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CAPÍTULO 6

Penulis: Caramelo de Leite
Não era que Inês gostasse tanto assim daquela criança.

Antes de saber a verdade sobre a barriga de aluguel, ela até esperava com alegria a chegada do bebê, o que acreditava ser fruto do amor entre ela e Miguel.

Depois de descobrir a verdade, porém, seus sentimentos em relação àquela vida dentro dela ficaram confusos.

Embora se sentisse aliviada por o plano do canalha não ter dado certo, ela já não sabia como encarar aquele filho.

Ela e Duarte nunca tinham se conhecido antes, e agora, por um erro do destino, tinham um bebê a caminho. Inês nem queria imaginar como seria a convivência depois que a criança nascesse.

— Fique tranquila, o bebê está bem.

— Mas a gestante precisa manter o humor estável e evitar esforço.

Inês assentiu:

— Obrigada, doutor.

Quando o médico saiu, ela se lembrou de procurar o celular.

Antes de desmaiar, a última pessoa que viu foi Bruno, devia ter sido ele quem a levou ao hospital, então Inês queria transferir o dinheiro das despesas médicas.

Um clique soou e a porta do quarto se abriu novamente.

Inês levantou os olhos, e viu alguém inesperado.

— Duarte? — Exclamou surpresa.

O homem, de terno cinza-prateado, avançou com passos firmes. Em questão de segundos estava ao lado da cama. Antes que Inês pudesse reagir, a mão dele já estava em sua testa.

Ela piscou, confusa.

Duarte logo retirou a mão e sentou-se na cadeira ao lado.

— Está sentindo mais algum desconforto?

Comparado à frieza e distância da última vez que se viram, agora ele parecia um pouco mais humano.

O olhar de Inês o percorreu, avaliando.

Duarte manteve a expressão impassível e disse calmamente:

— Não se engane. Seja como seu futuro noivo ou como pai da criança que você carrega, faz sentido eu vir até aqui.

Ah, era só isso...

Inês ignorou a sensação estranha que surgiu no peito e, ao notar o jeito sério dele, um brilho divertido passou por seus olhos.

— Mas nós não somos um casal de contrato? E ainda nem casamos.

Duarte a fitou, os olhos claros fixos nos dela, e respondeu sem emoção:

— Se quiser, podemos ir ao cartório quando for conveniente.

Inês ficou sem palavras.

A provocação que ela tinha feito acabou voltando contra ela mesma.

— Não, não precisa.

Afinal, ela ainda não tinha se divorciado completamente.

Se alguém espalhasse que o presidente do Grupo Moreira virou amante por amor, iam dizer que ela era uma desgraça ambulante.

Além disso, entre eles não havia nada, não podia assumir uma culpa que não era sua.

— O Grupo Moreira tem um hospital particular. Vou mandar alguém cuidar disso, e você vai pra lá se recuperar direito.

Inês abriu a boca para recusar, mas, ao ver o tom profissional dele, imaginou que fosse apenas preocupação com o bebê. No fim, só conseguiu dizer:

— Tá bom.

Duarte olhou o relógio:

— Tenho uma reunião daqui a pouco. Meu assistente está do lado de fora. Se precisar de algo, peça pra ele.

Assim que terminou de falar, um rapaz jovem entrou apressado, curvou-se diante de Inês e disse:

— Sra., meu nome é Tiago Costa. Pode me chamar de Tiago.

Inês olhou para Duarte.

— Na verdade, posso cuidar de mim mesma. Seu assistente devia acompanhá-lo.

Ela não tinha intimidade com ele, já bastava estar num lugar arranjado por Duarte e usando seus recursos, ainda pedir ajuda ao assistente dele a deixaria desconfortável.

— Tudo bem.

Duarte se levantou e saiu, deixando-lhe apenas a visão de suas costas.

Inês entendeu o recado e não disse mais nada.

Depois que Duarte saiu, Tiago também não ficou muito tempo no quarto. Apenas a lembrou de que estaria do lado de fora e que podia chamá-lo a qualquer momento, então se retirou.

Inês procurou o celular na gaveta do criado-mudo.

Ao destravar, viu várias mensagens do pessoal da empresa, enquanto os dois culpados por tudo o que tinha acontecido com ela continuavam em silêncio, como se estivessem mortos.

Primeiro, respondeu à mensagem de Bruno, avisando que já estava bem e transferindo o valor das despesas médicas.

"Inês..."

Bruno parecia ainda ter algo a dizer. Inês arqueou a sobrancelha e mandou um ponto de interrogação.

"Ahm, nada não. Descansa bem, melhoras!"

Inês percebeu que Bruno tinha deixado algo por dizer, mas não era de insistir.

Se fosse algo que ele pudesse contar, já teria contado sem rodeios.

Provavelmente era algum boato que estava circulando na empresa por causa do desmaio.

Inês não se preocupou.

Mesmo que houvesse fofocas, não seria ela quem teria que lidar com isso.

Miguel, que tanto protegia Lígia, com certeza não deixaria que falassem mal dela.

Mal pensou nisso, o celular tocou com insistência.

Ao ver o nome de Miguel piscando na tela, Inês arqueou levemente as sobrancelhas e atendeu.

Já fazia bastante tempo desde que fora internada, e só agora ele ligava pela primeira vez.

O coração de Inês esfriou por completo, sua voz saiu calma e sem emoção:

— O que foi?

Miguel pareceu incomodado com a frieza dela, a respiração do outro lado ficou mais pesada.

— Inês?

Ela soltou um leve clique de língua.

— Fala logo!

Só então Miguel teve certeza de que era ela mesma.

— Que atitude é essa? — Reclamou, irritado.

Inês estava prestes a soltar uma risada sarcástica quando ele continuou:

— Enfim, dessa vez não vou te culpar, mas presta mais atenção da próxima!

— Tem uns comentários rolando na empresa por causa do que aconteceu. Vai lá esclarecer as coisas.

— Afinal, a Lígia é sua irmã. Você quer mesmo deixar que falem assim dela?

Inês achava que ele e Lígia já tinham passado de todos os limites, mas não, ele sempre conseguia se superar.

— Primeiro, não sei que comentários são esses, e mesmo que existam, não têm nada a ver comigo. Não tenho obrigação nenhuma de me explicar.

— Segundo, ela é só minha meia-irmã, e você, como cunhado, parece se importar bem mais com ela do que eu. Se tá com tanta pena, resolve você mesmo e para de me mandar fazer as coisas!

— Terceiro, você me empurrou contra a parede e acabei no hospital. Se não me der uma explicação decente, não me culpe por te denunciar por agressão.

Assim que terminou, Inês desligou sem dar tempo para resposta.

Depois, desligou o celular e o jogou de lado.

Chamou Tiago e perguntou quando poderia ser transferida.

Ele respondeu que o carro já estava a caminho.

Inês assentiu:

— Obrigada. Me ajuda a arrumar minhas coisas.

— Claro.

Assim que Inês saiu, Miguel apareceu no hospital feito um furacão.

Ao ver o quarto vazio, agarrou uma enfermeira e perguntou aos gritos:

— E a paciente que estava aqui? Como está o bebê dela?!

A enfermeira, puxada bruscamente, quase perdeu o equilíbrio.

Respondeu irritada:

— E você é quem, exatamente?

— Sou o marido da paciente!

A enfermeira arregalou os olhos:

— E essa moça do seu lado é quem, então?
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