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Capítulo 11

Author: Surpresa da Primavera
No meio da confusão, Mônica perdeu o equilíbrio. Seu corpo delicado balançou, mas Pablo a segurou pela cintura com um movimento ágil, envolvendo-a com seu braço forte:

— Cuidado.

Mônica respirou fundo, ainda assustada, e levou a mão ao peito. Então, ergueu os olhos para Pablo, oferecendo-lhe um sorriso doce enquanto sua voz saía suave como a brisa:

— Estou bem... Obrigada, Pablo.

Ao presenciar aquela cena, Sandra sentiu um aperto no peito. Ela sequer olhou para o estrago causado pela água suja. Tudo o que queria era desaparecer da frente de Pablo o mais rápido possível.

Mas Viviane, como já era de se esperar, não estava disposta a deixá-la ir. Ela posicionou-se na frente de Sandra, bloqueando sua passagem, e gritou furiosa:

— Sandra, o que você pensa que está fazendo? Vai cometer um erro desses e sair de fininho como se nada tivesse acontecido?

Sandra levantou os olhos, seu olhar calmo, mas frio como o gelo, e respondeu com uma voz cortante:

— Se você não tivesse agarrado meu braço, isso não teria acontecido.

Viviane ficou ainda mais irritada, o rosto vermelho de raiva:

— Está tentando jogar a culpa em mim?

— Eu não fujo das minhas responsabilidades. Mas eu só assumo aquilo que, de fato, é minha responsabilidade. — Sandra manteve-se firme, sem recuar um centímetro.

Os que estavam ao redor ficaram perplexos.

"De onde saiu essa garota que ousa falar assim na frente do Sr. Pablo?"

Essa era a pergunta que todos pareciam fazer.

Pablo não tirava os olhos de Sandra. Sua postura rígida não mudou, mas havia algo reluzindo em seu olhar, uma sombra de algo indecifrável que o fazia observá-la com atenção.

Viviane, sentindo que a situação estava fugindo de controle, virou-se para o marido, Ivo, em busca de apoio. Ela lançou um olhar carregado de significado, e ele imediatamente entendeu o recado.

— Você manchou o vestido da Srta. Mônica! Não vai pedir desculpas? — Gritou Viviane, apontando para Sandra.

— Exatamente! — Ivo concordou, cruzando os braços enquanto olhava para Sandra com desprezo. — Todo mundo viu o que aconteceu! Não adianta tentar argumentar. Apenas peça desculpas para a Srta. Mônica. Ela é uma pessoa generosa, tenho certeza de que não levará isso adiante. Mas, se você se recusar, teremos que tratar o caso com seriedade. Funcionários desrespeitosos não têm lugar aqui.

Os dois estavam claramente em sintonia, prontos para derrubar Sandra.

Sandra, no entanto, permaneceu em silêncio. Seus olhos estavam fixos em Pablo, que ainda não havia dito uma palavra.

Mônica, percebendo a tensão crescente, deu dois passos à frente e pigarreou delicadamente, como se quisesse aliviar a situação. Sua voz era suave, mas cheia de autoridade:

— Sr. Pablo, acho que essa moça não fez por mal. Talvez... devêssemos deixar isso para lá.

Pablo finalmente desviou o olhar de Sandra e voltou-se para Ivo, sua voz carregada de indiferença:

— Sr. Ivo, você disse que, se ela não se desculpar, o caso será tratado com seriedade. Então, o que você sugere?

Ivo, sentindo que tinha o apoio de Pablo, sorriu maliciosamente:

— Bom, não acho que seja o caso de demiti-la. Mas um comportamento como esse, especialmente com a Srta. Mônica vindo ao P&D, é inaceitável. Funcionários que não seguem as regras e não sabem se comportar não podem ficar aqui.

Ivo fez uma pausa, apenas para aumentar o impacto de suas palavras, e continuou:

— Acho que o mais apropriado seria transferi-la para outro setor. Ela pode voltar para o RH e, se quiser, disputar outra vaga futuramente.

Viviane sorriu internamente.

"Transferência" era praticamente uma sentença de morte. Depois de ofender Mônica, ninguém no Grupo Barros aceitaria Sandra em outro departamento.

Pablo assentiu levemente, como se não fosse nada importante:

— Certo. Faça como o Sr. Ivo sugeriu.

Ele pronunciou as palavras com tamanha casualidade que quase pareciam irrelevantes. Mas, para Sandra, aquilo foi como uma sentença final.

Ele não fazia ideia do quanto sua esposa havia lutado para permanecer naquele departamento. E agora, com um simples gesto, ele jogava fora todos os seus esforços. Tudo por causa de Mônica.

Mônica sorriu de canto, satisfeita. Ela virou-se para Pablo, pronta para ir embora, enquanto os outros diretores começavam a segui-los.

Mas, antes que pudessem sair, a voz firme de Sandra cortou o ar como um trovão:

— Não precisa se dar ao trabalho!

Pablo parou imediatamente. Ele se virou para encará-la, sua expressão fria como gelo.

Sandra respirou fundo, caminhou alguns passos à frente e, sem hesitar, tirou da mão de um dos diretores um caderno e uma caneta.

Todos os olhares estavam fixos nela enquanto ela escrevia algo rapidamente, seus gestos firmes e decididos. Assim que terminou, ela arrancou a folha do caderno, dobrou-a e caminhou em direção a Pablo.

Todos se entreolharam, sem saber como reagir. Os dois verdadeiros cônjuges estavam agora frente a frente, em uma clara confrontação. A tensão no ar era palpável.

Pablo a observava com um olhar penetrante, sua presença exalando autoridade e poder. Ele abriu a boca para falar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Sandra deu um passo à frente e, com um movimento rápido, bateu o papel contra o peito dele com tanta força que o empurrou para trás.

O impacto foi inesperado. Pablo, sempre inabalável, deu um passo para trás, surpreendido.

Sandra ergueu o rosto pálido, mas determinado. Sua voz saiu clara e pesada, cada palavra carregada de decisão:

— Eu me demito.
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