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Capítulo 203

Penulis: Adeus à Lua
À noite, Helena recebeu uma ligação de sua melhor amiga, Inês.

— Amor, faltam só alguns dias para o Ano Novo. Você já tem algum plano? — Perguntou Inês, animada.

Helena, ao ouvir isso, olhou automaticamente para o calendário no celular. Já era 28 de dezembro.

— Não, nenhum. — Respondeu ela, com a voz rouca por ter chorado a tarde inteira.

Inês ficou surpresa.

— Amor, o que aconteceu com sua voz? Está tão rouca assim por quê?

— Não foi nada, só uma gripe leve. — Disse Helena, tentando disfarçar.

— Ah, tá bom. — Respondeu Inês, sem desconfiar. — Então, como você vai passar o Ano Novo? Vai ser com o Gabriel ou vai passar comigo e a Júlia?

Ao ouvir o nome de Gabriel, Helena sentiu um aperto no peito e, sem conseguir se controlar, seus olhos começaram a marejar novamente.

— Eu e ele...

— Hm? Você e ele o quê?

O quarto estava iluminado como se fosse dia, enquanto do lado de fora flocos de neve caíam lentamente em silêncio.

Helena estava sentada na cama, segurando o ce
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    — Cof, cof, Inês. — Júlia lançou um olhar discreto para Helena, tentando avisar Inês para não tocar em assuntos delicados. Inês, no entanto, não deu a mínima, acenando com a mão como se não fosse nada: — Ah, relaxa! Já faz tanto tempo. Nossa Helena nem liga mais para isso, não é, Helena? Helena deu um sorriso levemente resignado. — Já superei, mas agora só penso na minha carreira. Homem não está nos meus planos. — Nada, deixa eu te mostrar a foto dele. Quem sabe você muda de ideia? — Você ainda tem fotos dele? — Júlia perguntou, surpresa. Enquanto mexia no celular, Inês respondeu: — Não exatamente. Na época da faculdade, eu tinha salvo no celular e acabou sincronizando automaticamente com o Google Fotos. Nunca tive paciência pra apagar, então ainda estão lá. Helena riu: — Não acredito que isso acontece mesmo. Alguns minutos depois, Inês encontrou a foto de Percival e passou o celular para Helena. — Toma, olha aí. Esse é o Percival. E aí? Bonito, né? Helena aba

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    Nos últimos dias, Helena esteve extremamente ocupada, entre visitas a locais, entrevistas e planejamento. Depois de muitas idas e vindas, ela finalmente encontrou o local ideal para o escritório. Alugou um andar inteiro em um edifício comercial na área mais movimentada do centro de Cidade J. Ela decidiu dar ao seu escritório o nome Advocacia Justa. De acordo com as regulamentações legais, os sócios de um escritório de advocacia precisam ter pelo menos três anos de experiência profissional. Helena já preenchia esse requisito, pois havia trabalhado por três anos em Cidade H e depois mais seis meses na Costa Advogados em Cidade J. No entanto, encontrar outros sócios qualificados não era uma tarefa simples. Seu primo Rafael havia apresentado a ela vários advogados renomados de Cidade J. Porém, a maioria desses profissionais já tinha suas próprias firmas, onde atuavam como sócios. E, conforme as regras, um advogado não pode exercer em dois escritórios ao mesmo tempo, nem ser sócio e

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    — Entre. Helena foi direta: — Doutor, eu quero pedir demissão. O diretor da Costa Advogados ficou surpreso e encarou Helena, incrédulo. — O que aconteceu? Como assim já quer pedir demissão logo no primeiro dia de trabalho após o feriado? Ele se lembrava bem da última viagem que fizera com Helena a trabalho em Cidade B. Durante aquela viagem, ela apostara casualmente que conseguiria o contrato de consultoria jurídica e representação legal de dez anos da Orion & Co., e, para a surpresa geral, conseguiu. Para ele, Helena era como uma mina de ouro, um verdadeiro amuleto da sorte. Deixar que ela se fosse seria um prejuízo imenso. Helena, no entanto, não hesitou em expor seus motivos. — Beatriz e eu temos problemas pessoais. Não vou trabalhar para ela. Os advogados não sócios do escritório, por mais que parecessem bem-sucedidos, não passavam de empregados, trabalhando para beneficiar a firma. Cada caso que eles fechavam tinha uma porcentagem retida pelo escritório, que, no fi

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    — Não pense que eu não sei que foi você quem mandou fazer aquela ligação! — Disse Cíntia, com a voz dura e o olhar severo. — Não finja que não entendeu. Hoje você vai jantar com a gente e ponto final! Gabriel parou, encarou a avó com calma e, sem perder a compostura, respondeu: — Tudo bem. Então não vou me fazer de desentendido. Ele se virou para Emma, mantendo o tom frio e direto: — Prazer, meu nome é Gabriel. Me desculpe, mas não tenho interesse em encontros arranjados. Não sabia que este jantar era para isso, e, no momento, não tenho intenção de namorar ou me casar. Por favor, não perca seu tempo comigo. O rosto de Emma empalideceu instantaneamente. Gabriel, sem se importar com a reação de ninguém, virou as costas e saiu da sala, deixando a avó e os convidados para trás. — Volte aqui, Gabriel! — Cíntia gritou, furiosa. Mas ele não parou. Seus passos firmes desapareceram rapidamente de vista. A família Fonseca ficou indignada. Samuel tentou controlar a respiração,

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    — Isso foi porque ainda não tive tempo de avisar. — Gabriel olhou para o relógio e continuou. — Está ficando tarde. Vou pegar os documentos e preciso ir logo. O descontentamento ficou evidente nas sobrancelhas de Cíntia, e seu tom adquiriu um toque de repreensão: — Jante antes de sair. Se algo acontecer, eu resolvo. — Como assim? — Gabriel manteve o tom descompromissado. — A senhora não pode decidir sozinha pelo conselho da empresa, né? Espere só um pouco, daqui a pouco você vai receber uma ligação convocando uma reunião do conselho. Sem esperar pela resposta, Gabriel subiu as escadas, deixando os convidados da família Fonseca e todos os outros no salão. Lá embaixo, os Fonseca se entreolharam, claramente desconfortáveis. Samuel foi o primeiro a falar, mantendo um tom respeitoso: — Dona Cíntia, o Gabriel não sabia que este jantar foi organizado para ele e Emma se conhecerem formalmente? Apesar de ser dois anos mais velho que Cíntia, Samuel reconhecia a posição da matriar

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