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Capítulo 0003

Autor: Ana Luiza Mendes
Fabiano não acreditava no que estava ouvindo. Ele pensou que Patrícia estava brincando, até que viu a marca vermelha na lateral de seu pescoço. Seus olhos se encheram de raiva imediatamente.

— Quem é esse homem? Patrícia, você me traiu! — Gritou, com a voz cheia de indignação.

Patrícia soltou um riso cínico e zombou:

— Ah, então o senhor Fabiano pode casar-se com outra pessoa, mas eu, Patrícia, não posso me casar primeiro?

Ela quase deixou escapar um detalhe interessante: logo, ao se casar com Juliana, Fabiano descobriria que Patrícia seria sua nova tia. Ah, que cena gloriosa seria!

Ela estava muito curiosa para saber qual seria a reação dele quando descobrisse.

— Isso é impossível! Quem é esse homem? Quem teria coragem de se casar com você? E por que eu não soube de nada? — Fabiano ficou paralisado, em choque.

Patrícia se perguntou como pôde ter sido tão cega, a ponto de amar alguém como Fabiano. Ela acreditou em tudo que ele dizia, deixando-se enganar como uma tola.

Três meses atrás, ao descobrir sobre o casamento de Fabiano, ela ficou devastada. Perdeu dez quilos em dez dias, como se tivesse contraído uma doença grave. Para os outros, disfarçou, dizendo que sofria de uma gastrite forte.

Com o apoio de sua amiga Laura Soares, que insistia em alimentá-la, Patrícia aos poucos recuperou o peso e a saúde.

O motivo por trás de seu plano de seduzir Roberto era simples: ao saber que Juliana era sobrinha dele, Patrícia viu ali uma chance de retaliação.

Ela nunca imaginou que seu plano daria certo, muito menos que Roberto concordaria em se casar com ela.

Mas, como dizem: "Quem não arrisca, não petisca."

Se ela não tivesse batido à porta dele naquela noite, nada disso teria acontecido.

— Isso não é da sua conta, Sr. Fabiano. — Respondeu com frieza, levantando-se e pegando sua bolsa.

Mas Fabiano a agarrou pelo pulso, com força.

— O presente não é um favor. Você vai à cerimônia!

Patrícia revirou os olhos e, com um sorriso irônico, respondeu:

— Então me dê outro presente e eu vou.

— Você! — Fabiano ficou sem palavras, tremendo de raiva.

Mas seu orgulho não permitiria que ele cedesse. E, como ele tinha dinheiro de sobra, tirou mil reais e colocou na mão de Patrícia, rosnando:

— Aqui está. Se você não aparecer, vai ver o que acontece.

O tom ameaçador fez com que as lágrimas se formassem nos olhos de Patrícia, mas ela não cedeu.

— Não se preocupe, eu estarei lá. — Disse ela, guardando o dinheiro e saindo sem olhar para trás.

Só quando estava longe, as lágrimas finalmente caíram. Ela havia segurado tudo para não mostrar fraqueza diante de Fabiano.

Era doloroso pensar que as promessas que ele fizera um dia haviam resultado naquela situação amarga.

Patrícia organizava seus sentimentos ao chegar ao trabalho no Grupo Santana.

Todos sabiam que ela havia tirado meio-dia de licença médica. Alguns, percebendo seu estado, fizeram perguntas de cortesia, mas logo voltaram ao trabalho.

Patrícia, então, começou a organizar documentos e materiais.

Durante a tarde inteira, ela ainda não conseguia processar o fato de estar casada, e começou a duvidar se tudo aquilo não era um sonho.

Ela apertou a própria coxa com força, sentindo a dor que a fez ofegar. Isso confirmou: tudo aquilo era real.

— Patrícia!

Foi quando uma voz severa cortou o ar.

Ela se levantou rapidamente e viu Sarah Carvalho, com um semblante irritado.

— Vem até o meu escritório agora! — Ordenou Sarah.

Sarah era a diretora do departamento de secretariado, sua supervisora direta, e uma das pessoas mais competentes ao lado de Roberto.

Além disso, era ex-colega de faculdade de Roberto.

Diziam que Sarah havia recusado uma oferta de trabalho vantajosa no exterior para seguir Roberto de volta ao país, aceitando ser apenas sua secretária. Isso demonstrava a dedicação dela. Ela começou como uma secretária comum, mas, devido ao seu talento, foi promovida a secretária-chefe.

E quanto à razão de Sarah ser tão devotada a Roberto, circulavam boatos de que ela o amava em segredo há anos. Por isso, estava disposta a ficar ao seu lado, sem questionar.

Patrícia sentiu um frio na barriga.

Sarah normalmente não se irritava assim. Será que ela sabia do casamento de Patrícia com Roberto e estava querendo zombar dela?

Ao entrar no escritório de Sarah, Patrícia a encontrou vestida com um elegante terno preto e sapatos de salto alto, exalando autoridade.

— Você foi ao resort e perdeu o juízo, foi isso? — Sarah a repreendeu. — Os documentos que você organizou estavam com um erro nos dados. Você já está há três anos no Grupo Santana e ainda comete um erro tão básico?

Patrícia arregalou os olhos, surpresa.

Será que, devido à confusão mental daquele dia, ela cometeu o erro ao organizar os documentos?

Mas não poderia ser um erro tão simples!

De qualquer forma, ela manteve a postura.

— Desculpe, Srta. Sarah, prometo que isso não vai acontecer novamente.

— Não vai haver uma próxima vez. Vou comunicar ao departamento de RH para iniciar o processo de demissão. — Sarah estava implacável.

Ela já não gostava de Patrícia, principalmente por causa de...

— O quê?! — Patrícia não conseguia acreditar. Ela se desculpou mais uma vez. — Desculpe, Srta. Sarah, por favor, me dê uma nova chance.

— Não vou permitir que um erro tão simples seja cometido por um de meus subordinados. Se acontecer uma vez, é motivo para demissão imediata. — Sarah estava decidida.

Ela definitivamente não poderia deixar a Patrícia continuar no Grupo Santana.

Caso contrário, os problemas seriam infinitos.

Patrícia saiu do escritório atordoada. Ela não sabia como tantas coisas poderiam ter acontecido em um único dia.

De repente, pensou em Roberto.

Isso certamente não teria sido ideia dele. Então, a única pessoa que poderia ajudá-la era Roberto.

Ela ligou para ele, mas a ligação não foi atendida.

Sem alternativas, subiu até o andar da presidência, chegou à porta do escritório de Roberto e bateu.

Não houve resposta.

Patrícia, então, desistiu de esperar. Quando se virou para sair, viu uma figura alta se aproximando, acompanhada de um grupo de pessoas.

Patrícia ficou nervosa e procurou um lugar para se esconder. Afinal, ela e Roberto haviam concordado em manter o relacionamento em segredo.

Ela não podia ser vista.

Mas o corredor estava vazio e não havia onde se esconder. Roberto chegou rapidamente até ela.

— O que foi? — Perguntou, com a voz baixa e cortante. Sua voz ecoou no corredor vazio, fazendo-a estremecer.

— Sr. Roberto, não se preocupe, meu problema não é urgente. — Patrícia abaixou a cabeça, tímida.

Roberto se virou para o grupo de pessoas atrás dele e disse:

— Podem ir embora.

As pessoas se dispersaram rapidamente.

Patrícia levantou os olhos, percebendo que já não havia ninguém por perto.

Tão rápido assim?

— Entre.

Roberto a conduziu até o escritório.

Não era a primeira vez que ela entrava no escritório de Roberto. Afinal, ela também fazia parte do departamento de secretariado, e, sempre que faltava pessoal, ela vinha até aqui para entregar documentos.

O escritório de Roberto era como aqueles que se via na televisão: uma mistura de preto, branco e cinza, com uma vista espetacular das janelas panorâmicas, de onde se podia observar os imponentes edifícios do lado de fora e a agitação da cidade.

— Vem cá.

Ele se acomodou lentamente na cadeira, os dedos batendo descompassadamente sobre a mesa, em um gesto despreocupado, que transmitia uma sensação de indolência.

Patrícia sentiu um nervosismo inexplicável.

Sem querer, sua mente se remeteu à cena da noite anterior. Quando ele estava na cama, a situação era completamente diferente de tudo o que ela via naquele ambiente de trabalho.

Talvez fosse a diferença entre uma flor rara e um homem bem-vestido, mas com intenções nada dignas.

Patrícia encontrou os olhos profundos dele e, rapidamente, voltou seus pensamentos à realidade, obedecendo à ordem dele e se aproximando.

Quando ela se aproximou, o homem estendeu o braço rapidamente, segurando seu pulso e puxando-a para seus braços.

Surpresa, Patrícia foi subitamente parar sobre as pernas dele.

A mão grande dele subiu pela barra de sua roupa...
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