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Capítulo 7

Author: Árvore Florida
Parecia que Leonardo tinha ficado ao meu lado por muito tempo.

Ele levantou a mão e tocou meu rosto cansado e emagrecido, como se tentasse confirmar que eu ainda estava ali.

De repente, o médico entrou às pressas, segurando um exame e exibindo um sorriso radiante.

— Chefe, ótimas notícias. A senhora…

Bem nesse instante, o celular de Leonardo tocou.

Ele fez um gesto brusco para o médico se calar e atendeu imediatamente.

Do outro lado da linha, fosse lá o que Cristiane tivesse dito, aquilo fez com que ele se levantasse na mesma hora e saísse às pressas.

O médico instintivamente tentou ir atrás dele, mas os guardas o bloquearam.

— Tem certeza de que quer fazer isso? Se você atrapalhar o chefe no encontro dele com a Srta. Cristiane… Já era.

— Mas… A senhora está grávida. Eu acho que o chefe deveria saber disso. Se ela for mandada para a masmorra, o bebê corre risco.

— Grávida?!

Os guardas arregalaram os olhos.

Mas, no segundo seguinte, começaram a rir com desprezo.

— Melhor você não se meter. Você ouviu o que aconteceu com o Jorge, não ouviu? Então já sabe qual é o destino de quem tenta proteger a Priscila. E mesmo que você conte, o chefe pode nem acreditar. E, se acreditar, não vai amolecer. Todo mundo na família vive dizendo que ele já não a ama mais. E se você deixar a Srta. Cristiane irritada… Aí acabou pra você. Então pense bem no que vai fazer.

O médico trocou um olhar hesitante com os guardas.

No fim, o médico suspirou e jogou o resultado no lixo.

Leonardo achava que atirar em Jorge bastaria para controlar os boatos.

Mas só fez com que ninguém mais ousasse tocar no assunto na frente dele.

Os rumores iriam crescer cada vez mais, e ele ficaria ainda mais longe da verdade.

Foi assim que acabei sendo jogada na masmorra.

Mas eu não comia restos ou comida estragada.

Pelo contrário, me tratavam com extremo cuidado, servindo pratos fartos, cheios de iguarias, não muito diferentes do que eu tinha antes.

Os guardas ficaram completamente perdidos.

— O que o chefe está pensando? Não era pra ser um castigo? Isso tudo está muito estranho.

— Aposto que foi a Srta. Cristiane que pediu por ela. Ela é tão boazinha.

— Faz sentido. Hoje em dia o chefe só escuta a Cristiane mesmo. Com certeza foi coisa dela.

— A Srta. Cristiane é um anjo. Se ela fosse a esposa, nossa… Ia tratar a gente tão bem.

Encolhida num canto da parede úmida, eu só consegui achar graça daquilo tudo.

Cristiane jamais faria isso. Ninguém no mundo desejava minha morte mais do que ela.

E, claro, pouco tempo depois, ela escancarou a porta da masmorra com um chute.

Os olhos dela estavam vermelhos, como se tivesse chorado por horas.

— Por quê?! Por que ele só me vê como um brinquedo?!

Ela desabou em prantos, gritando para mim com um olhar que parecia querer me devorar viva.

Ela achava que, ao me jogarem na masmorra, Leonardo estaria completamente decepcionado comigo.

Por isso, juntou coragem para pedir a ele que a aceitasse como esposa oficialmente.

Mas Leonardo não apenas recusou.

Foi também a primeira vez que levantou a voz contra ela.

— Ele disse que não vai se divorciar de você… Por quê? Só porque eu sou irmã dele?! Mas nós nem somos irmãos de sangue! — Cristiane soluçava, a respiração descompassada. — Então, no fim das contas… Ele só quer o meu corpo? É isso? E se, depois do casamento… Depois que esse bebê nascer… Ele simplesmente não me quiser mais? Não. Não! Isso eu não permito!

De repente, ela ergueu a cabeça e me fitou com um ódio que queimava.

— Se você morrer… O Léo vai me amar. Só a mim!

Franzi a testa e dei um passo para trás instintivamente.

— O que você pretende fazer?

As mãos dela tremiam enquanto tirava uma pequena faca do bolso.

Meus olhos se arregalaram na mesma hora.

E, no segundo seguinte, a lâmina entrou direto no meu ventre.

O sangue jorrou imediatamente.

Apertei a barriga com as mãos, chocada, a dor e a incredulidade misturadas.

Que tipo de amor doentio… Podia transformar uma garota tão jovem em assassina?

Antes que eu pudesse reagir, um pano preto caiu sobre minha cabeça.

Fui erguida por várias pessoas e carregada para fora da masmorra.

No balanço dos passos, minha consciência simplesmente se apagou.

Quando abri os olhos novamente, a última pessoa que eu esperava ver estava ali.

Jorge, sentado ao meu lado, com um guarda ao fundo.

Corri para os braços dele, e as lágrimas começaram a cair sem controle.

— Foi por milagre. Aqueles que a carregaram eram meus homens de confiança. Se não fosse por eles, senhorita, você…

A voz dele tremia muito. Ele também estava aterrorizado.

Eu afaguei suas costas, tentando acalmá-lo, dizendo que estava tudo bem, mesmo que não estivesse.

Mas o rosto dele continuava sombrio, como se houvesse algo que não conseguia dizer.

— Senhorita… O bebê…

— Eu sei.

Eu sabia desde o instante em que acordei.

Aquele som familiar, o coraçãozinho, tinha desaparecido.

E, por incrível que pareça, mais do que tristeza… Eu sentia alívio.

— Senhorita, o voo está prestes a decolar. — Jorge me lembrou com gentileza.

Antes, eu ainda estava tentando planejar uma fuga.

Nunca imaginei que seria a própria Cristiane quem me daria a chance.

Embora o preço… Tivesse sido meu filho.

E Jorge… Tivesse perdido uma perna por minha causa.

Nessa guerra chamada casamento, eu realmente tinha perdido tudo.

Mas eu não deixaria Leonardo sair ileso.

Peguei o pequeno embrião, tão frágil que quase não pesava, e o coloquei no fundo de uma caixa.

Então entreguei a caixa ao guarda que estava ali.

— Amanhã, no casamento do chefe… Entregue isso para ele. Sem atraso. — Olhei firme nos olhos do homem e acrescentei, com a voz gelada. — E diga que desejo ao Leonardo… Um feliz segundo casamento.

(Narrativa em terceira pessoa)

— Chefe, o Jorge que estava internado… Desapareceu!

O médico falou às pressas, mas Leonardo nem levantou a cabeça. Apenas respondeu com um murmúrio indiferente:

— É só um ninguém. Pode ir.

Mas o médico não se mexeu.

Só então Leonardo ergueu os olhos.

O homem hesitou por um momento e, por fim, arriscou:

— Chefe… Na verdade, há algo que eu acho que o senhor deveria saber. Sobre a senhora Priscila…

— Chega. Eu não quero saber nada sobre ela.

Só de ouvir aquele nome, a irritação de Leonardo transbordou, cortando a frase do médico no meio.

O médico suspirou, entendendo a deixa, e se retirou.

O peito de Leonardo subia e descia com força.

Ele mesmo não entendia o que estava acontecendo com ele.

Era só alguém mencionar Priscila… E o coração apertava com uma dor súbita.

Sua mente voltou à imagem dela, naquele instante em que ele dissera a resposta fatal.

A expressão tranquila demais.

Serena demais.

Como se… Ela já soubesse de tudo.

Não.

Impossível.

Leonardo afastou rapidamente o pensamento.

Com o temperamento que ela tinha, se soubesse da traição dele, certamente teria surtado, não ficaria tão calma.

— Irmão… — A voz de Cristiane cortou seus devaneios.

Ele voltou ao presente, mas sua resposta já não tinha a antiga paixão.

— O que foi?

Cristiane se surpreendeu com a frieza, mas forçou um sorriso torto.

— Nada… Só vim avisar que todos os convidados já chegaram. Está na hora de irmos para a cerimônia.

Leonardo apenas assentiu e começou a ajustar a gravata, sem pressa.

Afinal, aqueles "convidados ilustres" não passavam de atores que ele mesmo havia contratado.

Chamar aquilo de casamento era exagero.

Era apenas um calmante para Cristiane.

Ele temia que, após sua recusa, ela fizesse algo impulsivo e expusesse toda a relação dos dois.

Então precisava mantê-la sob controle.

Ele nunca, nem por um instante, pensara em se casar com ela.

Porque, no fundo do coração, o lugar de esposa sempre fora de Priscila.

Ela era inteligente, sensata…

Em talento, em caráter, em tudo, Cristiane jamais chegaria perto dela.

Mas, para ele, tudo aquilo não passava de tédio acumulado ao longo dos anos.

Uma vida sexual monótona, repetitiva demais…

E ele só queria respirar um pouco.

Quando se cansasse da brincadeira, enviaria Cristiane para o exterior, bem escondida, como um animal de estimação caro e então voltaria para os braços de Priscila.

Esse pensamento finalmente trouxe uma sensação de tranquilidade ao peito dele.

— Tragam aquela gravata roxa. — Ordenou à empregada.

Ela correu até o depósito e demorou um bom tempo antes de voltar.

— Chefe, eu… Não encontrei a gravata.

Leonardo piscou, surpreso, mas não deu muita importância.

— Tanto faz, traga qualquer uma.

Trinta minutos depois, ele estava a caminho do local da cerimônia.

Antes de sair, chamou seu braço direito:

— Vá até o segundo subsolo. Quero certeza de que ninguém entra lá.

Só depois disso ele entrou no carro, usando o sorriso reservado ao noivo.

A pequena ilha estava repleta de luzes e celebração.

Cristiane, usando um vestido de noiva caríssimo, caminhava em sua direção com passos leves, quase flutuando.

Eles trocaram votos diante do padre e, sob o olhar dos "convidados", selaram o juramento com um beijo.

Logo vieram as bênçãos, os aplausos, os presentes.

Cristiane desfazia os embrulhos com euforia, como uma criança diante de brinquedos novos.

Leonardo apenas observava de longe, frio.

Afinal, ele mesmo havia providenciado todos aqueles presentes de antemão.

Até que algo, no canto da mesa, chamou sua atenção.

Um presente desconhecido.

Leonardo franziu o cenho, aproximou-se e pegou a caixa.

A embalagem era simples, limpa demais.

No canto inferior direito, uma pequena frase:

[Adeus para sempre]

— Que presente horroroso… Quem tem coragem de dar algo tão pobre assim? — Cristiane fez uma careta, já erguendo a mão para jogá-lo fora.

Mas Leonardo segurou o pulso dela na hora.

Ele encarava aquela pequena frase como se tivesse levado um golpe direto no peito.

O coração apertou de tal forma que ele quase perdeu o ar.

Com a mão tremendo, abriu o presente.

Seu corpo endureceu completamente.

No topo da caixa havia apenas uma folha fina de papel.

"Acordo de Divórcio".

Os dedos dele vacilaram enquanto seguravam o documento.

A visão turvou ao descer até a última linha da página.

E, naquele instante, o mundo inteiro pareceu parar.

Estavam ali, impressos com clareza absoluta, dois nomes:

"Priscila Lima"

"Leonardo Carvalho"

Anunciar o divórcio.

A cabeça de Leonardo girou.

Tudo diante de seus olhos parecia distorcido, arrancando dele qualquer capacidade de pensar.

Ele encarava o próprio nome assinado no documento.

A caligrafia era inconfundivelmente dele.

Mas ele não conseguia lembrar quando tinha assinado aquilo…

No aniversário de Priscila.

Aquelas faturas.

A mente de Leonardo virou um caos.

Ele segurava a caixa contra o peito, completamente atordoado.

— Irmão, o que houve? — Cristiane se aproximou.

Ao ler as palavras "Acordo de Divórcio", ela também congelou.

Jamais imaginaria que Priscila tomaria a iniciativa de deixar Leonardo.

Afinal, ele era o chefão, o homem que inúmeras mulheres desejavam.

Leonardo nem ouviu a voz dela.

A única pessoa em sua mente naquele instante era Priscila.

Ele voltou a remexer a caixa.

E, conforme mexia, seu cenho se fechava cada vez mais.

Dentro havia apenas lixo: um boneco quebrado, joias defeituosas e o colar falso, aquele que não tinha a inscrição lucky.

Todos esses eram presentes que ele e Priscila haviam trocado ao longo dos anos.

Recordações que ele mesmo guardara no depósito, como pequenos tesouros.

Um pressentimento sombrio subiu pelo peito de Leonardo.

Apertando a caixa nos braços, ele se virou.

— Para o subsolo. Agora.

Mas, antes que pudesse dar um passo, as portas principais, até então fechadas, se abriram com força.

Uma multidão de pessoas bem-vestidas entrou no salão.

O rosto de Leonardo empalideceu.

Eram figuras importantes. Gente da alta sociedade.

O que eles estavam fazendo ali?

Ele não havia convidado ninguém.

Os recém-chegados olharam ao redor, perplexos com a cena.

O salão estava lotado, sem nenhum assento disponível.

Eles se viraram para Leonardo, confusos:

— Ué? Chefe, não foi o senhor que nos convidou pra festa? Por que não deixou um lugar pra gente?

— Isso! E não era um banquete hoje? Por que tá tudo decorado como casamento?

Alguns tiraram convites idênticos e começaram a compará-los entre si, tão perdidos quanto ele.

De repente, o telão tremeu e a imagem mudou, começando a exibir os vídeos de Leonardo e Cristiane.

— Irmão… Se eu soubesse que você era tão bom assim, tinha dado minha primeira vez pra você quando eu era adolescente…

— Irmão, fala! Eu não sou a mulher que você mais ama no mundo?

— Sim… Eu te amo mais que tudo… — Leonardo arfava.

— E comparada com a sua esposa? Você gosta mais de mim também?

— Claro. A mulher que eu mais amo… É você.

O salão, antes ruidoso, mergulhou em um silêncio sepulcral.

E, no segundo seguinte, explodiu.

— Meu Deus! O que é isso? O chefão… Traindo a esposa? E com a própria irmã?!

— Olha lá! A que está no vídeo é a mesma que está no palco de vestido de noiva!

— Casar-se com a irmã? Isso é loucura!

O rosto de Leonardo escureceu como uma tempestade.

O telão piscou mais uma vez.

Uma infinidade de prints de conversas apareceu.

As mensagens eram todas de Cristiane, se exibindo, vangloriando-se, uma após a outra.

[Você nunca vai prender ele. Ao lado do meu irmão… Só eu posso ficar.]

Um barulho ensurdecedor tomou o salão.

Cristiane empalideceu.

Seus lábios tremiam convulsivamente, incapazes de formar palavras.

Então ela gritou, completamente fora de si:

— Priscila! Sua desgraçada! Como você ousa armar uma coisa dessas?!
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