ログインDepois de colocar Marina na cama, Marcos se virou e viu Valentina entrando no quarto com Noah nos braços. Ele quis perguntar o que tinha acontecido, mas se conteve. — Vou ficar com as crianças até elas dormirem. — Disse Valentina, com a voz baixa e sem nenhuma expressão no rosto. Marcos sabia que ela estava evitando a realidade, fugindo de um confronto. No fim, ele não disse nada. Apenas saiu do quarto e fechou a porta com cuidado. Valentina colocou Noah na cama e, sem dizer nada, deitou-se ao lado dele. — Vou dormir um pouco com vocês, está bem? — Disse ela suavemente. Noah fechou os olhos e, em poucos minutos, já estava dormindo profundamente. Valentina ficou olhando os dois filhos ao seu lado, até que, aos poucos, também fechou os olhos. Do lado de fora, o vento e a chuva ainda castigavam a casa. Dentro do quarto, o silêncio era preenchido apenas pela respiração ritmada das crianças. Com os olhos fechados, Valentina não conseguia afastar da mente as últimas palavra
Ao ouvir isso, Valentina ficou um instante paralisada. Noah, que estava sentado quietinho no sofá, ficou com os olhos marejados ao escutar as palavras de Marina. Ele não chorou, mas seus olhos vermelhos e o jeito pequeno e vulnerável deixavam o menino com um ar extremamente comovente. Valentina percebeu o estado dele e, segurando Marina no colo, sentou-se ao lado de Noah. Com um braço, abraçou a filha; com o outro, trouxe o filho para perto. — Meu amor, não fiquem tristes. Papai só foi para longe por um tempo. — Disse Valentina com uma voz suave, tentando acalmar os dois. O ocorrido tinha sido repentino, e ela precisava tranquilizá-los primeiro. — Noah, Marina, lembrem-se sempre: não importa onde o papai esteja, ele sempre amará vocês profundamente. Noah se aconchegou no colo da mãe e, com uma voz baixa e cheia de esperança, perguntou: — O papai vai ligar para a gente? — Se ele tiver tempo, ele vai ligar, sim. — Respondeu Valentina, passando a mão nos cabelos dele. — Mas, s
Valentina olhava através da janela, e o céu escuro parecia um enorme buraco negro, prestes a desabar sobre a terra. Do celular, o som do vento uivava, misturado à voz trêmula e embargada de Lucas, que soava quase como um choro contido: — Valentina, me desculpa. Nesta vida, te encontrar só te trouxe sofrimento. Se houver uma próxima vida, não me encontre novamente. Valentina apertou levemente os braços ao redor da filha, mas continuou em silêncio. Gustavo segurava o volante com força, seus olhos estavam vermelhos, marejados. Jane, que segurava o celular, parecia perdida, sem saber como reagir. Até ela podia perceber que algo estava muito errado, e era impossível que Valentina não percebesse também. Mas Valentina permanecia calada, sem dizer uma única palavra. A voz de Lucas veio novamente pelo celular: — Valentina, eu deixei algumas coisas na Villa Monteverde. São para as crianças. No futuro, vou precisar que você faça o esforço de levá-las lá todos os anos, no aniversár
O Maybach rapidamente passou por Lucas. Ele observou o carro até que desaparecesse completamente de sua vista. Só então ele desviou o olhar. Depois, Lucas saiu do carro e agachou-se para verificar a parte inferior do veículo. Como ele temia, o carro havia sido equipado com uma bomba-relógio. O cronômetro marcava menos de dez minutos. Lucas pegou o celular, tirou uma foto do explosivo e enviou para Isabela. Poucos segundos depois, o celular de Lucas tocou. Era ela. — Lucas, escuta bem! Isso é uma bomba modificada. A explosão será extremamente poderosa. Você precisa evacuar a área imediatamente! — Não há tempo para retirar as pessoas. — Interrompeu Lucas, com firmeza. — O cronômetro está marcando menos de dez minutos. Aqui tem muitos prédios e brinquedos do parque. Eu tenho que tirar o carro daqui. — Você está louco? — Isabela elevou o tom de voz, quase gritando. — Em menos de dez minutos, para onde você acha que vai conseguir levar isso? — Eu verifiquei. A menos de três
Ele pegou o celular. Era uma ligação de Isabela. Lucas hesitou por um instante antes de atender. — Lucas, encontre um lugar onde ninguém possa ouvir. Preciso falar algo muito importante! Lucas franziu a testa, lançou um olhar para Valentina e se afastou, indo para um canto mais reservado. Em seguida, perguntou, com a voz baixa: — Pode falar agora. — Meus informantes disseram que ontem algumas pessoas suspeitas entraram no país. — Informou Isabela, com um tom de voz sério. — Tem algo estranho nisso. Acho melhor você voltar logo, e, por precaução, peça para a Valentina e as crianças ficarem em casa durante os próximos dias. O rosto de Lucas ficou sombrio. Ele respirou fundo antes de responder: — Entendido. Depois de encerrar a ligação, Lucas voltou até Valentina e disse: — Vamos encerrar o passeio por aqui. Leve as crianças para casa e, nos próximos dias, evite sair com elas. Valentina franziu levemente a testa. — Por que não podemos sair? O que está acontecendo?
Valentina apertou os lábios e suspirou: — Primeiro, eu tiro fotos de vocês com o papai, e depois ele tira fotos nossas. Assim, todos aparecem nas fotos. As duas crianças ficaram confusas por um momento com a explicação de Valentina. Lucas sabia que Valentina não tiraria uma foto da família inteira e também não queria forçá-la a isso. — A mamãe tem razão, é uma ótima ideia. — Concordou Lucas, puxando os dois filhos para perto de si. — Sempre tem que ter alguém para tirar as fotos, né? Os dois pequenos acharam aquilo meio estranho, mas, como os adultos insistiram, eles acabaram aceitando. Por fim, Valentina tirou algumas fotos de Lucas com Noah e Marina. Depois, os dois correram para o lado de Valentina, e foi a vez de Lucas tirar fotos dela com as crianças. Quando terminaram, Valentina passou a mão na cabeça dos filhos e disse: — Pronto, já temos as fotos. Agora, vamos aproveitar a vista, combinado? — Combinado! — Responderam os dois em uníssono. Embora o clima entre







