LOGINEsperei por três horas na festa de aniversário do meu namorado, Dário Montenegro. Ele deveria ser o centro das atenções, chegar com elegância, de mãos dadas comigo. Mas não. Foi a “eterna paixão” dele, Evelina Fernandes, quem ligou — dizendo que torceu o tornozelo — e o chamou direto pro hospital. Lá, ela gravou um vídeo deles se beijando. Na cena, Dário, que sempre disse estar com as pernas paralisadas, se levanta, empurra Evelina contra a porta e se entrega ao momento. — Dário, por que você nunca contou pra Lívia que suas pernas já estavam boas? E ele, com a voz mansa e melada: — Se ela souber, vai insistir pra eu casar com ela. Lívia Vale? Ela não é nada. Só uma babá grátis. E acha que merece virar minha esposa? Logo depois, ele e Evelina continuam se beijando com força. Ela veste o vestido de noiva que eu mesma desenhei… e encara a câmera com provocação. O vídeo termina ao som dos beijos. Ele me enganou o tempo todo. Joguei fora o bolo que tinha feito pra ele com tanto carinho. Mandei uma mensagem pra minha mãe: “Oi, mãe. Tá bom. Eu aceito ir no encontro que você marcou.”
View MoreNo dia em que Dário sofreu o acidente… era meu aniversário.Naquele momento, eu estava cercada pelas pessoas que me amavam — Enrico, meus pais, os pais dele.A mesa cheia, risadas, bolo, velinhas. Um calor que eu já nem lembrava mais como era sentir.Quando uma amiga me mandou mensagem contando o que havia acontecido com ele, só respondi:“Bem feito.”E então desliguei a tela do celular.Não olhei pra trás.O passado, deixei voar com o vento.Nem amor, nem ódio.Apenas nada.[Dário – Epílogo]Foi só depois do fim que entendi.Só depois que a Lívia foi embora, percebi o quanto ela já havia se afastado.Ela sabia.Sabia que minhas pernas estavam boas há muito tempo.Mas nunca me confrontou.Nunca me expôs.Apenas desistiu de mim em silêncio.E agora entendo aquele olhar dela, naquela manhã em que a Evelina me amarrou o cachecol no pescoço.Ela não chorou.Não reclamou.Só me olhou com uma calma estranha.Como quem já viu tudo.Ela sabia que eu tinha dado o cachecol que ela tricotou pra
Enrico partiu pra cima, e os socos caíam em Dário como chuva pesada.O olhar dele transbordava uma raiva que há muito tempo estava contida:— Quem te deu o direito de machucar a Lívia?! Ela sempre foi preciosa pra mim! E você só fez ela chorar?Levei a mão ao rosto. Só então percebi, meu rosto estava encharcado de lágrimas.Dário enfim reagiu e começou a revidar. Os dois se embolaram ali mesmo, numa briga sem trégua, cercados de curiosos.Corri pra separá-los com todas as forças que tinha. Puxei Enrico pra trás e lancei um olhar furioso pra Dário.Depois, peguei um lenço da bolsa e comecei a limpar, com cuidado, o rosto machucado do Enrico.Dário observava em silêncio, os olhos apagados, a voz embargada:— Lívia… por que você nem olha mais pra mim?Não respondi.Apenas continuei cuidando do Enrico.Ele me olhava com uma mistura de carinho, desejo contido… e medo de perder.Senti um leve arrepio na espinha.Fomos ao hospital. Mesmo com Enrico insistindo pra ir sozinho, fiz questão de ac
— Olá, eu sou o Enrico Amaral. — Disse ele com um sorriso gentil.Esse nome, por que me soava tão familiar?Percebendo minha confusão, ele deu uma risadinha leve e comentou:— Já esqueceu? A gente brincava junto quando era criança.— Você é... aquele gordinho da casa ao lado?! — Olhei pra ele, chocada.Ele assentiu, sorrindo.Fiquei atônita. O homem à minha frente, elegante, bonito, de fala calma e segura… era o mesmo menino que vivia com o nariz escorrendo, correndo atrás de mim dizendo que ia me proteger?Espantei os pensamentos e voltei à conversa. Enrico era agradável, atencioso, e a conversa fluiu tão bem que nem vi o tempo passar.Na hora de ir embora, ele insistiu em me levar. No carro, rindo, soltou:— Você sabia que, quando era pequena, dizia que ia casar comigo?Sorri sem graça, desviando o olhar.Ele então parou o carro na frente do meu prédio, e antes de me despedir, me encarou com seriedade:— Lívia, eu gostava de você naquela época... e ainda gosto. Não precisa responder
Depois que eu fui embora, só então Dário percebeu que algo estava errado.Uma angústia estranha tomou conta dele, apertando o peito, sufocando a respiração.Um pressentimento ruim. Muito ruim.Pisou fundo no acelerador até o carro tremer, voando de volta pra casa.Assim que chegou, escancarou a porta — e deu de cara com o vazio.Tudo meu… tinha sumido.Cada canto da casa tinha sido esvaziado da minha presença.Sobre a escrivaninha, a única foto que tínhamos juntos.Mas minha metade já tinha sido cuidadosamente cortada.Restava só ele, sorrindo pro nada, encarando um vazio onde antes estava eu.Com as mãos trêmulas, abriu a porta do quarto.Nada.Nenhum vestígio.Parecia que eu nunca tinha existido ali.A respiração dele ficou pesada, descompassada. Pegou o celular com mãos ainda trêmulas, destravou e abriu nossa conversa.Foi então que percebeu:Eu estava silenciada.Colocada em “não perturbe”.Na tela, só duas mensagens minhas:“Vamos terminar.”“Eu detesto traição e mentira.”Ao ler






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