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Capítulo 3

Author: Rico
Zoe foi jogada pra fora do salão de leilões como lixo, bem na frente de todo mundo.

O vestido estava destruído, o corpo doía de onde a segurança tinha sido violenta — mas nada doía como o coração dela.

Quando ela piscou, as bochechas já estavam encharcadas.

O que quer que sobrasse dos sentimentos dela por Connor se apagou ali mesmo, junto com a pulseira roubada da mãe.

Ela enxugou o rosto, se recompôs. Aquela pulseira era a única coisa da qual ela não ia desistir.

Zoe apareceu bem quando o carro de Connor passou pelo portão.

Vicky congelou quando a viu, instantaneamente enfiando a mão com a pulseira de pedra preciosa nas costas.

O rosto de Zoe estava pálido, as mãos segurando uma pilha nova de demonstrações financeiras.

— Me devolve a pulseira da minha mãe. Tudo isso — é seu.

A mandíbula de Connor se contraiu. Na palavra "pulseira", a carranca dele se aprofundou.

— Vicky é a dona da minha casa agora. Não precisamos do seu dinheiro.

Vicky colocou uma mão suave no braço de Connor.

— Entra, Connor. Isso é entre mim e a Zoe. Eu resolvo.

No segundo em que ele sumiu, toda a vibe de Vicky virou gelo.

Ela sorriu com escárnio, ergueu o pulso — e jogou a pulseira direto no lago.

Zoe nem pensou — ela viu a pulseira desaparecer e mergulhou atrás.

Enquanto mergulhava em direção à água, a voz de Vicky ecoou, cortante e triunfante.

— Não pense que cuidar do Connor vai fazê-lo seu. Ele só pode me amar — você nunca vai roubá-lo de mim.

Ela se debateu por um segundo, então o pânico bateu.

Ela não sabia nadar.

A água se agitou ao redor enquanto gritos distantes e abafados vinham da margem — então outro mergulho. Alguém mais tinha pulado.

A pele dela parecia estar em chamas, cada centímetro perfurado por gelo, o peso da água pressionando.

Através do borrão de água e pânico, Zoe mal conseguiu distinguir Connor correndo.

Ele estava gritando.

— Vicky! Vicky, você tá bem?

Então Vicky também tinha pulado. Mas... por quê?

Zoe não teve tempo de descobrir.

Os dedos dela de repente tocaram algo sólido — redondo, liso.

Ela agarrou, coração disparado. Tinha que ser a pulseira.

Com tudo o que sobrou, ela chutou em direção à superfície.

Na margem, Connor arrastou uma Vicky encharcada pra fora da água, ladrando pro mordomo levá-la pra dentro.

Vicky estava tossindo, ofegante, tentando dizer alguma coisa.

Mas Connor não respondeu. Só ficou ali, silencioso, olhos fixos na água, sobrancelhas franzidas.

O único som cortando a água escura era Zoe se debatendo, lutando pra se manter em cima.

Connor congelou. Ele sabia — Zoe nunca tinha aprendido a nadar.

Ela tinha pavor de água. Não chegava nem perto de um lago fundo.

Mas essa noite? Só pra enfrentar Vicky por causa de uma pulseira, ela mergulhou como se significasse tudo.

Connor não entendia por que se sentia tão nervoso. Disse a si mesmo que era só frustração — Zoe sendo teimosa como sempre.

Era só uma pulseira. Por que ela não podia deixar Vicky ficar com ela?

Não — Zoe estava só com ciúme. Ciúme de que Vicky o tinha agora. Por isso ela sempre tentava tirar as coisas dela.

Quanto mais ele alimentava essa história, mais fria ficava sua expressão.

Vicky era tão gentil e bondosa. Quando ele estava queimando de febre, foi ela quem cuidou dele incansavelmente por três longos dias e noites.

Ele virou as costas. Qualquer sinal de dúvida desapareceu.

— Zoe — ele disse sem emoção. — Para de ir atrás da Vicky. Continua insistindo, e eu prometo — só vai piorar.
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