LOGINRicardo segurou a xícara de chá com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos, e sua voz saiu rouca, carregada de tensão:— Pareço alguém que a protege?— Mas a própria senhora Vanessa me garantiu que o senhor jamais se meteria nos assuntos dela. — Explicou Catarina, nervosa, mas tentando se justificar. — Ela mesma disse que o senhor detestava a família Freitas. Por isso achei que, mesmo se eu mexesse com alguém daquela família, o senhor não jogaria a culpa nela!Catarina estava sendo sincera. Afinal, se não fosse pela promessa de Vanessa, ela jamais teria coragem de fazer aquilo.Assim que terminou de falar, o silêncio tomou conta do ambiente. Ricardo não disse mais nada. A atmosfera no reservado ficou pesada, sufocante.Como ele continuava calado, Catarina não ousou abrir a boca novamente. Após alguns minutos que pareceram eternos, Ricardo acenou finalmente com a cabeça, dispensando-a.Quando Catarina saiu do reservado, finalmente conseguiu respirar com alívio. Ela não estava
A atmosfera no quarto ficou pesada e silenciosa. Após um longo momento observando-a em silêncio, Ricardo afastou a mão dela com calma e se levantou.— Se precisar de alguma coisa, chama o segurança. — Disse ele antes de sair do quarto.Vanessa o observou partir com os olhos vermelhos, os dedos apertando o lençol com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Ela tinha certeza de que, se ele acreditasse que tinha sido ela quem o salvou naquela noite, voltaria a tratá-la de forma especial, como antes. Mas, para sua surpresa e frustração, ele não parecia nem um pouco feliz com a revelação. Muito pelo contrário, era como se ele não quisesse que fosse ela quem o tivesse salvado.Ricardo saiu do hospital, entrou no carro e recebeu uma ligação de Fernanda informando que havia encontrado Catarina. Ele não voltou para Bela Vista e foi direto resolver aquele assunto pendente.Catarina havia fugido de volta para a cidade depois do ocorrido e ficou escondida até acabar com todo o dinheiro q
Amanda nunca imaginou que um dia ele fosse se lembrar disso. Sentou-se ao lado dele e tocou seu braço com suavidade.— Ricardo, isso aconteceu quando você tinha oito anos. — Disse Amanda, com voz tranquila. — É completamente normal não lembrar de tudo. Não adianta ficar remoendo essas coisas do passado.Ricardo fechou os olhos com força e permaneceu em silêncio.Naquele momento, o médico saiu da sala de emergência e olhou ao redor.— Quem aqui é familiar da Sra. Vanessa?Ricardo abriu os olhos de imediato e se levantou.— Eu sou.— O senhor é o...Antes que Ricardo pudesse responder, Amanda se adiantou e interveio.— Eles são primos distantes. — Explicou ela rapidamente. — Os pais dela moram longe daqui. Sou a mãe dele.O médico assentiu e então falou sobre o estado da paciente:— A paciente está fora de perigo. Ela perdeu um pouco de sangue, mas nada grave. Com alguns dias de repouso, vai se recuperar bem.Assim que o médico se retirou, Amanda se virou para Ricardo com expressão séria
Ricardo tomou um gole da sopa com calma. Ao perceber que ela não reagia, ergueu os olhos e perguntou:— E então? Não gostou?Luana voltou a si num sobressalto e fechou a tampa da caixa, tentando disfarçar o que sentia.— Não, adorei. Muito obrigada!Ele franziu a testa, mas sua voz saiu suave:— Não precisa agradecer por isso.Naquele momento, o celular dele começou a tocar. Era a empregada de Vanessa.Ricardo recusou a chamada, mas o telefone voltou a tocar insistentemente. Com um suspiro de impaciência, ele atendeu.— O que foi?— Senhor! A senhora Vanessa tentou se matar! — A voz da empregada tremia do outro lado da linha.O tom não estava nem alto, nem baixo, mas na quietude da sala, Luana conseguiu ouvir cada palavra com perfeita clareza. Vanessa tentando suicídio? Ela não acreditava nisso nem por um segundo.Ricardo ficou em silêncio por um longo instante, então desviou o olhar para Luana.Ela manteve a expressão tranquila e forçou um sorriso.— Pode ir, não tem problema.— Luana
Antes de sair do grupo, Luana enviou uma mensagem que explodiu como bomba no hospital inteiro. Era uma foto da certidão de casamento dela com Ricardo.[Antes eu não queria expor isso, mas agora não dá mais para aguentar.]A opinião pública virou do avesso em questão de minutos. Vanessa, que todos conheciam como a "suposta namorada" de Ricardo, agora era vista como a amante que tinha se metido no meio de um casamento.[Gente! O Sr. Ricardo e a Dra. Luana são casados!][Casados há seis anos e ninguém sabia de nada!][Então a Vanessa é que é a amante? O Sr. Ricardo traiu a própria esposa! A Dra. Luana não merecia passar por isso!]...Vanessa ainda não havia saído do grupo quando viu a mensagem. Nunca imaginou que Luana fosse jogar a certidão de casamento ali, na cara de todo mundo, sem aviso nenhum. Eles não haviam combinado manter o casamento em segredo? Por que ela resolveu tornar tudo público de repente? Será que Ricardo concordou com essa decisão?Com essas perguntas martelando na ca
Luana ficou atônita. Era inimaginável que Ricardo fizesse um gesto carinhoso daqueles, ainda mais direcionado a ela.Recuperou a compostura no instante seguinte e desviou o rosto.— Quando foi que eu disse que queria ir para o Lago de Zurique?Ricardo a encarou em silêncio.— Da primeira vez que você falou em lua de mel.Havia sido no segundo mês depois que ela se casou com ele.Luana teve um lampejo de memória. Naquela época, recém-casada, também sonhava em ter uma lua de mel ao lado dele. Havia escolhido o Lago de Zurique, na Suíça. Queria andar de barco com ele por cidadezinhas ultra românticas, caminhar de mãos dadas pelas vielas medievais de paralelepípedos, fazer piquenique à beira do rio e tomar sol. Depois, iriam aos vinhedos fazer vinho e ver as famosas Cataratas do Reno. Havia planejado cada detalhe da viagem com tanto cuidado, mas quando foi falar com ele cheia de expectativa, recebeu apenas uma recusa fria.Ao lembrar disso, sentiu o nariz arder. Não era porque estava emoci







