Meu namorado escolheu se casar com a amiga de infância, que estava grávida antes do casamento. Tudo por causa da reputação dela. Quando perguntei ao Lucas, quase sem acreditar, o que seria de mim e do nosso bebê, ele respondeu numa calma gelada: — Isabela não é como você. Ela só tem a mim no mundo. Ela não suportaria os boatos de ser mãe solteira! Lucas simplesmente esqueceu que eu também não tinha ninguém além dele. Esqueceu que eu, assim como Isabela, também estava grávida antes de casar. Depois, quando todo mundo disse que nem o pai da criança eu sabia quem era, Lucas ficou ao lado de Isabela e assistiu tudo com frieza, totalmente indiferente à minha dor. Só ali eu entendi que até o amor tinha nível. Foi aí que decidi interromper aquela gravidez que nunca foi um erro. Mais uma vez, deixei o caminho livre para que Lucas pudesse se sentir o herói salvando a donzela em perigo que ele sempre amou.
View MoreNo dia seguinte, pedi transferência para outro lugar. Qualquer coisa que me tirasse dessa cidade já seria um alívio. O que eu não esperava era o único posto disponível ser no exterior, mas, para ser sincera, aquilo era exatamente o que eu precisava, sumir e ficar longe de tudo o que doía.Poucos dias depois, com a ajuda do pessoal da empresa, tirei o passaporte e embarquei rumo ao desconhecido, deixando para trás tudo o que já me fez sofrer.Cinco anos se passaram, num piscar de olhos.Nesse tempo todo, mergulhei de cabeça no trabalho, deixei sentimentos e lembranças no modo avião, só voltando à tona de vez em quando, quando alguém do país comentava, sem querer, alguma notícia do pessoal de lá. Mas fui aprendendo a não ligar, a deixar o passado escorregar para longe.O resultado é que, de tanto me esforçar, fui conquistando espaço, galgando degrau por degrau até virar presidente da filial internacional. Chegou o fim de ano, hora de voltar para matriz, prestar contas, fazer aquele bala
Por causa do aborto, precisei ficar mais alguns dias internada no hospital. Durante esse tempo, Lucas apareceu todos os dias, sempre no mesmo horário, com caldos e sopas preparados por ele. Eu fazia questão de fingir que nem notava. E ele, de longe, só conseguia ficar parado na porta, sempre sem coragem de entrar de verdade.No dia em que tive alta, o tempo estava fechado, uma garoa fina caía sem parar. Imaginando que ele ia querer saber meu horário de saída, resolvi sair antes do sol nascer, com tudo já arrumado. O que eu não esperava era encontrar Lucas encostado na porta do hospital, com cara de derrotado, o cabelo bagunçado do vento, a roupa meio molhada de chuva.Assim que me viu, ele tentou disfarçar e ficou todo ereto, mas o nervosismo era evidente.— Rafaela, vim te buscar para casa.Na hora, franzi a testa e instintivamente dei um passo para trás. Ele percebeu e, com isso, os olhos encheram de lágrima, baixou a cabeça, claramente sem coragem nem de me encarar. Ficou calado por
— No fundo, você sempre preferiu a Isabela, né? — Questionei, furiosa.Lucas ficou travado, parecia sem chão, calado por tanto tempo como se estivesse procurando uma desculpa e simplesmente não achasse nada que pudesse usar. No fim, fui eu quem escancarei a verdade que ele nem tinha coragem de admitir para si.Naquele instante, ele parou e, sem pensar, começou a bater a cabeça com força na parede, o som ecoando, cada batida mais desesperada que a outra.O grito de dor dele atravessou o corredor, e logo Beatriz e Isabela entraram no quarto, apressadas, arrombando a porta bem quando eu estava de pé, toda suja de sangue, encarando Lucas, caído naquela angústia.Isabela voou para cima de mim, perdeu a educação e me empurrou tão forte que nem tive força para me segurar. Caí no chão, sentindo tudo girar, o sangue deixando um rastro vermelho assustador pelo piso.Ao ver tudo isso, o olhar do Luca se arregalou de puro horror. Ele tentou correr na minha direção, mas Beatriz o segurou pelos braç
Seu rosto estava cheio de medo, misturado com um desespero inacreditável. Por mais estranho que parecesse, senti até um certo alívio por dentro. Ficou claro que ele já tinha entendido tudo, só não queria encarar a real.Levantei as sobrancelhas, dei aquele sorriso de puro deboche e não consegui segurar, precisei dar aquela última "cutucada" nele.— Está vendo aí? Até o próprio pai não quis esse filho... Me diz, para que eu ia manter uma criança dessas se nem você fez questão? — Fiz uma pausa, sentindo minha raiva borbulhar, soltando o veneno de propósito. — Para falar a real, tirar era mesmo a única opção!Na hora, Lucas ficou paralisado, parecia que tinha tomado um choque daqueles. Ele travou, mão tremendo, e o olhar dele cheio de pânico. Quando conseguiu falar, parecia que a voz tinha enferrujado de tanto tempo calado.— Rafaela, era o nosso filho. Como você teve coragem de fazer isso? Como conseguiu tirar nosso filho assim? Esqueceu tudo que a gente construiu juntos? A gente sonhav
Naquele instante, senti meu coração se despedaçar de verdade. Olhei para ele uma última vez e, sinceramente, não restava nenhuma esperança. Fui largada no sótão, um lugar escuro onde tudo parecia estagnado.Assim que escureceu, o silêncio só era quebrado pelo barulho de ratos. Um deles até apareceu bem na minha frente, ficou lá me encarando, como se estivesse me zoando. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, alguém abriu a porta do sótão de repente. O rato sumiu rapidinho, e aí entrou Isabela, com aquela cara cheia de ódio. Quando percebeu que estávamos só nós duas, nem fingiu mais e me deu um sorriso venenoso, daqueles de dar arrepio.— Rafaela, olha só de onde você veio parar! Eu bem que te avisei que o Lucas sempre foi meu. Mas você foi cara de pau, quis bancar a espertinha e casar com ele... Só que, no fundo, cá entre nós, você sabia que para ele eu ia ser sempre prioridade. Você? No máximo, era passatempo, só para ele matar o tédio.O deboche dela foi a gota da água. Num impul
Depois daquele dia, meu contato com Lucas praticamente sumiu. Ele vivia ocupado, sempre em volta da Isabela, e só me mandava mensagem de madrugada para saber se eu estava bem. E como eu já não fazia questão nenhuma de responder, até essas mensagens começaram a rarear. Ficava cada vez mais óbvio o quanto ele estava se afastando de mim.Acabou que, quando completei três meses de gravidez, rolou um acontecimento que eu nunca imaginei.Foi durante o pré-natal no hospital que cruzei com a Beatriz Moreira, irmã de Lucas. Ela olhou para mim, surpresa, pegou o meu exame da minha mão no susto e já veio gritando:— Rafaela, então traiu meu irmão? Está esperando filho de outro cara agora?Na hora, gelei. Nunca pensei que ela seria capaz de achar isso de mim. Me apressei em explicar:— Está doida, Beatriz? Esse bebê é do seu irmão! Eu nunca traí o Lucas, isso nunca!Só que ela nem se abalou. Olhou para mim daquele jeito de quem não acreditava em uma palavra e ainda soltou um sorriso frio. Não sati
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