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Sussurros na Névoa, Amores ao Vento

Sussurros na Névoa, Amores ao Vento

By:  AlmenciosaCompleted
Language: Portuguese
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6
1 rating. 1 review
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Esperei por três horas na festa de aniversário do meu namorado, Dário Montenegro. Ele deveria ser o centro das atenções, chegar com elegância, de mãos dadas comigo. Mas não. Foi a “eterna paixão” dele, Evelina Fernandes, quem ligou — dizendo que torceu o tornozelo — e o chamou direto pro hospital. Lá, ela gravou um vídeo deles se beijando. Na cena, Dário, que sempre disse estar com as pernas paralisadas, se levanta, empurra Evelina contra a porta e se entrega ao momento. — Dário, por que você nunca contou pra Lívia que suas pernas já estavam boas? E ele, com a voz mansa e melada: — Se ela souber, vai insistir pra eu casar com ela. Lívia Vale? Ela não é nada. Só uma babá grátis. E acha que merece virar minha esposa? Logo depois, ele e Evelina continuam se beijando com força. Ela veste o vestido de noiva que eu mesma desenhei… e encara a câmera com provocação. O vídeo termina ao som dos beijos. Ele me enganou o tempo todo. Joguei fora o bolo que tinha feito pra ele com tanto carinho. Mandei uma mensagem pra minha mãe: “Oi, mãe. Tá bom. Eu aceito ir no encontro que você marcou.”

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Chapter 1

Capítulo 1

Naquele instante, recebi um áudio da minha mãe. A voz dela vinha cheia de surpresa, mas também de alegria contida:

— Lívia, você finalmente tomou juízo! Eu sempre disse que aquele Dário não era homem pra você! Espera só um pouquinho que eu já te mando o contato do rapaz do encontro às cegas.

Respondi dizendo que voltaria pra casa em três dias.

Assim que terminei a ligação, a maçaneta girou. E lá veio um dos protagonistas do vídeo: Dário, empurrando a cadeira de rodas.

Quando me viu sentada no sofá, franziu a testa e me lançou aquele tom autoritário de sempre:

— Não era pra ser minha comemoração? Por que tá aí parada?

No lixo, descansava o bolo que eu mesma tinha feito, com tanto cuidado.

Fiquei encarando o Dário. Depois, baixei o olhar pras pernas dele.

Talvez por vergonha, ele desviou os olhos na hora, fugindo do meu olhar. Com a voz impaciente, como se fosse ele a vítima da situação, disse:

— Esquece. Sabia que não dava pra contar com você mesmo. Nem esperava que fizesse algo decente. Tô com fome. Vai fazer minha comida. Isso ao menos você consegue, né?

Falou com uma calma nojenta. Como se fosse natural. Como se eu existisse só pra isso.

E foi aí que a ficha caiu.

Pra ele, eu nunca fui namorada. Nunca fui parceira. Só uma cuidadora gratuita. Uma escrava vestida de afeto.

Senti o coração gelar, centímetro por centímetro. Pensei em perguntar por que ele tinha me enganado, mas... desisti.

As pernas dele? Não me importava mais. Aquela história... podia acabar ali. Porque eu estava de partida.

Foi quando bateram à porta.

Evelina entrou sem ser convidada, como se a casa fosse dela. Nem notou o clima estranho. Foi direto até o Dário, se abaixou atrás da cadeira de rodas e, com todo carinho do mundo, amarrou um cachecol no pescoço dele.

Depois se levantou, ela ajeitou o cabelo com um gesto leve, e só então me olhou, arqueando uma sobrancelha, com aquele tom de falsa surpresa:

— Ah, a Lívia também tá aqui? Olha só. Eu fiz esse cachecol à toa, tava com tempo livre. Não sei se o Dário vai gostar.

Dário me lançou um olhar de canto, com um sorriso leve nos lábios:

— Evelina, você tem mãos de fada. Amei a sua escolha, ficou linda essa echarpe.

Os dois trocaram olhares bem diante de mim, com aquela intimidade silenciosa, quase ensaiada. Um clima carregado de malícia no ar.

Olhei de relance pro cachecol feito por Evelina… e, de repente, me lembrei. Uma semana atrás, eu também tinha tricotado um cachecol pra Dário.

E o que ele fez?

Pegou com dois dedos, como se fosse algo sujo, e jogou no chão como quem descarta lixo. O tom dele, debochado e impaciente, ecoa até hoje na minha cabeça:

— Lívia, se você usasse esse tempo tricotando pra se dedicar ao trabalho, talvez não fosse tão excluída no escritório.

Abaixei a cabeça e recolhi o cachecol do chão. O coração apertado, as palavras atravessadas na garganta.

Mas naquela mesma noite... vi Dário pegar o mesmo cachecol que ele havia desprezado. Estava largado no sofá, e ele o pegou às pressas antes de sair.

Na hora, meu peito se acendeu com uma esperança tola. Pensei: “Olha só, ele só não sabe demonstrar... mas no fundo se importa.”

Preocupada que pegasse um resfriado, segui ele discretamente pela rua.

E então... vi.

Dário estendeu o cachecol pra Evelina, que o aguardava na calçada como quem já sabia o script.

— Aqui, Evelina. Serve direitinho pros cachorros. Assim você não precisa comprar roupinha de novo. A Lívia tricotou essa porcaria aí, mas pelo menos esquenta bem. Dá pra forrar a caminha dos vira-latas.

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Comments

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Flavia Braz
É bem clichê mas nem tão ruim
2025-05-25 13:08:44
0
8 Chapters
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