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Capítulo 3

ผู้เขียน: Rolinho Primavera de Morango
Do outro lado da linha, Gustavo respirava como um animal acuado, com raiva suficiente para quebrar qualquer coisa.

Anabela podia imaginar que se estivesse na frente dele naquele momento, nem precisaria esperar um mês para morrer, porque ele mesmo a mataria com as próprias mãos.

Antes que Gustavo conseguisse soltar os palavrões que tinha na ponta da língua, ela riu de forma provocativa.

— Gustavo, dessa vez não vou te enganar, mas quero uma coisa em troca.

O silêncio dele do outro lado da linha falava por si só.

Anabela continuou sem esperar resposta, sabendo que tinha despertado a curiosidade dele:

— Quero que você faça dez coisas comigo. Depois disso, vou no cartório assinar os papéis sem criar problema nenhum. Te garanto que vou sumir da sua vida para sempre, como se nunca tivesse existido.

A oferta era boa demais para ser verdade, mas, ao mesmo tempo, tentadora demais para ser ignorada.

Gustavo demorou alguns segundos para processar a informação antes de tentar barganhar:

— Dez coisas é coisa demais. Cinco, no máximo.

Anabela aceitou com uma facilidade que deveria ter soado suspeita:

— Tá bom.

Para a primeira atividade da lista, Anabela escolheu um jantar beneficente onde precisaria de acompanhante.

Ela se produziu com esmero, escolhendo cada detalhe da roupa e da maquiagem, mas quando Gustavo chegou para buscá-la, mal tirou os olhos do celular onde digitava com fúria, como se estivesse brigando com alguém por mensagem.

Anabela nem se incomodou mais com esse tipo de comportamento. Já conhecia bem o jeito grosseiro dele e sabia que qualquer tentativa de conversa terminaria em desfeita.

Mas foi só entrarem no carro que Gustavo finalmente olhou para ela de verdade, e sua primeira reação foi franzir a testa com nojo evidente.

— Nossa, que cara mais feia. Você emagreceu demais, está toda amarelada que nem uma fruta podre.

Anabela apertou as mãos e fixou o olhar na janela, determinada a não dar o prazer de uma reação para ele.

Quando chegaram ao local do evento, Gustavo puxou a mão dela sem nenhuma delicadeza. Vendo a expressão de surpresa no rosto de Anabela, ele falou com aquele ar superior que tanto gostava de usar:

— Que foi agora? Não é como se fosse a primeira vez que a gente se pega pela mão. Já fizemos muito mais que isso, então para de fingir que é santa.

A mão fria de Anabela desapareceu dentro da palma quente e grande de Gustavo.

Não era mesmo a primeira vez que ele segurava sua mão, mas era a primeira vez que tomava a iniciativa sem ser forçado pelas circunstâncias.

Todo mundo no evento ficou de olho arregalado vendo os dois juntos numa harmonia estranha, considerando a fama de briga que tinham.

Quando começou o leilão, Anabela avistou uma peça que fez seus olhos brilharem de interesse.

Estava levantando a plaquinha quando o homem ao seu lado foi mais rápido e fez o primeiro lance.

A obra era de um pintor estrangeiro que tinha morrido recentemente, daquelas peças que todo colecionador quer ter. Várias pessoas entraram na disputa, elevando o preço a cada rodada.

No final das contas, Gustavo conseguiu levar a pintura por um valor que faria qualquer pessoa normal pensar duas vezes.

Anabela sentiu algo quente e reconfortante subindo pelo peito, uma sensação que não experimentava há muito tempo.

— Gus...

— Manda entregar essa pintura para a família Campos na Cidade do Sul. — Disse ele, se dirigindo ao funcionário do leilão, ignorando por completo a tentativa de Anabela de chamar sua atenção.

A mão que ela havia estendido na direção dele parou no meio do caminho, como se tivesse batido numa parede invisível.

Então a pintura não tinha sido comprada pensando nela.

Uma onda de amargura a atingiu como um soco no estômago, fazendo-a sentir náusea e vergonha ao mesmo tempo.

Ela se levantou de um pulo e caminhou em direção à saída, precisando urgentemente de ar fresco.

Gustavo a seguiu com cara fechada e agarrou seu braço antes que ela conseguisse escapar.

— O negócio ainda não acabou, para onde você pensa que vai?

Anabela tentou se soltar do aperto, mas os dedos dele eram fortes demais.

A paciência de Gustavo estava no limite.

— Foi você mesma que me obrigou a vir nesse lugar chato, e agora está fazendo birra por quê? Você tem problema mental mesmo!

As palavras "problema mental" acertaram Anabela como um tiro certeiro no coração.

— Tenho mesmo. — Retrucou ela, conseguindo finalmente se livrar do aperto e saindo dali sem olhar para trás.

Uma semana inteira se passou sem que Anabela dasse notícias.

Ela se mudou da casa onde moravam e, no começo, Gustavo até ficou aliviado com o espaço extra. Mas conforme os dias iam passando, ele ficava cada vez mais ansioso pensando nas quatro tarefas que ainda faltavam.

A sensação era de que precisava resolver logo aquilo, antes que Anabela mudasse de ideia e voltasse a se grudar nele feito chiclete grudado no sapato.

Sem conseguir aguentar mais a tensão, Gustavo resolveu ligar.

O telefone de Anabela tocou bem na hora em que ela estava saindo de mais uma sessão de radioterapia.

Seu corpo estava uma ruína, com dores nos ossos que pareciam estar sendo quebrados por dentro.

— Ainda faltam quatro coisas na nossa lista, Anabela. Não pensa que vai conseguir me passar a perna.

Anabela respirou fundo antes de responder:

— Quero ir para Astrevia.

A resposta pegou Gustavo completamente desprevenido.

— Agora? Desse jeito, do nada?

— Agora mesmo.

Para Gustavo, aquilo só confirmava que Anabela tinha perdido o último parafuso que ainda funcionava na cabeça dela. Mas a vontade de se livrar dela de uma vez por todas era maior que qualquer inconveniência, então ele comprou realmente as passagens naquele mesmo dia.

Anabela apareceu no aeroporto coberta de roupas da cabeça aos pés, e quando finalmente chegou, Gustavo já estava resmungando de irritação.

— Que palhaçada é essa? Te ofereci carona e você não quis. Aí resolve vir sozinha e ainda chega atrasada.

Enquanto ele reclamava sem parar, Anabela simplesmente empurrou a mala na direção dele.

— Para de reclamar e pega logo isso.

Gustavo fez uma careta irônica, mas suas mãos já estavam automaticamente pegando todas as bagagens dela.

Aqueles gestos automáticos de cuidado passaram despercebidos até para ele mesmo.

Eles já estavam quase embarcando quando o celular de Gustavo tocou de repente.

Anabela ficou parada na porta de embarque, observando-o de longe enquanto ele atendia.

Gustavo apertou o aparelho com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos, e todo seu corpo endureceu como se tivesse levado um choque.

— Me desculpa, Anabela. Não vou poder ir para Astrevia com você.
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