais ficar neste hospital
Santarino podia ser um lugar horrível e deprimente, mas pelo menos tinha Margarida.Com uma expressão séria e deliberada, Vicente encarou Lorenzo antes de continuar:— Além disso, minha vida não anda mais tão amarga assim. Outro dia a Marga fez uma bebida doce especialmente para mim.O mais importante mesmo foi o beijo que ela lhe deu no dia anterior, tão doce e carinhoso. Só se arrependia de não ter correspondido melhor na hora, mas da próxima vez com certeza se sairia melhor.Lorenzo não soube o que responder. Ali estava ele sentindo pena do amigo, e o cara vinha se gabar do relacionamento? Sendo nada menos que presidente do Grupo Almeida, que experiência boa ele não tinha tido na vida? Uma simples bebida doce deixava Vicente nas nuvens, e Lorenzo nem sabia como reagir a isso.Constrangido e com o rosto vermelho, Lorenzo se esforçou para explicar:— Vicente, olha, o que estou tentando dizer é que eu e a Nanda realmente não temos nada de errado agora. Já que casei com a Teresa, mesm