Meu Marido Me Traiu — e Confessou em Alemão

No sexto ano de casamento.

Rafael Loureiro me traiu.

Ele não me tocava há três meses.

Alguns dizem que quando um homem não "cumpre suas obrigações" em casa, é provável que esteja saindo com outra.

No começo, eu não acreditei, mas até que, naquela noite, recebi uma ligação.

Naquele momento, Rafael estava tomando banho no banheiro.

O celular dele tocou.

Peguei o celular e vi que era um número local, mas sem identificação.

Meu sexto sentido de mulher me disse que as coisas não eram tão simples.

Então, atendi.

— Quem fala?

No entanto, a pessoa do outro lado da linha não respondeu.

Depois de alguns segundos, a ligação foi desligada bruscamente.

Claramente, a pessoa do outro lado me conhecia.

Naquele instante, não consegui descrever o que senti.

Era como se eu estivesse prestes a perder algo precioso.

Para evitar pensamentos negativos, desbloqueei o celular de Rafael e comecei a investigar qualquer coisa incomum.

O papel de parede dele era uma foto nossa juntos.

A foto de perfil era a silhueta das nossas mãos dadas.

Até mesmo o Facebook dele estava cheio de fotos minhas.

Mas, quando eu estava quase desistindo, dizendo a mim mesma que o telefonema havia sido apenas um engano, encontrei a pessoa através do número de celular.

Era a assistente de Rafael, Gabriela.

Abri a caixa de mensagens deles.

O conteúdo das conversas era impecável.

Eram apenas assuntos de trabalho.

Mas a intuição me dizia que não era tão simples. Abri as movimentações bancárias de Rafael.

E, de fato, encontrei algo suspeito.

Ele havia transferido dinheiro para Gabriela mais de uma vez: dez mil, cinquenta mil.

Muitas vezes.

Naquele momento, meu coração deu um salto.

Eu sabia que Rafael havia me traído.

Eu segurava o celular, e nós dois no papel de parede sorríamos tão felizes.

No entanto, naquele instante, tudo parecia tão irônico.

Rafael, que um dia me amou profundamente, também me traiu...

Quando conheci Rafael, eu tinha dezessete anos.

Naquela época, meus pais haviam falecido por doença, e eu fui levada por parentes do sul para a capital.

Nesta cidade onde eu não tinha nada, eu me envolvi completamente em silêncio e introversão.

Provavelmente por causa da minha personalidade, eu não era feliz na escola.

Alguns colegas me intimidavam sem motivo, liberando sua malícia contra mim.

No meu momento mais difícil, Rafael apareceu.

Ele expulsou aquelas pessoas para mim, e com seu casaco cheiroso de sol, me abraçou.

Ele disse:

— Você é tão boba assim, deixando os outros te intimidarem?

Por um momento, fiquei um pouco atordoada.

Depois, o laço entre Rafael e eu começou.

Ele se tornou meu melhor amigo na escola, conversávamos sobre tudo e, então, começamos a namorar.

No início, os pais de Rafael não gostavam de mim; eles se importavam com minha família "não saudável".

Mas Rafael não se importou nem um pouco.

Ele segurou meu braço, correu para casa e disse aos pais:

— Pai, mãe, esta é a pessoa com quem mais quero me casar, só quero ela.

Finalmente, os pais de Rafael, por causa da atitude firme do filho, aceitaram minha identidade.

Por causa da aparição dele, minha vida solitária e tranquila ganhou esperança e significado.

Mesmo quando ele foi estudar na Alemanha por um tempo, nosso relacionamento não foi afetado de forma alguma.

Rafael me ligava por vídeo todos os dias e compartilhava sua vida comigo.

Dois anos depois, ele terminou os estudos e voltou para mim imediatamente; começamos a morar e trabalhar juntos.

Ele cuidava de mim de todo o coração.

Por mais ocupado que estivesse com o trabalho, ele sempre deixava a casa impecavelmente limpa.

Pode-se dizer que Rafael, desde a adolescência, me deu todo o seu coração e sinceridade.

Eu o amava sem razão alguma, e não conseguia viver sem ele.

Mas agora, ele me traiu.