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capítulo 2

作者: Nove em Chamas
Na minha memória, Manfredo parecia ter me amado de verdade, como se eu fosse tudo pra ele.

Agatha era uma estudante carente que ele ajudava financeiramente, mas era obcecada por ele. A ponto de causar um escândalo no nosso casamento, ameaçando cortar os pulsos na frente de todos.

Naquela ocasião, Manfredo lhe deu um tapa com força:

— Tenha vergonha na cara. Minha esposa é a Gleice. Se continuar com isso, te mando de volta pra favela!

Mas depois do casamento, descobri que o porão da casa estava cheio de coisas da Agatha. E que, todas as noites, Manfredo ia até lá chorar em silêncio.

— Me perdoa, Agatha. Eu não posso desafiar a vontade da minha família. Mas, no meu coração, é você quem eu considero minha verdadeira esposa.

Foi assim que percebi: ele já a amava havia muito tempo.

O choque e a dor quase me engoliram, mas, por estar grávida, tive que engolir tudo em silêncio.

Jamais imaginei que, numa viagem de trabalho a esta região litorânea, acabaria encontrando Agatha no mar se divertindo com vários homens.

Tentei alertá-la, e ela me atacou com ofensas cruéis.

Logo em seguida, no auge da farra, ela teve uma cãibra, começou a se afogar, e o sangue atraiu tubarões.

Todos fugiram em pânico. E fui eu quem arriscou a própria vida para levá-la de volta ao barco.

Mas, em vez de agradecer, ela correu até Manfredo dizendo que eu a caluniei, que só estava nadando inocentemente, e que eu, por ciúmes, a empurrei na água.

Disse ainda que eu é que praticava sadomasoquismo com outros homens no mar, e que só queria silenciar a “testemunha”.

Manfredo, com os olhos injetados de sangue, apertou meu pescoço com raiva:

— Vadia! Eu fui bom demais com você! Agora entendi por que gostava tanto de fazer pesquisa no mar... era pra se esfregar com outros homens! Já que ama tanto peixe, então vai estudar isso dentro da barriga de um!

Ele ordenou que me costurassem viva dentro de um peixe.

E por mais que eu tentasse me explicar, ele não acreditou em nenhuma palavra. Mas quem realmente era promíscua... era a Agatha.

...

Passada mais uma hora, o fedor insuportável de peixe podre me obrigou a abrir os olhos. Tudo ao redor estava escuro, e a imagem no monitor parecia congelada, como se o tempo tivesse parado e sem qualquer sinal de resgate.

Ouvi dizer que Manfredo tinha saído com Agatha para fazer compras, como se minha existência não importasse.

A dor era tanta que eu já nem sentia mais o coração. Cada centímetro do meu corpo latejava, como se estivesse sendo arrancado em pedaços.

Desde que o tufão arrastou esse tubarão gigante para a praia, me enfiaram à força dentro dele. Com as tempestades de areia por causa do vento, esse peixe ia começar a se decompor logo.

Mas eu estava grávida. Eu não podia, de jeito nenhum, deixar que algo acontecesse com o meu bebê!

Comecei a bater com força no interior do peixe, gritando por socorro ao pescador que fazia a guarda.

— Por favor, liga pro assistente do Manfredo e diz pra ele que eu tô grávida. Que é filho dele. Que essa criança não pode correr risco. Pede pra me tirar daqui, por favor!

O pescador, simples e de coração bom, logo entrou em contato com o assistente de Manfredo. Pouco tempo depois, Manfredo apareceu com Agatha ao lado.

— Sr. Manfredo, a sua esposa disse que está grávida. Por favor, tire ela daí, criança não aguenta esse tipo de coisa!

Manfredo pareceu surpreso por um segundo, mas seu rosto logo se endureceu de frieza.

— Grávida? Que piada. Com o tanto que ela é promíscua, viciada nessas orgias no mar, vai saber de quem é esse bastardo!? Diz pra ela que não adianta usar essa desculpa pra fugir da punição. Ela quase fez a Agatha se matar, agora vai pagar pelo que fez!
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  • Ela Afundou com o Amor   capitulo 11

    Observei em silêncio tudo aquilo e, naquela noite, entrei no sonho de Manfredo. Assim que apareci, ele entrou em completo desespero.— Gleice, você finalmente veio me ver...Olhei para ele com uma expressão serena. Para mim, Manfredo já não era mais o jovem sincero que um dia amei, mas sim um homem patético, arruinado por suas próprias escolhas.As mágoas, o rancor profundo... tudo isso parecia ter desaparecido.Eu não o amava mais. Também não o odiava.O que me doía era apenas uma coisa: o bebê que carregava no ventre.— Manfredo, sabe onde você mais ultrapassou os limites? — Inclinei a cabeça, oferecendo um sorriso indiferente. — Foi em me deixar trancada dentro do estômago de um tubarão por um mês inteiro.Aquele mês foi um inferno vivo. O acúmulo de gás dentro do peixe quase me sufocou. E ele escolheu acreditar nas palavras de Agatha com tanta facilidade.Agatha foi alguém que eu mesma indiquei para o curso de oceanografia. Ela faltava às aulas, reprovava, e Manfredo fingia não ver

  • Ela Afundou com o Amor   capitulo 10

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  • Ela Afundou com o Amor   capitulo 9

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