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CAPÍTULO 2

Autor: Frio Castro
Eu sabia que ela só queria ver eu passar vergonha.

Mas eu não sou burra, não ia fazer como ela fez na vida passada, sair furiosa no meio da cerimônia.

Aquilo só deu o que falar entre os convidados e a família Porto.

Lembro que, naquela época, todo mundo comentou que minha irmã era imatura, que não tinha compostura pra ser a esposa do filho mais velho da família.

Por isso, depois do casamento, Senhora Paula nunca mais tratou bem dela, e ela viveu um verdadeiro inferno dentro da casa.

Peguei o microfone e sorri para os convidados com toda naturalidade:

— Hoje o Cristiano precisou sair para resolver um negócio importante. Na hora do brinde, eu vou representar nós dois. Espero que não levem a mal.

Assim que falei isso, o salão inteiro ficou em silêncio.

Senhora Paula, sentada na mesa principal, me olhou com respeito.

A família Porto é grande e poderosa, e se importa muito com as aparências.

Por isso, como nora, não se podia demonstrar nervosismo, era preciso agir como uma verdadeira anfitriã.

Minha irmã também percebeu o olhar da Senhor Paula, e nos olhos dela, passou um lampejo de raiva:

"Que nojo... quando formos oferecer um brinde, vou te fazer passar vergonha!"

Na verdade, poder ouvir os pensamentos dos outros era uma bênção.

Com esse tipo de vantagem, tudo ficava mais fácil.

Quando chegou a hora do brinde, levantei meu vestido e caminhei com calma até Senhora Paula.

Minha irmã me observava o tempo todo, contando mentalmente:

"Um... dois... três..."

No instante seguinte, desviei o corpo para pegar a taça, e ela caiu com tudo no chão, o vinho respingando e molhando o vestido inteiro.

— Tá tudo bem?

Evandro correu para ajudá-la.

Mas, por dentro, o que ouvi foi:

"Que idiota!"

Todos os olhares se voltaram para nós.

O rosto de Senhora Paula estava carregado de raiva.

— Tão desastrada! Parece isso uma nora da família Porto?

— D-desculpa, mãe, eu não fiz de propósito...

Ela se apressou em pedir desculpas, mas com os olhos cheios de frustração.

Se eu fosse ela, nessa vida eu não aprontaria mais.

Viveria em paz e quieta.

Mas já que ela não quer me ver bem, eu também não vou engolir nada calada.

Por causa do escândalo, o casamento terminou às pressas.

Senhora Paula não mostrou um traço de simpatia pra minha irmã, mas quando olhou pra mim, seus olhos estavam cheios de aprovação.

Ela ainda segurou minha mão e disse:

— Nina, hoje à noite vou mandar o Cristiano voltar pra casa e ficar com você, pra compensar.

E, como era de se esperar, naquela noite Cristiano realmente voltou.

Assim que abriu a porta, já foi tirando a gravata, com o rosto cansado.

Corri pra pegar a roupa dele.

— Cristiano, deve ter sido um dia puxado, né?

Ele apenas me olhou de relance, não respondeu.

Na vida passada, ouvi dos empregados que Cristiano não tinha voltado pra casa na noite de núpcias.

Minha irmã ficou esperando sozinha no quarto e virou motivo de piada pra todo mundo.

Quando foi reclamar com Senhora Paula, acabou levando uma bronca, disseram que ela não tinha competência pra conquistar o coração do próprio marido.

Enquanto Cristiano tomava banho, arrumei a cama pra ele e preparei um chá.

Depois organizei o sofá, me planejando pra dormir ali.

Quando ele saiu do banheiro e viu aquela cena, um traço de surpresa passou pelo olhar dele.

Me apressei em dizer:

— Você dorme na cama, eu fico no sofá.

— Nina, tá tentando me provocar de propósito?

Ele estreitou os olhos. Vestia apenas um roupão, o peito parcialmente exposto, ainda com gotas de água escorrendo.

Não dava pra negar, o corpo dele era realmente bom.

Desviei o olhar rapidamente.

— Não é isso. A gente não tem intimidade, dormir juntos seria constrangedor pra nós dois. Quero dizer que... se possível, prefiro que a gente colabore.

— Colabore?

— Sim. Nosso casamento é de conveniência. Muitos casais assim levam vidas separadas, mas mantêm as aparências. Eu só quero viver tranquila, sem preocupações com dinheiro. Não espero amor.

Ao ouvir isso, ele deu um leve sorriso.

— Você é esperta.

— Por coincidência, é exatamente o que eu quero. Posso aceitar esse acordo.

Eu sou apenas uma pessoa comum, não tenho tanta habilidade nem confiança pra conquistar o coração de um homem.

Na família Porto, o modo como Senhora Paula me trata depende totalmente da atitude dele comigo.

E eu não quero acabar como minha irmã na vida passada, odiada por todos e sem nenhum apoio.

Aquilo não me traria benefício algum.

Além disso, Cristiano era violento com ela.

Eu não quero provocar e acabar apanhando também.

Prefiro manter a paz entre nós.

Nesta vida, o que eu quero é juntar dinheiro, abrir minha própria empresa e vencer por conta própria!
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Último capítulo

  • Renasci e Troquei de Marido Com a Minha Irmã   CAPÍTULO 10

    À noite, Cristiano voltou pra casa.Ele estava bêbado. Assim que entrou no quarto, caiu em cima de mim, e nós dois fomos ao chão.— Você tá bêbado, vou preparar um chá pra te deixar melhor. — Tentei empurrá-lo, mas ele não se mexia.As mãos dele iam direto para os botões da própria camisa, e aquele olhar cheio de posse me fitava sem desviar.Foi então que percebi, ele não estava nada fora de si.— Cristiano, pensa bem no que está fazendo. A gente só tem uma relação de negócios. Você não pode me tocar!Ele cobriu minha boca com a mão e sussurrou no meu ouvido:— De qualquer forma, você é minha esposa. E eu vou te tocar.Empurrei-o com força.— Não! Eu quero me divorciar, você não pode me tocar.Assim que falei, o quarto ficou completamente em silêncio.O rosto dele escureceu.— Eu sabia que você ia me deixar. Ao dizer isso, ele me soltou, parecendo um tanto frustrado.— Nina, você é uma mulher cruel. Já me esqueceu há muito tempo, não foi?— O que você quer dizer com isso? — Olhei para

  • Renasci e Troquei de Marido Com a Minha Irmã   CAPÍTULO 9

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  • Renasci e Troquei de Marido Com a Minha Irmã   CAPÍTULO 8

    Ao ouvir o que eu disse, Evandro acreditou em mim por completo.Porque os atos perversos dele eram conhecidos só por ele e por minha irmã, ninguém mais sabia.Ele falou:— Vai ver se eu não dou um jeito nessa vadia.— Cunhada, espera por mim, quando eu matar o Cristiano e ela, você será minha esposa, eu vou te sustentar.Dito isso, ele foi embora.Achou mesmo que eu era idiota?Eu jamais me juntaria a ele!Fui imediatamente procurar o Cristiano.Embora a vida dele não tivesse muito a ver comigo, nesta vida ele pelo menos me ajudara, me fez ganhar dinheiro e ainda pacientemente compartilhou comigo experiências do trabalho.No escritório, ele ficou surpreso com o que ouviu.— Que provas você tem de que o Evandro quer me matar?Tirei o gravador do bolso e toquei a conversa que acabara de ter com o Evandro.Parte do início foi eu provocando-o de propósito, ao ouvir, até me senti envergonhada.Apressei-me a explicar:— Fiz aquilo só para ganhar a confiança dele, era fingimento.Cristiano nã

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    Percebi na hora que minhas palavras o fizeram entender errado e balancei as mãos apressada:— Não, não, não! Não foi isso que eu quis dizer, só expliquei o motivo da briga.— Nina, você já pensou em fazer esse tipo de coisa comigo?Ele me encarava fixamente.— Claro que não. — Respondi de imediato. — Eu já disse que só quero viver uma vida tranquila ao seu lado, sem me preocupar com nada.— Só isso?Assenti com firmeza. Ele não disse mais nada, apenas saiu e bateu a porta com força.Não fazia ideia do que eu tinha dito pra deixá-lo irritado.E, sinceramente, nem queria saber.Tudo o que eu queria era cumprir meus próprios objetivos.No dia seguinte, Cristiano não me levou pra empresa. Mandou que eu fosse sozinha cuidar da filial.Então comecei a me dedicar totalmente a isso.Meu plano era ganhar 10 milhões e parar por aí.Todos os dias eu corria atrás de projetos, fechava parcerias e trouxe muito lucro pra empresa. Senhora Paula até me autorizou a tirar minha parte do faturamento.Eu e

  • Renasci e Troquei de Marido Com a Minha Irmã   CAPÍTULO 6

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  • Renasci e Troquei de Marido Com a Minha Irmã   CAPÍTULO 5

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