LOGINMinha sogra sofreu um acidente de carro e foi levada para a sala de emergência. Liguei mais de vinte vezes para meu marido advogado até que ele finalmente atendeu. — O que você está aprontando de novo? Mirella teve um problema, estou ajudando aqui, para de me incomodar à toa. Segurei minha mágoa e contei que sua mãe sofrera um acidente, pedindo que transferisse cem mil reais. Mas ele, acreditando nas palavras de Mirella, respondeu com grosseria: — O que o acidente da sua mãe tem a ver comigo? Nem pense em tirar dinheiro de mim para ajudar sua família. Não me incomode, estou ocupado. A ligação foi abruptamente encerrada. A sogra não resistiu e veio a falecer. Três dias depois, na audiência, vi meu marido advogado defendendo com eloquência a ex-namorada, acusada de dirigir embriagada. Ele alegou falta de provas e conseguiu que Mirella fosse absolvida. Desolada, após a audiência, pedi o divórcio. Ele entrou em pânico. — Minha mãe sempre te tratou tão bem, se você se divorciar de mim, ela vai ficar arrasada! Ri friamente, jogando na cara dele o comprovante do hospital e o atestado de óbito. Idiota, ele ainda não sabia que já não tinha mais mãe.
View MoreCom o vídeo, a opinião pública começou a mudar.Muitos acharam que Magnus fora enganado, até o consideraram vítima.Ao ver tais comentários, só pude rir.Não sei se Magnus planejou isso, mas nem eu, nem o tio, nem a sogra o perdoaríamos.Mirella era odiosa, mas Magnus mais ainda.Porque era nosso familiar.Deveria estar do nosso lado.Mas não esteve.Essa ferida nunca cicatrizaria.No dia do julgamento de Magnus, ninguém apareceu. Foi nosso castigo para ele.Depois, soube pelo tio que Magnus se suicidou na prisão.Antes de morrer, só repetia pedidos de perdão.À mãe.Ao tio.E a mim.Ao saber de sua morte, senti um alívio inexplicável.Como não odiá-lo?Claro que odiava.Por trair, por não confiar, por causar a morte da sogra.O divórcio nem chegou a sair.Virei viúva e herdei quase tudo de Magnus.Na antiga casa, encontrei o pote que a sogra trouxera.O picles, já estragado, Magnus comera até o fim.Lavei e lavei o pote, pensando no que ela sentia ao trazer aquilo para o filho.E no q
O que aconteceu no tribunal foi filmado e viralizou.[Advogado defende a assassina da própria mãe.]No Brasil, esse tipo de notícia chama a atenção.Logo, descobriram Magnus e Mirella nas redes sociais.Como no tribunal, todos os criticavam.Mirella continuava arrogante.Achando-se protegida por Magnus, fez até live:— Sim, era eu dirigindo, mas não têm provas de que fui eu que matei. Era só extorsão, não têm provas!— Só estava acima do limite e com um pouco de álcool, perdi a carteira, só isso.— Se continuarem caluniando, processo vocês!— E sobre a Lídia... Eu namorei o Magnus antes dela, quem garante que ela não acabou com nosso relacionamento?Pouco depois, a live foi retirada do ar.Mas prints circularam, gerando mais discussão.O caso repercutiu tanto que lojistas próximos ao local do acidente ofereceram as imagens das câmeras externas.Um deles postou o vídeo nas redes sociais.No vídeo, a sogra atravessava a faixa quando um carro avançou o sinal e a atropelou.A velocidade er
Magnus voltou para casa, arrasado.Lá, o aguardava uma “surpresa” que preparei.Não pretendia perdoá-lo facilmente por sua arrogância, desconfiança e desprezo.Ao abrir a porta, viu um pote sobre a mesa: era o mesmo que a mãe trouxera de casa.Havia um bilhete meu:[Este é o picles que sua mãe fez para você, porque você comentou no telefone. Ela preparou e trouxe imediatamente.][Se ela não tivesse vindo trazer esse picles, acha que ainda estaria viva?]Magnus caiu de joelhos, chorando desesperado.Como um animal ferido, uivava de dor.— Mãe!— Mãe!— Eu errei, me perdoa!— Foi tudo culpa minha!Assistindo pela câmera do celular, dei um sorriso frio.O arrependimento já não servia de nada.A sogra não voltaria mais.Depois, tentou me procurar e ao tio para visitar a mãe.Claro, ninguém permitiu.Magnus quis me reconquistar.Apareceu no meu novo apartamento com um buquê de rosas.Olhei com desprezo.— Não gosto de homem pegajoso, Magnus.— Para mim, você já não existe mais.Joguei as ro
O tio ficou tão emocionado que mal conseguia falar.— Sua mãe abriu mão de tudo para ficar com você, seu pai traidor não lhe deu nada, ela sofreu, e você sabe disso!— Mas no fim, nem ao velório foi!— Foi você quem ajudou Mirella a se safar?— Foi ou não?Com medo que o tio passasse mal, fui acalmá-lo.— Tio, não se aborreça. Vou recorrer.Ele respirou fundo, já grisalho, e me deu um tapinha no ombro.— Lídia, ainda bem que você existe.— Depois do divórcio, continuará sendo minha sobrinha.Sorri.Magnus estava desolado.Murmurava:— Como pode ser minha mãe? Por quê?Mirella, trêmula, tentou consolar, mas recuou diante dos olhos vermelhos dele.— Você disse que foi uma senhora desconhecida que tentou te extorquir!— Disse que Lídia pedia dinheiro para comprar apartamento para o irmão!— Mirella, por que mentiu para mim?Ele gritou, sacudindo os ombros dela.— Fale! Por quê?Mirella, assustada, se escondeu atrás de um segurança.— Magnus, calma, eu estava nervosa, não vi direito...Ven






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