Raul, que antes estava sendo contido por Helena, de repente encontrou forças inesperadas e se desvencilhou dela, correndo até Roberto com um grito de raiva:— Foi você que armou isso, não foi? Eu sabia que você tinha uma boa intenção ao vir para o meu aniversário, mas na verdade, você só queria fazer isso!Dizendo isso, ele levantou o punho, pronto para socar Roberto.No entanto, a força que ele tinha, fruto de tantos excessos na vida, não era nada perto de Roberto.Foi fácil desviar do golpe, e com um simples movimento, Roberto fez Raul cair no chão.— Seu bastardo, eu deveria ter... — Raul começou a gritar, mas sua voz foi interrompida por uma voz grave e forte:— Já deu de gritaria! Não tem vergonha não?! Está tentando humilhar todo mundo aqui?!A confusão foi interrompida quando Sr. Rildo apareceu, impondo sua autoridade.Mas não acabou ali. Depois de mandar todos saírem, Sr. Rildo chamou a família Santana para a sala interna.Juliana, querendo assistir ao caos, foi expulsa para fo
De repente, a imagem na grande tela à distância mudou.Era um rosto familiar que apareceu:— Eu, eu sou o Luiz. Esses anos todos, fiquei com Raul. Uns dias atrás, Raul me mandou atacar a Sra. Patrícia, esposa do Roberto, porque ele não suporta o Roberto. Eu… Eu errei, eu realmente errei... E eu sei que Raul transou com todas as protagonistas das três grandes produções dele deste ano, fui eu quem fiz! Eu… Eu tenho provas, me dêem uma chance, por favor, me deixem ir!O vídeo começou a rodar em loop, repetindo constantemente.O som estava alto, e todos no local ficaram em choque.Foi Raul quem reagiu mais rápido, gritando de forma descontrolada:— Quem foi? Quem colocou isso? Desliguem isso agora, desliguem!A próxima a reagir foi Helena. Ela tirou um dos saltos e atirou com força contra o rosto de Raul:— Raul, você não tem vergonha! Até minha prima você tem coragem de atacar? Eu acho que você já está querendo se matar!— Não, não, você tem que me ouvir. Foi sua prima quem quis falar com
Diante de um ataque tão direto, Patrícia ficou momentaneamente sem reação.Ela conhecia, ainda que por alto, a fama de Helena.Mulher de personalidade forte, língua afiada, dona de metade dos negócios da família Mendes, e com pouca paciência pra disfarçar hostilidade.Mesmo Raul, que claramente não era apaixonado por ela, ainda precisava tratá-la com cuidado, por causa dos interesses entre os Mendes e os Santana.Mas… Patrícia sequer havia tido qualquer conflito com ela. Aquela era a primeira vez que se encontravam.Por que tanto ódio?Apertando com mais força a taça de suco entre os dedos, Patrícia respirou fundo, ergueu os olhos e tentou manter a compostura.— Cunhada, não entendi onde você quer chegar. Só troquei o vinho por suco porque não tenho boa resistência ao álcool. Fico com medo de passar vergonha.Helena riu com desdém, sem fazer esforço algum pra disfarçar o desprezo.— Pode até não saber beber, mas sabe subir na cama direitinho, né? E olha só… Tem língua afiada também. Qu
Aquela noite…Talvez tudo terminasse mais cedo do que esperava.E, se terminasse mesmo… Quem sabe ele ainda…— Por isso mesmo, decidi que vou fazer dieta. — Murmurou Patrícia, mastigando com delicadeza.Era só uma salada, quase sem calorias, mas, mesmo assim, ela deu duas garfadas e empurrou o prato, desanimada.— Não quero ficar gorda. Fico feia.Afinal, no mundo de hoje, o padrão era claro: magra, pálida e com aparência de menina.Se ela continuasse engordando… Uma hora alguém iria torcer o nariz.Mal terminou de falar, Roberto lançou um olhar penetrante, a expressão severa.— Você sabe que fazer dieta sem critério prejudica a saúde? Vai arriscar o corpo só pra ficar magrela?O tom era o mesmo que se usaria com uma criança teimosa, cheio de autoridade e crítica.Patrícia abriu a boca pra responder, mas não soube o que dizer. Acabou murmurando, quase infantil:— Mas é que eu realmente engordei. Tá tudo mole… Não tá bonito.— Quem te disse isso? — Ele retrucou com frieza, deixando o ol
A poucos metros dali, um carro acabava de estacionar.Do lado do passageiro, Roberto desceu com passos firmes.Usava um sobretudo preto. Nada chamativo. Nem formal demais.Mas a presença dele… Fria, contida, dominante. Bastava um olhar para qualquer um entender quem era a figura mais imponente daquele ambiente.— Ju… Quanto tempo, hein? — Disse ele, com a voz baixa e cortante. — E, mesmo assim, parece que quanto menos a gente se vê, mais afiada sua língua fica. O que foi? Sua mãe anda ocupada demais pra te ensinar como se respeita os mais velhos?Roberto foi se aproximando, até parar ao lado de Patrícia.A fala dele era gélida como gelo quebrando no vidro.Mas, para Patrícia, aquilo soava como proteção. Um escudo.Ele estava defendendo ela.Essa simples percepção dissolveu todos os sentimentos ruins que vinham consumindo seu peito nos últimos minutos, a insegurança, a humilhação, a angústia.Sem pensar, Patrícia passou suavemente o braço pelo dele, num gesto quase automático.E ele, ao
Com aquela aparência, Lúcia achava que não era exagero sonhar alto. Vai que, com os contatos certos, conseguia até ser lançada como uma atriz famosa? Uma estrela de cinema, uma futura ganhadora de prêmios...E aí, adeus salário medíocre na Grupo Santana. Nunca mais teria que aturar o desprezo de Patrícia.Com esse plano ganhando forma na cabeça, os olhos dela já brilhavam de ambição.Patrícia notou perfeitamente a mudança de expressão da irmã. Conhecendo Lúcia como conhecia e já tendo presenciado tantas vergonhas alheias, conseguia até adivinhar o que ela estava tramando.— Lúcia… O Raul é casado! — Disse, em choque. — Você não tem esse nível de vergonha na cara, tem?Mas, pensando melhor… Claro que tinha.Afinal, ela já sabia que Roberto era casado e, mesmo assim, tentou se jogar pra cima dele.— Ah, Patrícia, para de bancar a santa! — Rebateu Lúcia, com um riso debochado. — Vai me dizer que você não fez o mesmo com o Sr. Roberto? Quem foi que deu em cima primeiro, hein?Patrícia aper