Cláudio deu uma risada sarcástica e disse:— Eu já sabia que você não sabe ser grata, mas você nunca admite! Se naquele dia não fosse por mim e por ele, você teria sido violentada por aquele cara. Agora, eu peço para você agradecer o Thiago pessoalmente e você nem isso quer fazer!— Mas eu nem tenho como encontrar ele! — Respondi, já irritada. — Além disso, ir atrás dele só para agradecer seria muito estranho, não acha?Cláudio piscou para mim com aquele olhar provocador e disse:— Hoje à noite, a avó do Thiago, a Sra. Joana, vai dar um jantar beneficente. Toda a alta sociedade de Cidade H vai estar lá, e o Thiago com certeza vai aparecer. Pensa bem, ele salvou a sua vida. Você deveria saber o peso disso, não acha?Eu suspirei, sem paciência, e respondi:— A família Ribeiro não me mandou nenhum convite. Sem uma carta, a segurança nem vai me deixar entrar num evento desses.Nesse momento, Cláudio tirou uma carta de convite do bolso e balançou na minha frente.— Eu tenho! E a minha mãe t
Eu esfreguei as orelhas, impaciente, e disse:— Eu realmente não devia ter ficado te esperando sair. Você é barulhento como um corvo!Cláudio, em vez de se irritar, riu ainda mais e respondeu com aquele sorriso irritante:— Pode parar de fingir. Pelo que aconteceu hoje, ficou claro que você se importa comigo.Eu revirei os olhos, sem paciência para lidar com o ego desse homem, e perguntei o endereço da casa dele, só querendo me livrar logo e deixá-lo na casa da mãe.Mas o que eu não esperava era que ele dissesse o endereço do meu condomínio.— Cláudio! Você não vai entrar na minha casa!Eu me irritei de imediato, sentindo como se tivesse voltado aos tempos da escola, quando ele me perseguia sem descanso. Era de tirar qualquer um do sério!Cláudio coçou o nariz, como se estivesse pensando em algo sério, e disse:— Por que não? Comprou o prédio inteiro e eu não fiquei sabendo? Você pode morar lá, mas eu não posso?Eu o encarei, completamente incrédula.Ele então explicou, com um tom casu
Augusto não foi embora. Ele voltou para o carro e ficou sentado lá dentro.A noite caiu silenciosa, trazendo consigo um frio úmido que penetrava até os ossos.Eu não percebi quando ele saiu do carro, mas, de repente, senti o peso de um casaco quente — que trazia o cheiro inconfundível dele — sendo colocado sobre os meus ombros.Instintivamente, eu quis tirá-lo para devolver, mas ele segurou minha mão, impedindo o movimento.— Você está tão preocupada assim com o Cláudio? — Ele perguntou com a voz baixa, mas com um tom irritado perceptível no final da frase.Eu revirei os olhos e respondi, sarcástica:— Do mesmo jeito que você se preocupa com a Mônica, é claro que eu estou preocupada com ele!Augusto não disse mais nada. Ele apenas tirou um maço de cigarros do bolso da calça e se afastou alguns passos, mantendo distância.O clarão repentino do isqueiro iluminou seu rosto sério, enquanto a fumaça do cigarro se misturava às sombras da noite. Sua expressão era dura e indecifrável, os traço
Eu abri a porta do carro para sair, mas ele segurou meu pulso com firmeza e me puxou de volta.— Por que você não quer ir ao hospital? — Ele me olhou com ainda mais desconfiança e perguntou. — E se você tiver pegado alguma doença sexual? O que vai fazer?Eu soltei uma risada sarcástica e respondi:— E o que importa pra você se eu peguei alguma coisa? De qualquer forma, nós já estamos assim. Ou você acha que eu ainda posso te passar alguma coisa?— Até agora você insiste em ser teimosa! — Augusto respondeu com o rosto carregado de raiva. Ele continuou, com a voz dura. — Eu sempre disse para você parar de causar problemas e ficar quieta em casa. Agora você viu o que acontece! Longe de mim, longe da família Moretti, você vira presa fácil para qualquer um!Um nó subiu pela minha garganta, como se todas as mágoas que eu tinha guardado quisessem sair de uma vez. Encarei aqueles olhos frios como gelo e retruquei:— Mas ontem… Você estava lá. Qual foi a diferença entre você estar lá e não esta
Eu soltei uma risada fria e perguntei:— O que você não pensava, Eduarda? Desde o momento em que você aceitou ser uma peça no jogo da Mônica, sabia que isso iria me destruir! Eduarda, foi um erro confiar em você!E assim, os policiais me levaram embora.Na sala de interrogatório, a luz do dia vinha de uma lâmpada forte e incômoda, que parecia queimar e iluminar meu rosto sem piedade.Embora eu não tivesse feito nada de errado, sentar ali como suspeita pela primeira vez era assustador. Dizer que eu não estava com medo seria uma mentira.Os policiais me fizeram muitas perguntas, e eu respondi a todas com sinceridade.No entanto, eles afirmaram que meu depoimento não batia com a acusação de Paulo, que se apresentava como vítima. Disseram que precisavam investigar mais a fundo e coletar novas provas.Uma sensação de ansiedade tomou conta de mim, e eu perguntei, nervosa:— Quanto tempo vou ter que ficar aqui?O policial, com um tom burocrático e distante, respondeu:— Já notificamos o seu m
Eu agradeci de coração:— Sr. Thiago, muito obrigada por hoje. E também pela outra vez, lá no canteiro de obras. Agradeço a você e ao seu assistente.— Não foi nada. — Ele respondeu com indiferença, soltando apenas três palavras. Em seguida, virou-se para Cláudio e perguntou. — Vamos para a sua casa?— Vamos!— Não!Eu e Cláudio respondemos ao mesmo tempo.Cláudio cerrou os dentes e reclamou:— Débora, você quer que eu te leve para casa no meio da madrugada? Com essa sua cara, seu marido vai achar que a gente acabou de sair da cama!— Dá para parar de falar besteira? — Interrompi Cláudio com frieza e continuei. — Eu estou morando sozinha. Aluguei um apartamento. Já faz tempo que não moro com ele.Os olhos afiados de Thiago, sempre atentos, pareceram cobrir-se de uma leve dúvida ao ouvir nossa conversa. Ele provavelmente não imaginava que Cláudio fosse tão desleixado a ponto de se interessar por uma mulher casada.Eu não queria, de jeito nenhum, ir para a casa de Cláudio e correr mais r