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Noite Proibida – Desejo Implacável
Noite Proibida – Desejo Implacável
Author: Doce Felina

Capítulo 1

Author: Doce Felina
Naquele momento, o homem que se aproveitava do meu corpo era Ícaro Figueiredo, dono da SkyLança Tecnologias Aeroespaciais Ltda. Quanto ao motivo de eu ter parado na cama dele, “agradeça” ao meu marido incompetente.

Ícaro era um nome forte em Alvorama, tanto nos bastidores quanto à luz do dia. Diziam por aí que ele tinha gostos bastante peculiares na cama, mas nunca brincava com mulheres do circuito, só se interessava por esposas de família.

Ele gostava de comidas cruas e temperadas, e na cama era ainda mais selvagem, intenso como poucos.

Anos atrás, uma bailarina acabou no hospital por causa dele, perdeu tanto sangue que quase não sobreviveu, precisou de transfusões e tudo. Depois disso, uma cobertura nos Jardins de Belmonte foi registrada no nome dela. Muita gente fez piada, dizendo que um apartamento ali valia uma hemorragia.

Ícaro, que de dia parecia educado e refinado, agora parecia um animal, feroz, quase me despedaçando.

Eu sentia dor, medo, e uma tristeza que me fez pensar em Tiago.

— Humm...

Bastou um instante de distração para Ícaro segurar meu queixo, claramente irritado. Ele queria que eu olhasse para ele, para tudo o que estávamos fazendo, e aquilo me deixou ainda mais envergonhada.

Ele odiava quando eu me desligava nesses momentos. Já tinha me punido por isso antes, então me esforcei para focar, e mesmo sendo nossa primeira vez, nossos corpos se encaixaram em um ritmo perfeito, como se já tivéssemos feito aquilo antes.

— Em que você está pensando agora?

— Nada.

Eu neguei com firmeza, mas ele percebeu na hora.

Sob o comando dele, eu não aguentei e comecei a tremer, completamente fora de controle.

Ele parecia satisfeito com a minha reação, adorava ouvir minha voz.

Mas eu não era assim. No fundo, eu era reservada, tranquila, evitava festas, levava uma vida comum, como qualquer outra pessoa que segue o fluxo.

Depois da faculdade, sem contatos ou recursos, consegui um emprego na empresa que sempre sonhei, mesmo sendo só recepcionista. Ainda assim, me sentia sortuda por poder ficar na SkyLança.

Foi lá que conheci meu marido, Tiago Serpa. Nós dois éramos funcionários comuns, namoramos por um ano e depois nos casamos.

Durante o namoro, Tiago nunca tentou nada comigo. Na época, achei que ele era um homem tradicional, mas só descobri o motivo depois do casamento: era tudo fachada, ele realmente não podia.

Tiago não só era infértil, como também não conseguia manter uma vida conjugal normal. De repente, eu me vi vivendo como uma viúva de marido vivo.

Pedi o divórcio imediatamente, mas Tiago se ajoelhou na minha frente, chorando como uma criança. Minha família sempre foi conservadora, encarava o divórcio como o fim do mundo, e eu acabei cedendo.

Tiago dizia que entendia minha juventude, que se eu quisesse, poderia procurar outro homem, mas eu nunca fiz isso.

Minha lealdade só aumentou o peso na consciência dele. Para tentar compensar, ele me dava todo o salário, não deixava eu fazer nada em casa, vivia inventando receitas para me agradar e, nos feriados, me levava pra passear.

Ele me tratava como uma filha, e esse cuidado supria a carência que eu tinha da família.

Até que um dia, Tiago me levou para comprar roupas caras, lingeries sensuais, e fomos para o hotel mais luxuoso de Alvorama. Pensei que ele estivesse curado. Só quando eu já estava na porta da suíte presidencial, ele me contou a verdade: ele tinha me entregue para o chefão da empresa, Ícaro Figueiredo.

Isso mesmo: ele entregou a própria esposa para outro homem.

Até hoje lembro das palavras dele: o chefe precisava de uma mulher, mas queria alguém sem experiência, virgem, limpa. Se eu aceitasse, ele seria promovido a gerente da filial, com um salário de um milhão e quinhentos mil por ano. E o mais importante: queria que eu engravidasse para dar um filho a ele.

Eu não conseguia acreditar que palavras tão baixas vinham de Tiago.

Senti meu corpo inteiro tremer de ódio, o sangue ferver, lágrimas de raiva transbordarem. Xinguei, bati nele, mas Tiago jogou um balde de água fria na minha cabeça.

No mês passado, minha família passou por um desastre: meu irmão se endividou até o pescoço, fugiu para evitar cobrança, e só deixou meus pais idosos enfrentando cobradores violentos.

Tiago tentou pedir dinheiro emprestado com amigos, mas ainda faltava muito para cobrir a dívida. Enquanto não resolvessem, minha família não teria paz.

Se eu aceitasse ficar com Ícaro, não só as dívidas seriam pagas, como Tiago ainda seria promovido, e nós teríamos um filho.

Tiago disse que, se eu estivesse disposta a me sacrificar, tudo se resolveria.

No fim, eu aceitei.

Ícaro não se surpreendeu ao me ver entrar. Ele usava um roupão branco, frouxamente amarrado na cintura, e o peito forte surgia por entre o tecido aberto.

Eu estava tão nervosa que apertei as mãos ao lado do corpo sem nem perceber que tremia.

Ele me encarou com aquele olhar frio, carregado de malícia e curiosidade.

— Quer um pouco de vinho pra relaxar? — Perguntou ele, com um sorriso de canto.

Sem esperar minha resposta, ele se virou, foi até a mesa de centro e serviu uma taça.

Eu observei o vinho tinto deslizando pela taça de cristal, deixando marcas elegantes no vidro.

— Sr. Ícaro... — Minha voz saiu travada, quase um sussurro.

Ele levantou meu queixo com firmeza e me fez beber. O vinho escorreu pelo canto da minha boca. Ele passou o dedo devagar, limpando meu rosto, e aquilo me fez tremer ainda mais.

— Tá com frio? — Ele perguntou, encarando meus olhos.

— Não.

— Não quer? — Insistiu, sem rodeios.

É claro que eu não queria, mas eu não tinha direito de escolher.

— Não é isso.

— Então não fica com essa cara de quem tá sendo forçada. — Ele fez uma pausa, avaliando meu rosto. — Como você se chama?

Eu me perguntei por que ele queria meu nome. Seria pra me dar uma nota depois, como cliente de hotel cinco estrelas?

Baixei os olhos e respondi, quase sem voz:

— Yasmin Tavares.

— Yasmin. — Ele repetiu meu nome, como se testasse o sabor.

Ícaro me puxou em direção ao quarto, sentou-se na beirada da cama, apoiando as mãos atrás do corpo, e ordenou com naturalidade:

— Tira a roupa.

Eu nunca imaginei que um dia ficaria nua na frente de outro homem além do meu marido. Aquilo me sufocava de vergonha.

Quando hesitei, ele ficou impaciente:

— Se não quer, pode sair.

Meu impulso foi ir embora, mas as pernas pareciam presas ao chão. Eu sabia que, se saísse dali, o peso dos problemas voltaria a me esmagar todos os dias.

Com as mãos trêmulas, comecei a tirar o vestido preto. Ele deslizou até o chão, e eu fiquei ali parada como uma bailarina de caixinha de música.

A lingerie era escolha do Tiago: renda preta, quase toda transparente.

Na loja, tudo pareceu exagerado, mas Tiago insistiu que era assim que eu ficava mais bonita.

Ícaro estendeu a mão. Eu avancei devagar, cobrindo o peito, morrendo de vergonha.

Ele pegou delicadamente a alça do sutiã com os dedos longos, puxou devagar, depois soltou, brincando, como se manuseasse um brinquedo.

Naquele instante, percebi que Tiago conhecia bem os homens. O olhar de Ícaro mudou; ele me devorava com os olhos, tomado por uma vontade quase selvagem.

Ele me puxou para junto do corpo, foi gentil no começo, mas quando a tensão explodiu, ele mostrou quem realmente era: um leão, feroz, sem piedade, me desmontando por completo.

Naquela noite, minha mente só conseguia registrar a sensação do corpo quente dele, e a dor que me atravessava inteira.

...

No dia seguinte, quando acordei, ele já tinha ido embora. Sobre o criado-mudo, ele deixou um cartão bancário.

Achei que tudo tinha acabado ali, mas, ao sair da suíte presidencial, encontrei André Varella, o secretário de Ícaro, esperando do lado de fora.

Ele me entregou um conjunto de roupa social e disse, direto:

— Yasmin, o Sr. Ícaro vai pra uma reunião em Nova Candeia hoje à tarde. Como assistente, você vai acompanhar ele.

Assistente? Eu fiquei completamente perdida.
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