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Capítulo 3

Author: Boa surpresa
Quando Daniela deixou o hotel, seus passos estavam pesados.

Ela entrou no elevador, como se toda a energia tivesse sido drenada de seu corpo.

"Será que o Fábio realmente me traiu?" Perguntou-se internamente.

Ela não queria acreditar, mas os fatos a forçavam a duvidar.

"Como isso pôde acontecer?" Ela se perguntou, sem conseguir entender.

Fábio havia cancelado de última hora o encontro com ela, e Eunice estava exatamente no "Hotel Kepa, andar 14º", mencionado na mensagem, que, por coincidência, era o local onde supostamente se encontraria com seu namorado, no quarto 1408.

"Se for verdade, quando isso começou? E como começou?" Continuou a pensar.

Ela não esperou do lado de fora do hotel, porque sabia que, se Eunice descobrisse que ela estivera ali, certamente avisaria Fábio, fazendo ele desaparecer por completo.

No caminho de volta para casa, uma chuva fina e vaga começou a cair do céu.

O clima de início de outono já começava a esfriar.

Quando chegou em casa, o celular tocou. Foi Fábio, mas ela não atendeu. Estacionou o carro e entrou em casa.

Fábio, ao ouvir o barulho da porta, correu até ela.

— Como você demorou tanto para o trabalho?

Sem esperar uma resposta, ele a abraçou apertado.

— Desculpa, querida, hoje eu falhei.

Daniela se sentiu anestesiada.

"Será que ele já fez isso com Eunice também?" Esse pensamento passou rapidamente pela sua mente.

Mas ela não ousava imaginar aquela cena, pois o simples fato de pensar nisso a faria sofrer.

Fábio olhou para ela e, gentilmente, apertou sua palma.

— Vamos remarcar o jantar, o que acha de irmos amanhã? E os ingressos para o cinema, eu compro novamente.

Daniela o olhou, vendo sua expressão de arrependimento, com as sobrancelhas ligeiramente franzidas, mostrando-se submisso, sincero e genuíno.

Ele sempre era assim, sempre que havia um mínimo de desentendimento, fosse ou não sua culpa, ele sempre se desculpava primeiro e a mimava.

Seis anos assim, sem mudança.

Agora, ela não estava mais brava, mas sua mente e seu coração estavam repletos de confusão e luta interna.

— Não faz diferença onde comemos, a comida que você faz é melhor que a de qualquer restaurante. E aquele filme acabou de estrear, podemos ir a qualquer hora.

Fábio sorriu suavemente, e sua voz estava cheia de carinho e um certo tom de resignação.

— Ah, você... Sempre tão atenciosa, sempre se preocupando comigo. Quando você age assim, eu fico ainda mais culpado. Já jantou? Quer que eu faça algo para você?

Ele era bonito, gentil, atencioso e tão cuidadoso. Mesmo assim, Daniela não conseguia fazer com que a imagem dele a amando e a traindo se misturassem completamente.

"Eu sempre sinto que isso tudo é tão irreal." Pensou ela em silêncio.

Em um piscar de olhos, várias lembranças dos dois passaram rapidamente por sua mente.

Ela se lembrava do primeiro ano juntos, quando ele havia preparado meia hora de fogos de artifício, esperando exatamente a hora da virada para fazer uma grande declaração.

— Daniela, eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo.

Nos anos seguintes, ele sempre a surpreendia a cada ano novo, com algo diferente, algo especial.

Uma vez, quando ela ficou doente no inverno, com febre alta, e ficou meio fora de si. A caminho do hospital, a neve bloqueou a estrada. Ele a carregou nas costas por quase dois quilômetros e, no final, também ficou doente, sendo internado por mais de uma semana.

Ele sempre era alérgico a pelos de gato, mas como ela adorava, no aniversário de 25 anos dela, ele comprou uma gata de olhos diferentes, uma Ragdoll, e a deu a ela. Durante o tempo que a tiveram, ele sempre espirrava e sofria de rinite. No final, foi Daniela quem, não suportando mais ver isso, levou a gata para Eunice cuidar.

Infelizmente, com menos de um ano, a gata adoeceu gravemente. Mesmo com tratamentos intensivos por mais de meio mês, não conseguiu se salvar.

Esses gestos de carinho e dedicação, como cenas de um filme, continuavam a se repetir em sua mente.

Daniela sempre acreditou que Fábio a amava profundamente.

Foi por causa dele que, para ela, o amor sempre tinha uma aura de pureza e beleza.

Ela nunca imaginava que, um dia, esse amor pudesse ser destruído, tornando-se algo triste e ridículo. Nunca imaginava que, ao se deparar com tudo isso, sentiria o que sentia.

Fábio percebeu o olhar distante de Daniela. O braço que estava ao redor de sua cintura se apertou involuntariamente, e ele inclinou a cabeça, baixinho, perguntando:

— O que foi? Amor.

— Eu já comi, não estou com fome. — Daniela voltou a si, reprimindo a amargura que se formava em seu peito, movendo levemente os lábios, tentando manter a voz o mais estável possível. — Só estava pensando em uma coisa.

— Humm?

— O motivo de eu ter chegado tarde hoje foi que, no caminho de volta, passei no Hotel Kepa. — Ela tirou um bilhete de sua bolsa. — Esse número me ligou e disse que viu você entrando no hotel com uma mulher. Eu passei lá para conferir.

No caminho de volta, a razão foi aos poucos retornando à sua mente.

Mas, uma vez que a semente da dúvida fosse plantada, ela crescia rapidamente, tornando-se uma árvore alta, cujas folhas densas bloqueiam a luz do sol, deixando o coração à sombra.

O coração de Daniela, seus sentimentos, não conseguiam evitar criar esperanças.

Ela queria acreditar que tudo não passava de um mal-entendido, e até desejava que ele se abrisse e explicasse a situação de forma honesta.

O bilhete trazia o número do remetente da mensagem.

Ela havia pesquisado nos últimos dias e descobriu que esse número não existia. Não sabia o motivo de não ter conseguido encontrar nada, mas, de alguma forma, isso se tornava uma ferramenta para testar Fábio. E se... E se ambos tivessem a traído?

Fábio franziu a testa, pegou o bilhete e olhou rapidamente:

— Você conhece essa pessoa?

— Não.

— É homem ou mulher?

Daniela não fazia ideia. Afinal, a mensagem era de texto. Ela mordeu os lábios e, sem alternativa, inventou:

— Homem, parece ter um sotaque da Cidade J, não deve ser muito velho, uns trinta anos, talvez.

O semblante de Fábio ficou sério. Ele guardou o bilhete e disse:

— Deixa comigo. Eu vou investigar isso e vou esclarecer tudo.

Falando isso, ele abaixou a cabeça e olhou Daniela novamente, a abraçou mais forte, e, em tom baixo, perguntou:

— Amor, você confia em mim?

Não sabia se a habilidade de atuação dele já estava tão refinada ou se ele estava sendo sincero, mas Daniela não conseguiu perceber nada de estranho em seu rosto.

Estava calmo e natural, como se nada fosse incomum, até mesmo a surpresa parecia ter sido breve.

Ela ergueu a mão e a colocou contra o peito dele, fazendo uma expressão séria, mas sua respiração estava instável:

— Então, você me trairia?

Ela o observou atentamente, não queria perder nenhuma expressão em seus olhos.

Fábio ficou surpreso por um momento, mas logo um sorriso suave surgiu em seus olhos. Ele segurou a mão dela e a levou até sua testa, perguntando:

— Sabe o que é isso?

— O quê?

— O pessoal sempre diz que eu sou um "cabeça de amor". — Fábio riu baixo, com um sorriso terno, e, com devoção, beijou suavemente o dorso da mão dela. Sua voz estava grave e rouca. — Pensei bem e, de fato, é verdade. Ella, nesta vida, eu só te amo, não tenho mais amor para dar a ninguém.

Quanto mais suave e apaixonado ele falava, mais Daniela sentia uma sensação amarga se espalhar pelo peito.

Durante todos esses anos, ela já tinha ouvido tantas palavras doces dele. Antes, achava que eram a coisa mais feliz e doce do mundo. Agora, por algum motivo, tudo aquilo soava falso e irreal.

Será que ele realmente não teria amor para dar a outra pessoa? Essas palavras ele nunca disse para Eunice, será?

— Tá, você é tão bom comigo, me ama tanto, então, eu certamente confio em você. — Daniela falou, mas sua voz e seu coração de repente ficaram vazios. Ela sorriu e levantou o olhar, com os olhos brilhando de uma felicidade que parecia leve como um pássaro, mas com uma sensação de ilusão, de algo que não se encaixava.

— Você se lembra dos votos que fizemos na Igreja Blue Star no dia do nosso casamento? — Ela perguntou.

Fábio deu uma leve pausa, antes de responder devagar:

— Claro que lembro.

— Bom, você disse que quem trai o coração verdadeiro, receberá uma punição severa. Então, eu não acredito nessas bobagens. — A voz de Daniela ficou marcada com uma leve firmeza.

Era a lembrança dos dois, dois dias antes do casamento, na Igreja Blue Star, quando Fábio a segurou pela mão e fez os votos diante de Jesus.

— Certo. — Fábio respondeu suavemente, e então a abraçou com força, ocultando rapidamente a insegurança que começava a se formar em seus olhos. Sua voz soou macia e cheia de carinho, como se estivesse tentando hipnotizar ele mesmo e Daniela com suas palavras. — Ella, eu te amo. Como eu poderia te decepcionar? Vamos envelhecer juntos.

Daniela não respondeu, permitindo que ele a segurasse.

Sim, ele a amava, como poderia decepcioná-la? Como poderia vê-la triste?

Os votos e o amor que um dia prometeram pareciam tão próximos, como se tivessem ocorrido ontem. Mas agora, tudo estava coberto por uma névoa fina, tornando impossível de alcançar.

Eles realmente conseguiriam envelhecer juntos?

A confiança que antes era inabalável começava a se abalar, como um castelo de cartas prestes a cair.

O cheiro suave de pinho, que ela já conhecia bem, ainda estava no ar, tocando seus sentidos.

No fundo, ela de repente sentiu uma sensação de repulsa, algo que nunca havia experimentado antes. Depois de acalmar a turbulência em seu coração, ela se afastou dele, trocando por um sorriso.

— Já somos casados há tanto tempo, não precisa mais se declarar. Eu preciso subir para tomar um banho.

Fábio sorriu, seus olhos brilhando de carinho, e deu um leve toque no nariz dela.

— Casados há tanto tempo? A gente se casou há apenas três anos, três anos! E mesmo depois de trinta, quarenta anos, vou continuar dizendo que te amo.

Daniela riu, deu um tapinha no braço dele e lhe lançou um olhar repreendedor.

— Para com isso. Eu ainda tenho trabalho para fazer. Vai dormir, não precisa esperar por mim.

— Vamos deixar o trabalho para amanhã. Faz tempo que a gente não... — Fábio a puxou para si, seus olhos, sempre tão suaves e apaixonados, agora com uma leve sombra de desejo.

Era um sinal claro de começo.

Daniela sabia exatamente o que ele queria, mas uma vozinha dentro dela lhe dizia para recusar.

Ela suspirou dramaticamente, tentando desviar a atenção.

— Amanhã já tenho mais trabalho.

Fábio sabia que o museu de arte estava se preparando para a exposição de uma jovem artista famosa no próximo mês. Como curadora, ela estava sobrecarregada de trabalho, tendo que passar muitas horas extras.

Ele, então, cedeu com um sorriso resignado.

— Tudo bem, mas não demore demais, cuide de sua saúde.

Daniela apenas concordou com a cabeça, se virou e foi direto para o escritório. Assim que fechou a porta, ainda tensa, seu celular vibrou.

Ela parou por um momento, tirando rapidamente o celular da bolsa.

Era novamente aquele número que ela já conhecia de cor.

“Mansão Frank, bloco 11 da mansão, Fábio transferiu para Eunice, usando o patrimônio comum do casamento de vocês, no valor de 27 milhões.”

A respiração de Daniela parou instantaneamente, e seus olhos ficaram vazios.

Mansão Frank era um condomínio de alto padrão que tinha sido lançado apenas em maio deste ano. Era famoso pela excelente localização e design exclusivo, e a obra já estava quase concluída, com quase todas as mansões vendidas.

Se aquilo fosse verdade, será que, desde ano passado, eles dois já haviam começado a...

Daniela mordeu o lábio, já sem foco no trabalho, tomada pela ansiedade e pela inquietação que a impediu de se acalmar.

Passou a noite em claro, virando de um lado para o outro, até que, com a luz do amanhecer, ela finalmente conseguiu adormecer, acordando somente às 8h30.

Quando desceu, Fábio já havia terminado o café da manhã e estava sentado à mesa, esperando por ela. Daniela se surpreendeu, e perguntou:

— Como assim, você ainda não foi para o trabalho?

Fábio se levantou e caminhou em direção a ela, seus olhos cheios de preocupação:

— Vi que você acordou tão tarde, fiquei um pouco preocupado. Foi porque você trabalhou até tarde ontem? Sua aparência não está das melhores.

Daniela forçou um sorriso e balançou a cabeça.

— Não, talvez seja só a falta de sono recente.

Fábio a tocou suavemente no ombro, com um tom de voz doce.

— Que tal tomar café da manhã e depois voltar para dormir um pouco? Não tem problema de ir ao museu de arte à tarde.

Daniela assentiu e olhou rapidamente para o relógio.

— Já está quase nove horas. Melhor você ir logo para a empresa, não quero que atrase o seu trabalho.

Antes de sair, Fábio ainda lhe deu uma última recomendação.

— Não se esqueça de descansar, tá?

Daniela o observou sair e lentamente terminou seu café. Ela não foi imediatamente para o museu de arte, mas sim se dirigiu até a Mansão Frank. O que ela queria era confirmar se aquela mansão realmente estava em nome de Eunice.

No entanto, antes mesmo de estacionar, ela avistou de longe, a mais de dez metros de distância, um carro familiar: um Porsche preto, exatamente como o que Fábio havia saído de casa há poucos minutos.

Ao lado do carro, duas figuras estavam se abraçando e se beijando com entusiasmo.

Os olhos de Daniela se contraíram instantaneamente, e sua mente ficou em branco.

Embora a distância fosse grande demais para identificar claramente os rostos, a jaqueta azul que Fábio estava usando não passou despercebida... Era a mesma que ele tinha ganhado de presente no aniversário do ano passado.

Se antes aquelas mensagens de texto haviam semearam a dúvida em seu coração, agora, aquela cena diante dela foi um golpe fatal que a empurrou diretamente para o abismo.

Seu coração parecia estar sendo dilacerado, a dor atravessando até os ossos, atingindo o fundo de sua alma.

Ela ficou parada, imersa em um turbilhão de sentimentos. Viu que os dois ainda não haviam se separado e, finalmente, soltou a mão que estava apertando com força. Respirou fundo, pegou o celular, abriu a câmera e ampliou a imagem. Os rostos familiares apareceram na tela, e seus olhos estavam cheios de decepção, enquanto lágrimas geladas deslizavam sem controle.

Era Fábio e Eunice.

A mesma pessoa que, há poucos minutos, estava em casa se preocupando com ela, agora estava vestindo a roupa que ela mesma lhe dera, abraçando outra mulher e se beijando com ela como se fosse o único momento que importasse.

Seu peito parecia apertado, como se estivesse cheio de algodão pesado, dificultando sua respiração. Era como se ela estivesse presa em um espaço minúsculo, sufocando, com a sensação de não conseguir respirar.

Daniela forçou um sorriso fraco, tentando disfarçar a dor que a consumia. Com as mãos trêmulas, apertou os botões da câmera, tirando algumas fotos sem nem ao menos olhar na galeria. Naquele momento, tudo o que ela queria era fugir daquele lugar.

O que se sentia ao ser traída pelas duas pessoas mais próximas?

Daniela não sabia explicar e nem ousava tentar. Ela só sentia o peito apertado, uma dor fina e constante que se espalhava como uma onda, quase a impedindo de respirar.

Ela se deu conta de que, até aquele momento, havia sido a única tola, a única enganada. Achava que um deles a amava de verdade e o outro se importava genuinamente com ela. Como pôde ser tão cega e não perceber nem o menor sinal?

Ela se lembrou de quando Fábio a pediu em casamento, três anos atrás, no mesmo tipo de dia ensolarado. O balão de ar quente subia lentamente e, quando chegou a uma altura razoável, ela olhou para baixo. Foi então que viu uma mensagem formada por rosas: "Daniela, você aceita se casar comigo?"

Ela ficou paralisada. Fábio estava de joelhos no balão, com uma caixinha de anel na mão, onde repousava um diamante de dois quilates. Seu olhar era profundo e carinhoso.

— Ella, se case comigo. — Disse ele. — Eu vou te amar a vida inteira, cuidar de você e jamais deixarei você chorar.

De fato, durante três anos de namoro e outros três de casamento, ele sempre a tratou com imenso carinho.

Exceto pela morte inesperada de sua mãe no ano passado, ela nunca tinha derramado uma lágrima.

Para ela, aqueles seis anos foram de pura felicidade, de um amor doce e incondicional.

Todos que os conheciam elogiavam o casal, dizendo que sua relação era forte, harmoniosa e cheia de amor.

Mas agora, tudo aquilo parecia tão distante, como se nunca tivesse existido.

Ela deu uma risada amarga, mas as lágrimas continuaram a cair, a visão turvada, quase impossibilitando ela de ver a estrada à frente. Só conseguiu parar o carro na beira da estrada.

O celular dentro da bolsa tocou novamente. Daniela sentiu como se seu coração fosse apertado por algo invisível, como se fosse esmagado de dentro para fora. Ela tirou o aparelho da bolsa e olhou para a tela. Uma nova mensagem apareceu: "Vá ao Escritório de Advocacia André procurar o André Martins. Ele pode te ajudar."
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